Monografia
FACULDADES
INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
ARIANA PEREIRA MATOS
ECONOMIA CRIATIVA: UM ESTUDO DE CASO NA RUA MUCUGÊ ARRAIAL D’AJUDA.
EUNÁPOLIS-BA
2014
ARIANA PEREIRA MATOS
ECONOMIA CRIATIVA: UM ESTUDO DE CASO NA RUA MUCUGÊ ARRAIAL D’AJUDA.
Monografia apresentado
ao Curso de Administração de Empresas das Faculdades Integradas do Extremo
Sul da Bahia, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel
em Administração de Empresas.
Orientador:
Mestre Jaderson Vargas de Souza.
Orientador Ms.º
Jaderson Vargas.
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EUNÁPOLIS-BA
2014
ARIANA PEREIRA MATOS
ECONOMIA CRIATIVA: UM ESTUDO DE CASO NA RUA MUCUGÊ ARRAIAL D’AJUDA.
Monografia apresentada às Faculdades
Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito para avaliação da disciplina
Trabalha de Conclusão de Curso e obtenção do titulo de bacharela em Administração
com a orientação do Mestre Jaderson Vargas de Souza
Mestre
Jaderson Vargas (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
Profº
Examinador 1( Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
Profº Examinador 2( Faculdades
Integradas do Extremo Sul da Bahia)
Mestre Jaderson
Vargas de Souza
Coordenador do curso de Administração
Eunápolis- BA,__________________________________
Dedico este trabalho a minha mãe Raimunda Pereira,
aos meus irmãos Alex, Arlei e Ancelmo, ao meu noivo e amigo Hélio Manuel Jorge
Marques; e a todos os meus familiares e amigos.
Agradeço a Deus pela força nesta dura
jornada de trabalho.
A minha mãe, Raimunda Pereira que sempre esteve presente, nos momentos
de aflição, dúvidas e stress, sempre com muito amor e paciência sendo meu
alicerce nessa longa caminhada.
Ao meu noivo, Hélio Manuel Jorge Marques, pelo amor e companheirismo,
que em muitos momentos foi a força necessária para não desistir.
Em memória da minha avó Luiza Soriano e da minha amiga-irmã Dandara dos
Santos Monteiro pelos momentos de conforto e pela existência em meu ser.
Aos amigos do curso que com companheirismo e incentivos foram um grande
apoio nesta vida acadêmica, em especial Luciano Nery, Jales Vinícius Bonfim,
Rogério Rocha, Kevin Eleto.
Aos meus “anjos coloridos”,
Marineide Ferreira, Izabel Carmo, Jamile Farias Rodrigues e Ailton Ribeiro pelo
apoio que o momento exigiu.
Aos meus queridos amigos e mestres Angelo Herzog, Eliane Souza, Emerson
Campos, Carlos Marchetti, Milton Moreno, Admir Wetler, Shirley Paterlini e
Nadson Sales pelos ensinamentos nestes anos de construção profissional.
E ao orientador e amigo, Jaderson Vargas, pela compreensão e paciência
diante das dificuldades, e que com seus ensinamentos me fortaleceu como pessoa
e profissional.
Albert Einstein
RESUMO
A
Economia Criativa ganhou notoriedade nos últimos anos pela confluência de
fatores que impactam em variados tipos de organizações mundialmente. Por sua
vez esse tipo de renovação nos negócios favorece tanto aspectos culturais como
criativos, e buscam nos métodos distintos de negócios um meio das empresas se
reinventarem, revitalizarem e inovarem. Diante dessa conjuntura este trabalho
de pesquisa tem o intuito de levantar junto aos associados do Acordo Mucugê de
Porto Seguro/BA, o grau de entendimento e/ou conhecimentos sobre o tema
Economia Criativa. Para isso foi realizado um estudo de caso onde através da
aplicação de questionários aos associados buscou-se analisar o seu
conhecimento, identificar os seus perfis, identificar o que tem proporcionado
este entendimento, identificar os setores e levantar as suas iniciativas para a
sustentabilidade da Rua Mucugê. Os dados obtidos e analisados demonstram um
conhecimento mediano sobre o tema, tanto sobre o que seja Economia Criativa,
quanto a sua importância no desenvolvimento econômico, social e cultural na Rua
Mucugê. Contudo mostrou-se uma diversidade de perfis dos associados e de seus
ramos de atividade além do Acordo Mucugê caracterizar um modelo estruturado de
iniciativa criativa e empresarial.
Palavras-chave: Criatividade. Inovação.
The Creative Economy gained notoriety
in recent years by the confluence
of factors that impact various types of organizations
worldwide. In turn this kind of renovation in business favors both cultural and
creative aspects, and seeks different
methods for companies to reinvent,
revitalize and innovate. Faced with this
situation this research
work aims to raise from members of Mucugê
Porto Seguro/BA Agreement, the degree
of understanding and/or knowledge of the subject Creative Economy. For this, a case study was
done, where through the use of
questionnaires to members sought
to analyze their knowledge, identify their profiles, identify what has given this understanding, identifying sectors and raise their initiatives for sustainable Mucugê Street. The data
obtained and analyzed show
an average knowledge on the subject,
much of what is
Creative Economy, as its importance in the economic, social and cultural development in Mucugê Street.
However it was shown to exist a diversity of profiles of
members and their fields of activity and that the Mucugê Agreement
characterizes a structured creative entrepreneurship model.
Keywords: Creativity. Innovation.
Figura 1: Quadro das Diferenças
entre Indústria Criativa e Indústria Cultural......... 23
Figura 2: Economia Criativa - a ampliação dos setores culturais
e a dinâmica de funcionamento dos seus elos................................................................................................................................ 24
Figura 3: Escopo dos Setores
Criativos........................................................................... 25
Figura 4: Quadro das atividades associadas aos Setores
Criativos Nucleares........ 26
Figura 5: Quadro dos Setores e Áreas das Indústrias Criativas e
definições........... 27
Figura 6: Quadro dos Sistemas
de classificação para as indústrias criativas derivados de diferentes modelos.................................................................................................................................. 28
Figura 7: Classificação da UNCTAD para as indústrias criativas............................... 30
Figura 8: Escopo das Categorias e Setores Criativos.................................................... 31
Figura 9: Fluxograma detalhado para a cadeia de indústria
criativa do Brasil......... 32
Figura 10: A economia criativa brasileira e seus princípios
norteadores................... 33
Figura 11: Diagrama simplificado do modelo de aglomerado de
Porter (1990)........ 37
Figura 12: Criatividade na economia atual...................................................................... 44
Figura 13: Quadro de Características dos empreendedores de
sucesso................... 47
Figura 14: Fatores que influenciam no processo empreendedor............................... 50
Figura 15: O processo empreendedor.............................................................................. 50
Figura 16: O processo empreendedor.............................................................................. 51
Figura 17: Modelo de sustentabilidade baseado em intangíveis................................ 53
Figura 18: Quadro de Composição do Índice de Criatividade...................................... 57
LISTA DE TABELAS
CREATIVE NATION – Nação criativa
DCMS – Departamento
de Cultura, Mídia e Esportes do Reino Unido.
EIC – Empresa
Individual Criativa.
EIRELI – Empresa
Individual de Responsabilidade de Limitada.
FIRJAN – Federação
das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.
MINC – Ministério
da Cultura.
OBEC – Observatório
Brasileiro da Economia Criativa.
OMPI – Organização
Mundial da Propriedade Intelectual.
PIT – Ponto de
Informação Turística.
SEBRAE – Serviço
Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas.
SEBRAE – Serviço
Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas.
SEC – Secretária da
Economia Criativa.
SENAC – Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial.
UNCTAD – é a sigla
em inglês para Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento.
UNESCO – é a
abreviatura da expressão inglesa de “United Nations Educational Scientifc and
Cultural Organazation”, ou “Organização Educacional Científica e Cultural das
Nações Unidas”.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................. 18
2.1.1 ECONOMIA CRIATIVA............................................................................................... 18
2.1.1.1 Fundamentos........................................................................................................... 19
2.1.1.2 Classificação dos
setores criativos....................................................................... 25
2.1.1.3 Vertentes da Economia
Criativa............................................................................ 34
2.1.1.4 Valor e Poder Simbólico
da Economia Criativa.................................................. 39
2.1.2 PILARES DA ECONOMIA CRIATIVA...................................................................... 41
2.1.2.1 Criatividade............................................................................................................... 42
2.1.2.2 Inovação.................................................................................................................... 44
2.1.2.3 Empreendedorismo................................................................................................. 46
2.1.2.4 Sustentabilidade...................................................................................................... 52
2.1.2.5 Economia.................................................................................................................. 54
2.1.3 IMPULSIONADORES DA ECONOMIA CRIATIVA................................................ 55
2.1.3.1 Tecnologia................................................................................................................. 56
2.1.3.2 Demanda................................................................................................................... 58
2.1.3.3 Turismo...................................................................................................................... 59
2.1.3.4 Políticas Públicas..................................................................................................... 61
3 ANALISE DE DADOS........................................................................... 63
3.1 ESTUDO DE CASO....................................................................................................... 63
3.1.1 OBJETO DA PESQUISA............................................................................................ 63
3.1.1.1 Histórico da
Organização....................................................................................... 63
3.1.1.2 Abordagem................................................................................................................ 64
3.1.2 ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO........................................................................... 66
3.1.2.1 Nível de Conhecimento
sobre a Economia Criativa.......................................... 66
3.1.2.2 Identificação do que
tem proporcionado esse conhecimento......................... 67
3.1.2.3 Perfil dos Agentes do
Acordo Mucugê................................................................. 68
3.1.2.4 Levantamento dos
principais setores................................................................... 71
3.1.2.5 Levantamento das
iniciativas criativas para a sustentabilidade da Rua Mucugê 74
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 78
REFERÊNCIAS........................................................................................ 80
APÊNDICE................................................................................................ 85
ANEXO A.................................................................................................. 87
ANEXO B.................................................................................................. 88
ANEXO C.................................................................................................. 90
1 INTRODUÇÃO
Há
aproximadamente duas décadas o tema “Economia Criativa” tem encontrado o seu
espaço em vários países, até porque o desenvolvimento global apresenta as suas
expectativas nessa nova abordagem. Apesar de ser um tema relativamente novo
deriva de duas palavras que analisadas separadamente acompanham a humanidade há
séculos. A primeira é Economia, uma
ciência estudada por grandes e celebres pensadores como Marx e Schumpeter que
tanto contribuíram para o entendimento que temos hoje, e a segunda é Criatividade, um dom humano que em
alguns indivíduos transborda e perfaz os talentos da inovação.
Para Howkins
(2013, p. 12), economia e criatividade não são ciências novas, a novidade está
na essência e na influência que existe na relação entre elas e no formato de combinações
que criam valores e riquezas.
Nascida de um
vínculo entre o antigo e novo, traçada pelo caminho da indústria e da cultura
no encontro das atividades modernas, capaz de atrair o desenvolvimento, surgiu
em 1994 na Austrália inspirada no Projeto Creative
Nation que tinha por objetivo a defesa da importância do trabalho criativo, mas foi em 1997 no Reino
Unido que o conceito ficou definido, tendo sido identificados 13 (treze)
setores de maior potencial, as então chamadas “Indústrias Criativas”.
Em 2004 na
Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
realizada em São Paulo chegou ao solo brasileiro o conceito de Economia
Criativa. O Ministério da Cultura (MINC) lançou anos mais tarde em 1º de Junho de 2012 o Plano de Gestão
2011 a 2014, o ministério da Cultura criou também a Secretária da Economia Criativa (SEC) pelo Decreto 7743[1]
responsável por coordenar os setoriais: Artesanato, Arquitetura, Design e
Moda. Existe também o Observatório Brasileiro da Economia Criativa (OBEC) que
através da Portaria nº 01 de 08/02/2012,
tem a responsabilidade de desenvolver pesquisas, difundir dados e informações.
Na Bahia a
inserção da Economia Criativa deu-se em Abril de 2005 na cidade de Salvador, no
Fórum Internacional das Indústrias Criativas. A Bahia foi uma protagonista nas
discussões sobre os novos métodos que a Economia Criativa firma para o
desenvolvimento (REIS, 2013, p.08).
Por sua vez o Serviço Brasileiro de Apoio a
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), mediante as informações mundiais e
nacionais sobre o potencial da Economia Criativa para o desenvolvimento, cria
como plano estratégico a Unidade de Economia Criativa, responsável pelo Projeto
“Oficina SEBRAE de Economia Criativa e Cidades Criativas”, que percorreu 10
municípios entre o fim de 2012 e início de 2013, um desses municípios foi Porto
Seguro. A Oficina foi realizada no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) sendo apoiada por 190 pessoas entre vereadores, prefeitos e empresários
do Extremo Sul da Bahia.
Em Porto Seguro,
no povoado do Arraial D’Ajuda destaca-se a Rua Mucugê também conhecida como “a rua mais charmosa do Brasil”, um dos
muitos “ambientes criativos” de Porto Seguro, além de ser um ponto turístico
com as mais belas praias. Nessa mesma rua existe uma associação com 69
empresários ativos (dados do ciclo associativo de 2014), que desenvolvem
diversas ações e identificam a Rua Mucugê com sua representatividade
empresarial – O Acordo Mucugê – um Território Criativo objeto de estudo desta
pesquisa.
Com base nesses
pressupostos e no cenário surge o problema para a abordagem deste trabalho
acadêmico: Qual o grau de conhecimento que os agentes criativos do Acordo
Mucugê da cidade de Porto Seguro têm acerca da sua importância na Economia
Criativa?
Com ênfase nesta
problemática, esta pesquisa tem como objeto geral analisar o nível de
conhecimento dos agentes do setor acerca da importância na Economia Criativa.
Para alcançar o
almejado supracitado, a pesquisa tem como objetivos específicos levantar o grau
de entendimento e/ou conhecimento sobre o tema, identificar o que tem
proporcionado esse entendimento, identificar os perfis dos Agentes, identificar
os setores com maior potencial no Acordo Mucugê de Porto Seguro e levantar
quais são as iniciativas criativas para a sustentabilidade da Rua Mucugê.
Como suporte para
este trabalho acadêmico, a metodologia de pesquisa é descritiva, e tem como
objetivo descrever as características dos agentes criativos do Acordo Mucugê, e
visa descobrir possíveis associações entre variáveis como, por exemplo, os
perfis e o entendimento desses agentes criativos acerca de fatores que os
levaram a atuar de forma diferenciada (GIL, 1999, p.44).
Em relação aos meios, constituirá em uma
pesquisa de campo - realizada na Rua Mucugê onde ocorre o fenômeno e dispõe de
elementos para explicá-lo; documental e bibliográfica – consiste na exploração
de documentos do Acordo Mucugê; e em relatórios, livros e artigos de
instituições importantes e de renome, como SEBRAE, FIRJAN, UNCTAD, MINC entre
outros que forneçam uma base analítica sobre Economia Criativa (VERGARA, 2003,
p.48).
A pesquisa
classificada como quantitativa contará com a aplicação de um questionário
estruturado, para uma amostra não probabilística intencional de 69 sujeitos, os
quais foram escolhidos para maximização da representatividade do objetivo da
pesquisa, por possuírem características de agentes criativos conforme o método
do MINC (KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010, p.61).
Essa pesquisa
justifica-se academicamente por contribuir com a difusão da Economia Criativa –
seus setores compõem a 3ª maior indústria do mundo atrás apenas das indústrias
petrolíferas e armamentistas – e com o recente estudo desse setor para o
desenvolvimento socioeconômico e cultural, principalmente, por se tratar de um
setor da economia em grande expansão e que utiliza – assim como em todas as
instituições – de ferramentas, conceitos e métodos da Administração como
ciência sendo um possível apoio a futuras pesquisas nesse assunto.
Justifica-se também pela aplicabilidade do
Acordo Mucugê como representação dos empresários da Rua Mucugê e seus
interesses, e pelo fortalecimento institucional para manter e aumentar sua
representatividade, sendo um modelo de iniciativa.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1.1 ECONOMIA CRIATIVA
A economia criativa é reconhecida globalmente como uma
parte crucial e crescente da economia. Para Florida (2011, p. 44) “a prova de
que a economia criativa é em essência a economia atual, são essas construções
de infraestrutura econômica em torno das atividades que são predominantes e
categoricamente criativas”.
Segundo o primeiro relatório da UNCTAD (2008), os
setores criativos compõem juntos a 3° maior indústria do mundo atrás somente da
indústria petrolífera e armamentista e suas exportações superam U$ 500 bilhões.
No Brasil um estudo revelou que as 12 principais
indústrias criativas, foram responsáveis por 21% do total de empregos formais,
e contribuem para 16% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional, tendo uma
representatividade de 7,6 milhões de pessoas (UNCTAD, 2010, p.55). Por esses
motivos a governança e as esferas criativas estão a conceder cada vez mais
prestígio ao papel que ela desempenha como fonte de empregos, de riquezas e de
compromissos culturais.
Reis (2008, p. 15) ao descrever algumas das
características da economia criativa, ressalta que esta possui um elemento
renovável, que aumenta com o tempo – a criatividade – e que a concorrência
estimula o desempenho de novos modos de produção. Essas características tem a
capacidade de resgatar o cidadão e o consumidor socialmente e economicamente. A
economia criativa possui assim muito mais aspectos do que apenas um setor com
base na criatividade.
Meleiro e Fonseca
(2012) expõem as reais mudanças que a economia criativa oferece numa visão
global, além de exemplificarem territórios que utilizam ou introduziram a
economia como um método de desenvolvimento socioeconômico, proporcionam ainda
conceitos e exemplos práticos da cadeia produtiva da economia criativa.
Neste contexto
faz-se necessário entender o processo histórico da Economia Criativa para uma
melhor compreensão da sua evolução, seu valor no desenvolvimento social,
cultural, econômico e ambiental.
2.1.1.1 Fundamentos
Para Reis (2008,
p.16), o conceito teve origem no termo Indústria
Criativa inspirado no Projeto Creative Nation[2]
da Austrália em 1994, lançado
pelo então primeiro ministro Paul Keating[3]
que então formalmente desenvolveu uma política cultural. O mesmo afirmou
naquele momento que,
Esta política cultural é também uma política
econômica. Cultura cria riqueza. Amplamente definido, nossas indústrias
culturais gerar 13 bilhões de dólares por ano. Cultura emprega. Cerca de
336.000 australianos são empregados em indústrias relacionadas com a cultura.
Cultura agrega valor, faz uma contribuição essencial à inovação, marketing e
design. Ele é um emblema da nossa indústria. O nível de nossa criatividade
determina substancialmente a nossa capacidade de adaptação a novos imperativos
econômicos. É uma exportação valiosa em si mesma é um acompanhamento essencial
para a exportação de outras commodities. Ele atrai turista e estudantes. É
essencial para o nosso sucesso econômico. (KEATING, 1994).[4]
Através
de uma política cultural este projeto demostrou a importância da criatividade
para o desenvolvimento e para economia daquele país. Esse projeto possibilitou
a implantação em outros países como Reino Unido em 1997, onde a partir de uma
análise de tendências e vantagens competitivas, foram determinados quais os
setores que teriam potencial e seriam promissores no século XXI.
Ao longo desses processos de descoberta
de uma nova tendência na economia, que na verdade não é assim tão nova,
criaram-se vários conceitos para delimitar a economia criativa.
Segundo Howkins
(2013, p. 13), apesar de ter diferentes interpretações, é o negócio das ideias,
por meio do qual é feito a comercialização de novas ideias e invenções. Inclui
todos os atos criativos e o trabalho intelectual que cria valor econômico.
A economia
criativa possui como insumo a criatividade e é capaz de compreender setores e
processos culturais, através do modo de gerir local e da distribuição global de
bens e serviços com valorização econômica e simbólica (REIS, 2008, p. 23).
Fundamental para
a compreensão de como funciona nas economias dos países é preciso conceituar
primeiramente as Indústrias Culturais e
as Indústrias Criativas.
a)
Indústria
Cultural
O termo Indústria
Cultural nasceu no período pós-guerra, onde era utilizado para superestimar as
formas de distração das massas: filmes, revistas, jornais, músicas entre
outros. Anos mais tarde obteve outra definição, nesta caracteriza-se por uma
ação do mercado que transforma bens culturais em mercadorias. “A cultura tem as
mesmas doutrinas da produção econômica como: uso do capital humano, das
máquinas, alienação e divisão do trabalho, de produto trocado por dinheiro”
(TEXEIRA COELHO, 1997, p. 216).
Por conta disso
os consumidores estariam imersos em diversos conceitos de culturas e dos termos
atrelados a elas como cultura de massas, pop, erudita, superior ou popular. A
cultura popular está diretamente ligada aos valores dos povos, através dos
costumes e comportamentos, e possuem mudanças cíclicas, já a cultura popular
além de tradição e folclore, são todos aqueles modos e formas culturais
guardadas no tempo, que se espelham sem
variação e manifestam-se nos resquícios da história (TEXEIRA COELHO, 1997, p.
199).
Já a cultura erudita por sua vez está atrelada as artes e seu valor
agregado cresce com o tempo. A cultura de massa cresce entre indivíduos com a
mesma particularidade e possui uma disseminação maior, porém sem
autonomia.
Segundo Teixeira Coelho (1997, p. 102), a cultura é
expressa de muitas formas, por meio de nossas histórias, a nossa maneira de
viver, falar, conduzir a vida pública, relacionar com os outros, celebrar,
recordar o passado e imaginar o futuro. E explica que a cultura nada mais é que uma forma de
caracterização dos modos de vida de uma comunidade em seu aspecto global.
Por esse prisma a expressão cultural dá voz aos
indivíduos, desafios, percepções e ajuda a ver o mundo através dos olhos dos
outros. Segundo a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciências e a Cultura (UNESCO),
indústrias culturais são combinações de atividade que criam, produzem e
comercializam produtos e serviços de essência cultural e intangível, e define
assim sua importância na economia criativa, por valorização da cultura parte
essencial e singular do ser humano.
Sousa (2013) oferece uma visão crítica dos filósofos e sociólogos Theodor Ludwig
Wiesengrund-Adorno e Max Horkheimer os grandes intelectuais da Escola de
Frankfurt a respeito das indústrias culturais. Para eles a razão tecnológica
trouxe uma nova realidade social porem trouxe junto uma dependência do mercado,
pois ao mesmo tempo em que oferece uma satisfação e agrada os indivíduos pode
dominá-los e transformá-los em objetos, pois os produtos são vendidos e
adquiridos consensualmente.
b) Indústria
Criativa
Para DCMS[5]
(1998), na indústria criativa a propriedade intelectual é o diferencial, as
indústrias criativas tem origem na criatividade, na aptidão e nas habilidades
individuais, geram e exploram os direitos autorais, criam riqueza e suscitam
empregos.
Bendassolli,
Wood, Kirschabaum e Cunha (2008), apresentam uma definição do que seja
indústria criativa seus limites e possibilidades além da abordagem deste termo
no âmbito das políticas públicas, os autores exibiram um quadro com diferentes
referências da área, e expõem a forma de produção, as características dos
produtos, características de consumo, além de conceitos similares e as
diferenças entre a indústria criativa e cultural. Diferenças essas que veremos
no decorrer deste estudo.
Wachowicz,
et al (2011), descreve uma construção da economia preocupada com a
criatividade, com base em regulações para o direito autoral e a inserção da
economia criativa no Brasil, as dimensões públicas e privadas do direito
autoral, exemplificam essa realidade brasileira com a galeria de Rock em São
Paulo, e discorrem sobre a importância da Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada (EIRELI) como fator motivador no direito autoral e na
Empresa Individual Criativa (EIC).
Com base neste
pressuposto, o entendimento das indústrias criativas e culturais é a base para
compreender a economia criativa, por esse motivo é importante descrever as
diferenças entre elas em algumas abordagens. No estudo, “A Economia da Cultura
na Europa” (2006)[6],
identificou e tabelou as diferenças entre a indústria criativa e cultural como
veremos a seguir:
|
Indústrias
Criativas
|
Indústrias
Culturais
|
Abordagem
|
Econômica
|
Econômica/Estatística
|
Definição
|
Indústrias que
têm a sua origem na criatividade, competência e talento individuais e que têm
o potencial para criarem riqueza e emprego gerando e explorando a propriedade
intelectual.
|
Um conjunto de
atividades econômicas que aliam funções de concepção, de criação e de
produção a funções mais industriais de manufatura e de comercialização em
larga escala, através da utilização de suportes materiais ou de tecnologias
da comunicação.
|
Critérios
|
Criatividade como input
central no processo de produção.
Outputs caraterizados pela propriedade intelectual (e não apenas direitos de autor). |
Inputs destinados à
reprodução em massa;
Outputs caraterizados pelos direitos de autor (e não pela propriedade intelectual). |
Alcance
|
- Publicidade,
arquitetura, mercado de artes e antiguidades, artesanato, design, design de
moda, cinema e vídeo, software de lazer interativo, música, artes
performativas, publicidades, software e serviços de computador, rádio e
televisão.
- As atividades
incluem: criação, produção, distribuição, difusão, promoção, atividades
educativas relacionadas e atividades de imprensa relacionadas.
|
- Publicação
(livros, jornais, revistas, música), bem como a comercialização de livros,
gravações de som e imprensa.
- Atividades audiovisuais
(produção de filmes para televisão, de filmes institucionais ou
publicitários, de filmes teatrais, atividades técnicas relacionadas com a
televisão e o cinema, distribuição de filmes e vídeos, de rádio e de
programas de televisão para satélite).
- E atividades diretamente relacionadas (agências de
informação, multimídia e publicidade).
|
Fonte: Dossier de Economia Criativa (2010).
É necessário
compreender, que as indústrias culturais estão inseridas dentro das indústrias
criativas, a primeira compõe, estrutura e fortalece a segunda.
Com o propósito
de nivelar um entendimento sobre os termos geradores da Economia Criativa no
Brasil o MINC adotou no Plano Estratégico (2011, p.22), termos e conceitos mais
direcionados para realidade brasileira. O mesmo define que estes setores cujas
iniciativas produtivas geram um produto ou serviço criativo com valor simbólico
e riqueza cultural e socioeconômica são a base para a economia criativa
brasileira.
Figura 2: Economia Criativa - a ampliação dos
setores culturais e a dinâmica de funcionamento dos seus elos.
Fonte: Plano
da secretária da Economia Criativa (MINC, 2011, p. 23 e 24).
Como observado na
figura 2, os setores criativos englobam os setores culturais e dessa forma o
MINC (2011, p. 23) analisa a economia criativa a partir de dinâmicas culturais,
sociais e econômicas e constroem com essas dinâmicas, ciclo no processo
produtivo, com características e particularidades simbólicas.
2.1.1.2 Classificação dos setores criativos
Assim como o
conceito de economia criativa tem diferentes interpretações de acordo com os
países e organizações, a classificação dos setores criativos sofre interação
dos diferentes conceitos, são inúmeros e obedecem a diversos critérios. Neste
contexto, será feito um levantamento dos diferentes escopos de classificação,
até chegar o método do MINC – modelo utilizado neste trabalho.
A UNESCO apesar
de ter criado um dos primeiros métodos em 1986, sofreu modificações e
atualizações desde então, a seguir será mostrado o primeiro modelo escopo de
categorias da economia criativa.
O escopo proposto
pela UNESCO como mostra a figura 3, é divido em duas macro categorias: as de
setores criativos nucleares – que são em essência criativos, e os setores
criativos relacionados – estes não são em essência criativos mas se relacionam
com o primeiro. Temos ainda os setores denominados transversais que compõem,
fortalecem e dão suporte aos dois primeiros.
Figura 3: Escopo dos Setores
Criativos.
Fonte: UNESCO (2009 apud
MINC 2011, p. 27).
A figura 4, o
quadro mostra as atividades associadas aos setores criativos nucleares para uma
melhor compreensão.
Figura 4: Quadro das atividades associadas
aos Setores Criativos Nucleares.
Setores
Criativos Nucleares
Macro categorias |
Atividades
Associadas
|
A.
Patrimônio natural e cultural
|
·
Museus
·
Sítios históricos e arqueológicos
·
Paisagens naturais
·
Patrimônio cultural
|
B.
Espetáculos e celebrações
|
·
Artes de Espetáculos
·
Festas e festivais
·
Feiras
|
C.
Artes Visuais e Artesanato
|
·
Pintura
·
Escultura
·
Fotografia
·
Artesanato
|
D.
Livros e periódicos
|
·
Livros
·
Jornais e revistas
·
Outros materiais impressos
·
Bibliotecas (incluindo as virtuais)
·
Feiras de livros
|
E.
Audiovisual e mídias interativas
|
·
Cinema e vídeo
·
TV e rádio (incluindo internet)
·
Internet podcasting
·
Videogames (incluindo online)
|
F.
Design e serviços criativos
|
·
Design de modas
·
Design gráfico
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Design de interiores
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Design paisagístico
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Serviços de arquitetura
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Serviços de publicidade
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Fonte: UNESCO (2009 apud MINC, 2011, p.28).
Por sua vez a figura 5, mostra as definições dos
setores de acordo com Howkins (2013), atrelados aos setores definidos pela
UNESCO:
Figura 5: Quadro dos Setores e Áreas das
Indústrias Criativas e definições.
Setor / Área
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Definição
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Propaganda
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A propaganda passou de publicidade tradicional, para uma
publicidade com novas relações com tecnologia, está mais ao alcance de seus
clientes, ao criar logotipos, marcas e slogans. A publicidade na economia
criativa deixa de ser apenas um negócio de direitos autorais.
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Arquitetura
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A arquitetura é uma atividade composta de direitos
autorais. Seu tamanho no mercado
reflete diretamente sua participação na economia de um país.
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Artes
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Tanto os museus quanto as galerias compõem estes mercados
além de contribuir com artes de alta qualidade e especialiada, este
negóciotem por objetivo a proteção e celebração do novo, a valoração do
patrimônio e destaca a escassez.
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Artesanato
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Compõem dois mercados diferentes – o primeiro o da arte –
nesse são exibidos em galerias com uma habilidade criativa diferenciada, - o
segundo no mercado de massa – neste a qualidade e preço são analisados a cima
da arte.
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Design
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É o desenvolvimento e criação de conceitos para tornar
ótimos a aparência, valor e função de um produto ou serviço.
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Moda
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Uma mistura outros setores como
varejo, manufatura, arte, artesanato.
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Filme
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Trabalho de denominação com proteção dos direitos autorais
e posteriormente vendidos ou distribuidos em outros países.
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Música
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Composta por quatro como: criação, desempenho, gravação de
som e direitos autorais. Tem como característica a intangibilidade.
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Artes Cênicas
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São habilidades que envolve escrever, produzir, dirigir e
executar; Design, iluminação e som, conjunto de decisões, de
marketing, e administração.
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Publicação
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São atividades de exposição, divulgação e disseminação dos
produtos literários.
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P&D
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São as atividades de cunho científico e técnico, desempenhadas
por instituições e organizações de pesquisa.
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Software
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Apesar da disseminação de códigos abertos, a programação é
claramente criatica e produzem propriedade intelectual.
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Jogos de computador (game eletrônico)
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Este setor é composto por três setores: jogos com
dispositivo, jogos de CD ou DVD e jogos da Internet.
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Rádio e TV
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Consiste integração
de mídias com transmissão de som e exibição de vídeo.
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Fonte: Adaptado Howkins (2013, p. 110 a 141).
Contudo a UNCTAD
ao produzir seus relatórios de economia criativa 2008 e 2010, classificou os
setores criativos a partir de 04 (quatro) modelos distintos. São eles:
·
Modelo do DCMS do Reino unido;
·
Modelo de textos simbólicos[7];
·
Modelo de círculos concêntricos[8]
e;
·
Modelo de direitos autorais da OMPI[9].
A figura 6
demonstra as indústrias incluídas em cada modelo.
Figura 6: Quadro dos Sistemas de
classificação para as indústrias criativas derivados de diferentes modelos.
Modelo do DCMS
do RU (01)
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Modelo de
Textos Simbólicos (02)
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Modelo de
Círculos Concêntricos (03)
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Modelo de
Direitos Autorais da OMPI (04)
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Publicidade
Artes e antiguidades Artesanato Design Moda Filme e vídeo Música Artes cênicas Editoras Software Televisão e rádio Vídeo games e Jogos de Computador |
Indústrias culturais centrais: Publicidade
Filmes Internet Música Editoras TV e rádio Vídeo games e Jogos de Computador.
Indústrias culturais periféricas:
Artes cênicas.
Indústrias culturais sem distinção fixa:
Eletrônica para consumidor Moda Software Esporte. |
Artes criativas centrais:
Literatura Música Artes cênicas Artes visuais.
Outras indústrias culturais centrais:
Filmes Museus e Bibliotecas.
Indústrias culturais mais amplas:
Serviço de patrimônio Editoras Gravações de som TV e rádio Vídeo games e Jogos de computador.
Indústrias relacionadas:
Publicidade Arquitetura Design e Moda. |
Indústrias centrais de direitos autorais:
Publicidade Sociedades de gestão coletiva Filmes e vídeos Música Artes cênicas Editoras Software TV e rádio Artes gráficas e visuais.
Indústria de direitos autorais interdependentes:
Material de gravação em branco Instrumentos musicais Papel Fotocopiadoras Equipamento fotográfico.
Indústrias de direitos
autorais parciais:
Arquitetura Vestuário, calçados Design Moda Utensílios domésticos Brinquedos. |
Fonte: UNCTAD (2010, p. 07).
Portanto para
UNCTAD (2010, p. 08), as categorias foram construídas a partir dos 04(quatro)
modelos anteriormente abordados, classificando-a e dividindo-a em 04(quatro)
grupos de importância; estes são subdividas e formam 09(nove) subgrupos. Como
mostra a figura 7 a seguir.
Figura 7: Classificação da UNCTAD para as
indústrias criativas.
Fonte: UNCTAD
(2010, p. 08).
A decisão de usar
o conceito indústrias criativas foi tomada na XI Conferências Ministerial da UNCTAD,
em 2004. A abordagem utilizada visava apoiar e ampliar o conceito de
criatividade. Para o relatório UNCTAD (2010, p. 07) é importante diferenciar,
“atividades upstream” (atividades
culturais tradicionais, tais como artes cênicas ou visuais) de “atividades downstream” (que possuem uma proximidade
muito maior como mercado, como publicidade).
Como
anteriormente citado serão utilizados os conceitos e classificações do MINC,
pois seu objetivo é nivelar e caracterizar de acordo com a realidade local, que
por sua vez utiliza-se dos conceitos redefinidos pela UNESCO e UNCTAD, para
então obter uma classificação mais racional com a realidade brasileira. A
figura a seguir exibe a classificação definida pelo MINC.
Figura 8: Escopo das Categorias e Setores
Criativos.
Fonte: MINC
(2011, p. 30).
A
Federação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) em conjunto com o
MINC, utilizou a estrutura do escopo da UNESCO para desenvolver o fluxograma da
cadeia da indústria criativa brasileira, nele estão descritas minuciosamente as
indústrias nucleares, as atividades relacionadas e as de apoio como mostra a
figura 9 a seguir:
Figura 9: Fluxograma detalhado para a cadeia
de indústria criativa do Brasil.
Fonte: FIRJAN
(2012, p. 02).
O MINC (2011, p. 33), definiu 04(quatro)
princípios norteadores capazes de potencializar e ajustar a Secretária de
Economia Criativa (SEC) à realidade brasileira. Como mostra a figura 10, a
economia criativa no contexto brasileiro deve se adequar de modo consistente a
realidade local, com a adesão de conceitos respeitáveis como a diversidade
cultural, a sustentabilidade na percepção do desenvolvimento, a inovação e a
inclusão da cooperação e da solidariedade na economia.
Figura 10: A economia criativa brasileira e
seus princípios norteadores.
Fonte: MINC
(2011, p. 33).
Depois de identificado o método que será
utilizado, outra questão encontra seu espaço neste estudo; identificar as
vertentes ligadas à economia criativa.
2.1.1.3 Vertentes da Economia Criativa
Ao seguir o direcionamento desta pesquisa
para o quê seja Economia Criativa foi encontrado uma miríade de vertentes e
possibilidades. Entender o que seja cada vertente irá contribuir na compreensão
de qual foi o objeto de pesquisa deste trabalho e porque ele foi escolhido.
a)
Cidades
criativas
Seu surgimento ocorreu no final de 1980, numa
resposta à reestruturação das cidades em reação as mudanças globais, mas veio a
ser mais utilizada no inicio de 1990, como uma corrente de pensamento onde
precisavam ser criadas condições para a população pensar, criar e agir, pois
pessoas comuns podem fazer coisas extraordinárias.
Este conceito tem como uso a revitalização
das cidades na busca de novos futuros ao enfatizar os serviços e artes
diferenciadas, o entretenimento diversificado, e a valorização do patrimônio
histórico, ao abraçar os atos contemporâneos de criatividade. O emprego deste
conceito também está internamente ligado ao fator desenvolvimento, nas
estratégias e no foco cultural. O relatório da UNCTAD (2010, p. 12) descreve
que o conceito de cidade criativa “é um complexo urbano em que os vários tipos
de atividades culturais constituem um componente integral do funcionamento
econômico e social da cidade”.
Já o plano da Economia Criativa desenvolvido
pela SEC, exemplificam 03 (três) características fundamentais. [...] Um estudo
comparativo desenvolvido junto a 18 autores de 13 países tão diversos como
Taiwan, Noruega, África do Sul e Estados Unidos revelou que uma cidade criativa
– independentemente de sua escala, de seu contexto socioeconômico ou de seu
histórico – apresenta três características básicas: inovações tecnológicas,
sociais, culturais ou outras; as conexões entre os agentes, cidades, o
público, o privado, a economia, cultura e as demais; cultura – pelo
reforço simbólico (MINC, 2011, p. 77).
Para Reis (2008, p. 136), se as cidades
criativas são agentes transformadores sociais, culturais e econômicos, capazes de
mudar as relações que estabelecem entre si, essas cidades são capazes de se
transformar em catalisadores e de encontrar dentro de si a solução para
problemas de diversos aspectos. São cidades que transformam a sua realidade
socioeconômica em um meio mais singular, criativo e específico de identidade
cultural, capaz de atrair recursos diversos para cultura local.
Contribui também ao descrever a cidade
criativa como um espaço civilizado direcionado à inovação e à cultura. Sendo o
ato de inovar, o resultado da materialização da criatividade geradora de
valores nas atividades econômicas, sociais e culturais (REIS; KAGEYAMA, 2011,
p.85).
Nesse contexto supracitado é importante
identificar a cultura local, pois a sua originalidade é singular e criar uma
aliança nas diferentes instituições dessas cidades para a construção de uma
base sólida no processo de criação.
O relatório UNCTAD evidencia Londres como um
bom exemplo de cidade criativa;
[...]
as indústrias criativas formam o segundo maior setor na economia londrina.
Entre 1995 e 2001, as indústrias criativas de Londres cresceram mais
rapidamente do que qualquer outra grande indústria, com exceção dos serviços
financeiros e de negócios, contabilizando de 20% a 25% do aumento de emprego na
cidade para o período. (UNCTAD, 2010, p.14).
b)
Classes
criativas
Após o nascimento da economia criativa houve
mudanças intensas nas distribuições das pessoas, classes de “trabalhadores do
conhecimento” assim chamados por Peter Drucker, estes surgiram com uma
importância e com um papel diferente na economia. A classe criativa é definida
pelo compartilhamento de valores, tradições e hábitos em um grupo de pessoas
com modos semelhantes. Modos esses que formam parte das mudanças à medida que a
economia muda (FLORIDA, 2011, p. 68).
Ao falar de classes criativas nesse contexto
vemos que esses indivíduos que compartilham interesses, compartilham também
criatividade. O que define as relações que essas classes possuem são as
atividades econômicas.
Florida (2011, p.22) também explica que essa
classe criativa partilha os mesmos éthos[10]
criativos e segundo ela valoriza a criatividade, a individualidade, as
diferenças e o mérito.
Essa classe criativa que envolve pessoas é
diferenciada pelo conjunto de três fatores: o conhecimento e o domínio dos
recursos tecnológicos (as infraestruturas tecnológicas onde vão fluir,
circular, e interagir os produtos criativos); o talento individual, sobretudo o
talento potenciado pela convivência dos talentos; e a abertura à tolerância,
própria destas comunidades diversificadas. (REIS; KAGEYAMA, 2011, p. 79)
c)
Aglomerados,
Clusters, Territórios e Polos criativos.
O modelo de aglomerado não se reduz aos
setores criativos, formados institivamente são pautados com estratégia
competitiva para os que integram estes aglomerados.
Segundo Porter (1990), esses aglomerados tem
como especificações: o aumento da concorrência e geração de padrões; incentivo
a colaboração e a difusão de praticas entre empresas; desenvolvimento de um
local sofisticado; estimulo de inovações e melhora do marketing;
desenvolvimento de uma marca; ajuntamento de alianças e redes; apoio
profissional especializado.
O modelo de Porter na figura 11 é uma versão
simplificada da forma de diamante defendida por ele, e nesta aparecem às fontes
das vantagens competitivas que são bem atribuídas à economia criativa.
Figura 11: Diagrama simplificado do modelo de
aglomerado de Porter (1990).
Fonte: UNCTAD
(2010, p. 80).
Por sua vez, os
clusters criativos são
agrupamentos de coletividades espaciais com prestígio direto nos produtos e
serviços, ou seja, esses agrupamentos de empresas atuam e alimentam-se uns dos
outros em determinado setor criativo, operam também no movimentar de pujanças
com instituições privadas e públicas.
Os Clusters criativos nada mais
são do que iniciativas que podem se disseminar entre profissionais e
empreendedores em geral, tendo como características: o amparo, a base e o
sustento mútuo, ao ativar as estruturas físicas, soluções financeiras e
tecnológicas, aptidão humana e capacidade produtiva; tudo isso ligados a atos
direcionados a cooperação horizontal e ou vertical.
Para
Reis e Kageyama (2011, p. 168) tem relação às questões socioeconômicas quando
desenvolvem clusters, pois há uma cobertura de intercâmbio de conhecimento
entre os agentes desses arranjos criativos tanto físicos como virtuais nas
cidades, e também ao favorecer e incrementar a troca e a parceria mutua.
Já os territórios criativos são ambientes
culturais e turísticos bem superiores, onde a comunidade tem por característica
a vocação para as artes em geral e a hospitalidade. Segundo o Plano da SEC,
territórios abrangem espaços como polos, cidades e bacias (regiões geográficas
convergentes com os afluentes formando bacias hidrográficas), tais locais
experimentam diariamente relações como uma espécie de laboratório de
criatividade, pois é uma síntese na elaboração de culturais diárias.
Por sua vez a SEC ao definir polos criativos,
descreve como sendo uma coletividade de iniciativas criativas geograficamente
conexas e ligadas a um território, porém em menor dimensão literalmente, bem
associada a bairros criativos. Estes polos apresentam laços de aprendizagem,
cooperação social e civil, interação e produção de bens e serviços.
Não existindo por tanto uma definição por
dimensão territorial objetiva, para determinar as diferenças entres
aglomerados, clusters, territórios e polos criativos.
d)
Ativos
criativos
O
conceito de ativo em contabilidade tem por significado uma terminologia básica empregada para publicar “a reunião de
valores, bens tangíveis ou não e créditos responsável pela configuração do patrimônio pessoal ou coletiva, em um devido momento com custos
avaliados relativamente[11]”.
Porém os ativos intangíveis,
uma configuração dos ativos criativos tem como definição a capacidade da
empresa em satisfazer seus clientes ou o conhecimento organizacional de criar
vantagens competitivas. Os ativos intangíveis envolvem patentes, capital
intelectual, direitos autorais, processos de trabalhos, liderança e sistemas de
informações (KAPLAN; NORTON, 2004, p.207).
Para economia criativa os
ativos criativos são aqueles caracterizados pela intangibilidade, ou seja, são
imateriais constituídos por marcas, patentes, processos e direitos pertinentes
a uma organização e tem variação e são sujeitos as atividades. Contabilizados
ou não, possuem valor e podem acrescentar vantagens competitivas.
Segundo Kaplan e Norton
(2004, p. 32) “o valor do dos ativos intangíveis emerge de uma combinação
eficaz com outros ativos, tantos tangíveis quanto intangíveis”.
Contudo os bens tangíveis
também compõem a economia criativa, são todos aqueles bens físicos necessários
para a atividade criativa.
e)
Empreendedores
criativos
Conforme Chiavenato (2007, p.03), o
empreendedor assume riscos e responsabilidades e inova continuamente, para
iniciar e/ou operar um negócio no processo de realizar uma ideia ou projeto
pessoal. E possui três características básicas: necessidade de realização,
inclinação para assumir riscos e autoconfiança.
Ao seguir essas premissas e na conceituação
do que sejam empreendedores criativos, é correto afirma que somada às
características básica da economia criativa com as características do
empreendedorismo identifica-se o conceito de empreendedor criativo.
Para Moraes (2013, p.58) o empreendedor
criativo deve possuir relações concretas para que possa alcançar boas e não tão
boas situações no cenário de mudanças em que se está inserido para ter a
possibilidade de analisar as opiniões e então tomar as melhores decisões.
Howkins (2013, p.156) defende que os
empreendedores criativos usam a criatividade para libertar a riqueza que se
encontra dentro deles e que se bem administrada gerará mais riqueza.
2.1.1.4 Valor e Poder Simbólico da Economia
Criativa
Valore é uma
reunião de particularidades de uma pessoa ou organização, que
define a maneira como estas se comportam e interagem com outros e com o meio em que
vivem.
De acordo com Ostrower (2001, p. 101), por mais sensível que seja o
indivíduo, inteligente, com pleno acesso às informações possíveis em um dado
momento, com grande poder de imaginação e com igual poder de articulação na
linguagem por ele escolhida – existem aspectos valorativos que estão fora de
seu âmbito pessoal.
A palavra valor pode ter variados significados tais como talento, honra,
bravura e coragem. Na economia criativa a existência desses aspectos
valorativos, contribuiu para a modelagem das dimensões com que lidam as
Indústrias Criativas:
·
Valor estético –
Este espelha a beleza e forma, direcionado a aspectos e características
estéticas. Na produção das obras de artes existe uma enorme gama de fenômenos
estéticos como: as diferentes formas, as técnicas, a relação da ideia,
materiais e formas de artes.
·
Valor espiritual –
Este difunde a espiritualidade secular ou religiosa, a relação do homem com
Deus, com características apoiadas na compreensão, discernimento e
sensibilização.
·
Valor social –
Uma perspectiva importante do trabalho criativo é a competência de instituir
liames entre as pessoas, que de outra forma, não se conheciam.
·
Valor histórico – A
importância das realizações criativas e culturais é que elas repercutem
rapidamente a situação da ocasião de criação e do criador, sendo capaz de
garantir uma continuidade histórica.
É crucial a seriedade do valor refletido na
economia criativa.
A equação preço
= valor não funciona porque a própria equação – preço igual a valor – não
existe. Preço não é igual a valor. Nada é igual a valor. Só o valor é valor. As
genuínas realizações humanas são valores. [...] Sua criatividade e suas
criações são valores. São valores de produtividade humana, valores de
consciência. São intraduzíveis. Não tem preço (Ostrower, 2001, p. 143).
Por sua vez, a economia criativa possui
também uma cumplicidade capaz de ser caracterizada como um poder simbólico, que em sua essência, é o poder
invisível que os agentes que o possuem, mas não sabem que lhe estão sujeitos ou
que o exercem no meio em que vivem (BOURDIEU, 2003, p. 07 - 08).
No caso da
economia criativa esse poder simbólico está apenas no ato de criar e inovar, ao seguir essa lógica a economia criativa
revela-se como a economia do simbólico, provida de agentes criativos e
intangíveis. Que respaldam os atributos do ser simbólico tanto no caráter
valorativo como na faculdade simbólica.
Contudo esse poder nasceu na inserção do mercado de
bens simbólicos, embora por muitos anos a vida artística e intelectual tenha
sido comanda pela aristocracia e pela igreja. Esse nascimento se deu no
decorrer das transformações e na constituição de um público virtual
diversificado, na constituição de empresários e produtores desses bens
simbólicos e nas instâncias de difusão desses mesmos bens (BOURDIEU, 2007,
p.100).
Por este motivo o ciclo toma seu ponto de partida no
valor e poder simbólico do ápice da criação, da inovação e no ato de
empreender. Portanto as conexões da comunicação na economia criativa constituem
sempre ligações de poder e valor que dependem do capital imaterial ou simbólico
acumulado pelos agentes e pela cultura nela empregada.
2.1.2 PILARES DA ECONOMIA CRIATIVA
Expedir e
armazenar informações, converter essas informações em experiências, cultura,
arte, e conhecimento, são predicados de uma nova revolução socioeconômica cujo
resultado é comparado ao da Revolução Industrial. O uso da criatividade como
ferramenta de trabalho, as mudanças na economia, a propagação do ato de
empreender, os lançamentos inovadores e a difusão da sustentabilidade deixou de
ser domínio de poucos e foi transposto para o dia-a-dia da sociedade atual
(REIS, 2008, p. 56).
A economia
criativa construiu pilares desenhados na realidade dos novos tempos e
introduziu a melhoria de produtos e serviços em virtude dos padrões globais de
qualidade que dela advêm.
2.1.2.1 Criatividade
A criatividade é o 1°(primeiro) pilar de sustentação
da economia criativa, pois é através dela que os setores criativos possuem o
seu diferencial. O termo criatividade é originário do latim creatus,
cujo significado é criar, especificado como a “qualidade ou característica de
quem é criativo; inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos,
para criar, inventar, inovar.” ( PFEIFER, 2001, p.26).
A criatividade é
uma competência nascida com o ser humano, em máximo ou mínimo coeficiente, de
acordo com as formações e as vivências do indivíduo. Porém, é na atmosfera
ambiental e social no qual o ser pensante vive que se aperfeiçoa e oferece
quantidades de incentivos físicos, sensoriais e experienciais, que operam no
desenvolvimento da habilidade de aprender e ser criativo.
Criar é, basicamente, formar. É poder dar forma a algo novo. Em qualquer
que seja o campo de atividade, dar novas coerências que se estabelecem para a
mente humana, fenômenos relacionados de modo novo e compreendidos em termos
novos. O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender, que por
sua vez nos permite relacionar, ordenar, configurar, significar (OSTROWER,
2001, p. 08).
Um fator
admirável na criatividade é a seriedade do que diz respeito à realização pessoal,
pois o método criativo proporciona ao criador essa sensação depois de findado o
seu projeto. É também um artifício de sobrevivência aproveitado pelo individuo
desde antigos tempos, na assistência de problemas como também no ato originário
das principais invenções. A criatividade é a “palavra de definições múltiplas,
que remete intuitivamente à capacidade não só de criar o novo, mas de
reinventar, diluir paradigmas tradicionais, unir pontos aparentemente
desconexos, e com isso, equacionar soluções para novos e velhos problemas”
(REIS, 2008, p. 15).
No entanto,
atributos da criatividade podem existir em distintas especialidades do
empreendimento humano ou pelo menos serem articuladas. De qualquer forma,
independente da interpretação dada à criatividade, ela é um fenômeno
determinante para a economia criativa.
Para Howkins
(2013, p. 26), existem dois estágios da criatividade: o primeiro visa a
realização das pessoas enquanto indivíduos sendo uma particularidade universal
que está enraizada na sociedade livre ou totalitária. O segundo diz respeito à
origem de produtos e serviços criativos nas sociedades industriais, que
atribuem um valor maior à novidade, à ciência e à inovação tecnológica bem como
aos direitos de propriedade autoral e intelectual.
Quando se faz um
paralelo com a administração é preciso entender dois sistemas de valores; o
primeiro são os valores materiais tangíveis e o segundo é o valor intangível. É
neste aspecto que entra a administração da criatividade, pois envolvem saber
explorar os dois sistemas, de forma ativa, com ferramentas apropriadas e com o
uso dos vários tipos de criatividade.
Na figura 12, é
possível observar a inter-relação dos tipos de criatividade, no que diz
respeito à criatividade tecnológica, esta pode ser utilizada em maior ou menor
quantidade. Essa inter-relação ainda é mais perceptível quando correlacionada
com exemplos do cotidiano. No caso da criatividade cultural esta abrange a
habilidade de produzir ideias inovadoras e originais com modelos que nos
permitem decifrar um mundo de imagens, sons e textos. Na criatividade econômica
as práticas de negócios e inovações em tecnologia são o ponto forte, já na
criatividade científica a base é a busca pela solução de problemas através de
experimentos e conexões inovadoras.
Figura 12: Criatividade na economia atual.
Fonte: UNCTAD
(2010, p. 03).
Howkins (2013, p.150) ressalta que as empresas da economia tradicional
atuam com recursos materiais escassos, já a economia criativa e seus agentes
utilizam recursos que são ilimitados e dos quais possuem o direito intelectual
mesmo que por curto prazo, ou seja, a criatividade.
2.1.2.2 Inovação
“A prática da
criatividade traz o exercício natural da inovação” (PREDEBON, 2001, p. 216).
Do latim innovatione, denota “ato ou
efeito de inovar; aquilo que é novo, coisa nova, novidade.” A inovação é o
segundo pilar da economia criativa, resultado do processo criativo, ou seja, a
inovação é o resultado da criatividade aplicada, é a criatividade materializada
em produtos e serviços. Não existe inovação sem antes nascer à criatividade
(PREDEBON, 2001, p. 189).
A inovação na
economia criativa introduz no mercado as ideias criativas, os produtos e
serviços, os processos do setor criativo, mas nem sempre o ato criativo se
torna num ato inovador, pois muitas ideias criativas não são aplicáveis na
prática, são inviáveis, ou seja, a inovação é a aplicabilidade e viabilidade da
ideia criativa.
Para Predebon
(2001, p. 48) a inovação é a manifestação da prática diária da criatividade,
capaz de resolver problemas, descobrir caminhos novos e oportunidades.
Outro ponto a ser
vislumbrado na economia criativa, são as geradoras e centros de inovação como
as empresas, indústrias e o setor criativo que investe em pesquisas e
desenvolvimento (P&D) de produtos, com o interesse em novas tecnologias, em
capital intelectual e gerenciamento de tempo, na busca de um diferencial
competitivo.
Para Predebon
(2001, p. 200), ainda se encontram nas empresas muitas barreiras à inovação,
como o excesso de normas, estratégias e posturas rígidas, rigorosa dependência
dos números, processos divididos em segmentos, subordinação cega e segurança
total como tradição. Estes excessos são capazes de criar rupturas que além de
dificultar o processo de inovação podem também maximizar os custos
operacionais.
Para Schumpeter
(1997, p. 134) a inovação é arriscada e muitas vezes impossível para muitos
produtores; de fato a criatividade e a inovação são fatores de riscos para
muitos empresários, mas não deixam de ser um diferencial. O resultado de uma
inovação bem sucedida é o lucro empresarial.
Já para Hitt,
Ireland e Hoskisson (2011, p. 373), é sobretudo em ambientes competitivos, que
a inovação é o resultado que as empresas buscam, por meio do empreendedorismo
tornando-se assim um modelo de sucesso empresarial.
Na economia
criativa a inovação está em muitos aspectos processuais, de produtos e bens e
sobre tudo na prestação de serviço, que tem um modo singular de materializar a
criatividade. Para gerar inovação é preciso liberta-se da busca de futuros
plausíveis (DEHEINZELIN, 2012, p. 13).
Schumpeter (1997)
adverte que existem três tipos de atividades distintas que são de inovação:
invenção - que é criar produto, serviço ou processo, ato criativo; inovação -
materialização do ato criativo e; imitação - adoção da inovação por empresas
não geradoras do processo da inovação.
A inovação não é
um assunto novo, mas apenas nos últimos anos tem sido vista de uma forma
diferente. Ela compõe o conceito da economia criativa por ser uma
característica que induz a competitividade das empresas.
Para Reis (2011, p. 11) a economia criativa
passou de um estágio de competitividade baseado em investimentos, para um
estágio baseado em inovação sendo eficiente e sustentável.
As empresas buscam
conquistar a sua fatia no mercado, ter o diferencial e serem valorizadas, e a
inovação é a ferramenta capaz de aumentar a produtividade da empresa. A
inovação na economia criativa relaciona-se com o produto ou serviço, com as
tecnologias, no conhecimento tanto do direito autoral como da inteligência e do
capital competitivo individual ou coletivo (MORAES, 2013, p.64).
2.1.2.3 Empreendedorismo
De origem francesa entrepreneur, significa capacidade de admitir os riscos de começar
algo diferente. O conceito de empreendedorismo advém de variados fatores, no
Brasil um dos eventos geradores foi o aumento do desemprego causado pela
instabilidade da economia e pelas obrigações provenientes do acontecimento
chamado globalização (DORNELAS, 2005, p. 24).
O desemprego foi um fator determinante para
o surgimento de novos negócios no Brasil, onde os desempregados juntaram as
suas economias e apostaram em negócios próprios, alguns na economia informal
,outros motivados por novas ferramentas apostaram nos negócios na internet.
Dornelas (2005, p. 26) ressalta que o
movimento tomou forma a partir de 1990, quando entidades como o SEBRAE e
Sociedade Brasileira para Exportação de Software (SOFTEX) foram criadas.
Segundo o mesmo, o crédito da definição de empreendedorismo é de Marco Polo
responsável por estabelecer uma rota comercial para o Oriente, pois assumiu
riscos ao aceitar um papel ativo na comercialização de mercadorias de um homem
que possuía dinheiro. Marco Polo entrou com o trabalho e o outro com o capital
financeiro.
Muitas vezes se confunde empreendedor com o
administrador por terem características similares, mas vale ressaltar que todos
os empreendedores pela necessidade precisam ser bons administradores, porque o
empreendimento demanda esse aspecto, contudo isso não quer dizer que todos os
administradores são empreendedores.
Segundo Howkins (2013, p. 156), os
empreendedores criativos possuem características como: visão, foco, perspicácia
financeira, orgulho do que fazem e urgência para fazê-lo. E que apesar da
economia de “aço[12]”,
esses empreendedores podem abrir o seu próprio negócio, pois a economia
criativa os anima para isso.
A figura 13 exibe o quadro das
características que um empreendedor possui além das qualidades administrativas,
que percorrem âmbitos pessoais, sociais e ambientais.
Características
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Descrição
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São visionários
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Eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio
e sua vida, e o mais importante: eles têm a habilidade de implementar seus
sonhos.
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Sabem tomar decisões
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Eles não se sentem inseguros, sabem tomar decisões
corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo
isso um fator-chave para o seu sucesso. E mais: além de tomar decisões,
implementam suas ações rapidamente.
|
São indivíduos que fazem a
diferença
|
Os empreendedores transformam algo de difícil
definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando
o que é possível em realidade (Kao,1989; Kets de Vries, 1997). Sabem agregar
valor aos serviços e produtos que colocam no mercado.
|
Sabem explorar ao máximo as
oportunidades
|
Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles
que as veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os visionários (os
empreendedores), as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver,
mas não identificaram algo prático para transformá-las em oportunidades, por
meio de dados e informação. Para Schumpeter (1949), o empreendedor é aquele
que quebra a ordem corrente e inova, criando mercado com uma oportunidade
identificada. Para Kirzner (1973), o empreendedor é aquele que cria um
equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e
turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. Porem,
ambos são enfáticos em afirmar que empreendedor é um exímio identificador de
oportunidades, sendo um individuo curioso e atento a informações, pois sabe
que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta.
|
São determinados e dinâmicos
|
Eles implementam suas ações com total comprometimento.
Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar
de “fazer acontecer”. Mantem-se sempre dinâmico e cultivam certo
inconformismo diante da rotina.
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São dedicados
|
Eles se dedicam 24h por dia, 07 dias por semana, ao seu
negócio. Comprometem o relacionamento com amigos, com a família, e até mesmo
com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando energia para
continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São incansáveis e
loucos pelo trabalho.
|
São otimistas e apaixonados
pelo que fazem
|
Eles adoram o trabalho que realizam. E é esse amor ao
que fazem o principal combustível que os mantem cada vez mais animados e
autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e
serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo. O otimismo faz com que
sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso.
|
São independentes e
constroem o próprio destino
|
Eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do
próprio destino. Querem ser independentes, em vez de empregados; querem criar
algo novo e determinar os próprios passos, abrir os próprios caminhos, ser o
próprio patrão e gerar empregos.
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Ficam ricos
|
Ficar rico não é o principal objetivo dos
empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos
negócios.
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São lideres e formadores de
equipes
|
Os empreendedores tem um senso de liderança incomum. E
são respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los,
estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si. Sabem que,
para obter êxito e sucesso, dependem de uma equipe de profissionais
competentes. Sabem ainda recrutar as melhores cabeças para assessorá-los nos
campos onde não detêm o melhor conhecimento.
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São bem relacionados
(networking)
|
Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos
que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes,
fornecedores e entidades de classe.
|
São organizados
|
Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos
materiais, humanos, tecnológicos e financeiros, de uma forma racional,
procurando o melhor desempenho para o negócio.
|
Planejam, planejam,
planejam.
|
Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu
negócio, desde o primeiro rascunho de plano de negócios, até a apresentação
do plano a investidores, definição das estratégias de marketing do negócio
etc., sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem.
|
Possuem conhecimento
|
São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois
sabem que quanto maior o domínio sobre o ramo de negócio, maior é sua chance
de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática, de informações
obtidas em publicações especializadas, em cursos, ou mesmo de conselhos de
pessoas que montaram empreendimentos semelhantes.
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Assumem riscos calculados
|
Talvez essa seja a característica mais conhecida dos
empreendedores. Mas o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos
calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso.
Assumir riscos tem relação com desafios. E para o empreendedor, quanto maior
o desafio, mais estimulante será a jornada empreendedora.
|
Criam valor para a sociedade
|
Os empreendedores utilizam
seu capital intelectual para criar valor a sociedade, com a geração de
empregos, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade
em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas.
|
Fonte: Dornelas (2005, p. 33 e 34).
Além das
características do empreendedor, é imprescindível entender o processo
empreendedor. Este processo compreende todas as ações, atividades e funções
relacionadas à criação e implementação de uma nova empresa, apesar de haver
correntes que defendem que o individuo nasce empreendedor e outras que o
individuo aprende a ser empreendedor, esta problemática, no entanto não têm
importância para entendermos o que realmente ocorre no processo empreendedor,
na figura 14, veremos os fatores que influenciam esse processo (DORNELAS, 2005,
p. 41).
Figura 14: Fatores que influenciam no processo
empreendedor.
Fonte:
Dornelas (2005, p. 41).
Para melhor
entender esse processo podemos observar algumas etapas, uma etapa não precisa
necessariamente ser concluída para dar seguimento à próxima, pois elas são
vinculadas e interage entre si, a figura 15 demonstra essas etapas:
Figura 15: O processo empreendedor.
Fonte: Dornelas (2005,
p. 43).
Já a figura 16,
exibe os fatores vitais do processo empreendedor, direcionados ao plano de
negócio que é uma ferramenta no qual o empreendedor descreve seu empreendimento
podendo testar ideias, analisar dados e aplicar o modelo.
Figura 16: O processo empreendedor.
Fonte: Dornelas (2005,
p. 46).
O papel do
empreendedorismo na economia criativa é primordial, todas as características, e
métodos são aplicáveis neste setor, até porque a economia criativa ancora na
capacidade de criar, inovar e implantar as ideias, e é neste aspecto que entra
o espírito empreendedor.
Zardo e Mello
(2012) apresentam o processo de criação, modelagem e aplicabilidade do projeto
“Rio Criativo – Incubadoras de Empreendimentos da Economia Criativa do Estado
do Rio de Janeiro”, que trás perspectivas de iniciativas criativas numa
dinâmica governamental, universitária e empresarial. Destaca-se o papel das
incubadoras no empreendedorismo sendo essencial para o fortalecimento das indústrias
criativas no Rio de Janeiro, demonstrando assim a sua importância na economia criativa.
2.1.2.4 Sustentabilidade
A
sustentabilidade é o 4° pilar da economia criativa, o seu reconhecimento está
nas ações efetivas na busca de melhorias para um futuro mais justo tanto
social, como econômico, ambiental e cultural. Reis (2012, p. 116) ressalta que
a economia criativa para ser sustentável precisa agir corretamente no âmbito
ecológico, comportar-se com justiça no âmbito social, ser viável no aspecto
econômico e respeitar a diversidade cultural.
Este tema tomou
uma proporção bem maior nos últimos anos, onde os agentes econômicos viram na
sustentabilidade um modo de diminuir os impactos econômicos, sociais,
ambientais e agora culturais para uma melhor vivência nos dias atuais e também
no futuro.
Ao pensar o que é
sustentabilidade na economia criativa, as iniciativas falam por si, pois
proporciona um posicionamento sustentável, o agente criativo pensa sustentável,
por ter ativos intangíveis que predominam no seu capital.
Reis e Marco
(2009, p. 127), ao propor um modelo de sustentabilidade baseado na intangibilidade,
ressaltam que em um projeto criativo o gestor deve-se posicionar como em
qualquer outro tipo de empreendimento. Ele deve montar um plano de negócio,
avaliar com a visão empreendedora se existe a oportunidade e a necessidade das
aquisições dos ativos tangíveis, intangíveis e competências, estabelecer um
inventário de todos os seus bens e aquisições, com isso saberá o que tem e o
que ainda é preciso, por fim definir um plano de ação capaz de criar condições
para uma sustentabilidade a longo prazo. Como mostra a figura 17:
Figura 17: Modelo de sustentabilidade baseado
em intangíveis.
Fonte: Reis e
Marco (2009, p. 126).
Reis e Marco
(2009) tratam apenas da sustentabilidade empresarial, e nos outros prismas?
Como a economia criativa contribui para um mundo sustentável?
As iniciativas
dos setores criativos trazem consigo uma gama de aspectos sustentáveis, como o
caso da ascensão de empreendedores sustentáveis, um exemplo na Argentina. O
fundador da Designo-Patagônia Manuel Rapoport, finalista do prêmio Jovem
Empreendedor Internacional de 2007 por criar uma iniciativa em 2001, que
consistia em uma empresa de consultoria de design que enfatizava a
sustentabilidade socioambiental e a promoção da região da Patagônia, que ao
trabalhar com comunidades locais, apoia a criação, fabricação e comercialização
de produtos da Patagônia valorizando os recursos locais (NEWBIGIN, 2010, p.64).
Lima (2012, p.37)
no seu estudo sobre polos criativos no Brasil frisa a importância da sustentabilidade,
ele define como um meio de configuração pelo qual as civilizações, seus
membros, e suas economias possam suprir as suas necessidades, demonstrar o
potencial econômico, social, ambiental e cultural ao mesmo tempo que preservam
esse potencial.
Pacheco (2012),
descreve uma iniciativa criativa chamada de Cultura Viva, que é uma
implementação de Pontos de Cultura e Criatividade no Estado de Mato Grosso do
Sul. Estes pontos possuem ações de inclusão produtiva e formação profissional.
Destaca-se numa breve análise, essa iniciativa como uma alternativa real de
sustentabilidade social, cultural e ambiental para o município de Corumbá/Mato
Grosso do Sul, além de ações transversais na tecnologia social e na autogestão,
a partir do Instituto Homem Pantaneiro e Cooperativa Vila Moinho.
Estes são
exemplos de como a economia criativa percorre junto de suas iniciativas vários
âmbitos da sustentabilidade; fortalecer o processo sustentável é com certeza
mais uma particularidade das indústrias criativas.
2.1.2.5 Economia
Advém do termo grego oikonomía (oikos = casa, nomía = lei) que propuseram
na Grécia Antiga, ato de administrar a casa privada. Este compõe o último pilar
da economia criativa, mas não é o menos importante.
O agente do setor criativo necessita
entender a economia tanto no aspecto macro como micro, para entender o mercado
e utilizar de suas variáveis e suas mudanças cíclicas para a tomada de decisão
e planejamento estratégico. Reis e Marco (2009, p.50) explicam que a economia
estuda os métodos de tomada de decisão dos indivíduos físicos e jurídicos e
como a sociedade se relaciona com produtos e serviços.
Para Schumpeter (1997, p. 23) os fatores
econômicos resultam de procedimentos econômicos, mas estes nunca são estritos
ou puramente econômicos. Na economia criativa este comportamento não está
voltado apenas à aquisição de bens e serviços ou produtos, mas na busca de
criar produtos e serviços que visem suprir as prováveis necessidades humanas.
Schumpeter (1997, p. 29) ressalta que as
atividades econômicas podem ter qualquer motor, mas a satisfação de
necessidades é o seu pretexto principal.
Ao defender a sua teoria do fluxo circular,
adverte que em qualquer lugar do sistema econômico uma demanda espera por uma
oferta e que de fato todos os bens, serviços e produtos encontram um mercado, e
que o fluxo só é quebrado com uma inovação (SCHUMPETER, 1997, p.27).
Quando se analisa o contexto econômico e os
meios de produção ao longo dos anos, percebe-se que existiram profundas
mudanças. O que era antes produzido no mesmo chão de fabrica, hoje é realocado
globalmente, ou seja, a matéria prima pode não ter sido comprada mais no mesmo
país, os processos podem ser feitos remotamente, os Stakeholders podem está em
qualquer lugar do mundo.
A
economia criativa possui essas características de circulação global, um exemplo
evidente são os clusters carnavalescos, estes compram matérias primas de vários
lugares do mundo, fazem circular a economia macro e micro, e arrastam milhares
de turistas para os eventos, além de provocar o consumo de lazer, hospedagem e
alimentação durante o período.
A economia criativa é um apoio
ao desenvolvimento, por proporcionar dentro de suas vertentes a busca para
mudanças sociais, econômicas, culturais e ambientais, com apoio de políticas
públicas, em parceria com o privado e a comunidade. As mudanças que surgem de
dentro, por iniciativas próprias é o que se entende por desenvolvimento
(SCHUMPETER, 1997, p.74).
Segundo Hazlitt (2010, p.24) a
economia também é uma arte que deve considerar não apenas os efeitos
ocasionados pelos atos políticos, mas todas as consequências emanadas desses
atos para um grupo ou para toda a sociedade. Efeitos estes que provocam
mudanças, que desenvolvem e que regem a economia, efeitos ocasionados pelas
mudanças de uma nova economia, também chamada de economia atual, economia do
conhecimento ou economia criativa.
2.1.3 IMPULSIONADORES DA ECONOMIA CRIATIVA
Se a economia
criativa se propagou tão rapidamente, se seu crescimento é perceptível e se
suas características contribuem para o desenvolvimento de uma nação, é possível
concluir que houve impulsionadores no decorrer dessa evolução. Tanto o avanço
tecnológico, a revolução digital e as novas economias são indicadores de
combinações que criaram condições para esse crescimento. Essas combinações
impulsionaram e continuam a impulsionar a economia em todo o mundo. Mas existem
alguns impulsionadores que tem um aspecto mais relevante, até porque seus
aspectos são similares entre países (UNCTAD, 2010, p. 19).
2.1.3.1 Tecnologia
A tecnologia
advém por razões econômicas bem ponderadas, ou seja, os métodos de produção que
consistiam em ideias de conteúdos econômicos e físicos são nestes aspectos
diferenciados, em relação às combinações que desenvolvem outros métodos
produtivos para bens e serviços procurados. O objetivo da produção tecnológica
é determinado pelo sistema econômico (SCHUMPETER, 1997, p. 32).
Essas combinações
podem ser processo, maquinário, equipamentos, conhecimentos, software e outros,
aplicáveis na produção e que podem maximizar os resultados além de diminuírem
os custos. A tecnologia é um impulsionador da economia criativa pela lógica
econômica (SCHUMPETER, 1997).
A economia como
ciência motivou a introdução das tecnologias para a competitividade entre os
polos produtivos. Por assim dizer, a economia criativa nasceu e é apoiada nas
tecnologias de informações e comunicações (REIS, 2012, p.15).
Neste aspecto a
tecnologia é imposta por diferentes prismas na economia criativa. Quando se
pensa em tecnologia o pensamento pode ser remetido ao setor da informática, o que
gera um pensamento errôneo.
Segundo Reis
(2012, p.17) “todas as tecnologias são linguagens e como tais são a essência do
que nos torna humanos”. A tecnologia pode ser reconhecida como um conjunto de
conhecimentos decorrente de experiências registradas por intermédio verbal, ou
escrito. E esta tecnologia aplicada, ou manifestada fisicamente pode oferecer
novas ferramentas que dão suporte às atividades criativas.
Enfatiza Howkins
(2013, p. 201), que a tecnologia fornece um extenso leque de comunicação multidirecional.
Na economia criativa esse leque é uma ferramenta de circulação de produtos e
serviços criativos como: música, filmes, livros, software, jogos e outros,
sendo impactantes em setores ligados nos direitos autorais como: televisivo,
cinematográfico, editorial e fonográfico.
Já Florida (2011)
defende que a tecnologia compõe o índice da criatividade, sendo esses índices
tecnológicos essenciais para a mobilidade que é uma característica da classe criativa.
A figura 18, mostra como é composto o índice de criatividade.
Composição do Índice de Criatividade
|
|
Talento
|
Índice da Classe Criativa (% profissões
criativas)
Índice de Capital Humano (%pop. 25 a 64 a.
nível universitário)
Índice de Talento Científico
(pesquisadores/mil habitantes)
|
Tecnologia
|
Índice de Pesquisa e Desenvolvimento (% P&D/
PIB)
Índice de Inovação (patentes/milhões de
habitantes)
Índice de Inovação High-Tech (patentes de
tecnologias/habitantes)
|
Tolerância
|
Índice de Atitude (frente às maiorias)
Índice de Valor (valores tradicionais x
modernos)
Índice de Auto expressão
(direitos individuais e de expressão)
|
Fonte: Adaptação de Florida (2011, p. 249).
Como mostra o
quadro, o sub índice de tecnologia demonstra a importância da P&D, das
patentes e das patentes de tecnologia para definir um percentual de tecnologia
dos setores criativos. Assim fica evidente o quanto a tecnologia é um
impulsionador, não apenas por ter sido também responsável pelo nascimento da
economia criativa, mas por ter participação na propagação da criatividade e
compor um modelo de controle e análise.
2.1.3.2 Demanda
A economia
criativa abrange consumidores que estabelecem o que será produzido e como será
feita a distribuição, a razão advém das novas tecnologias de consumo. Contudo
existem outras variáveis como o aumento da renda, a diminuição dos preços dos
produtos criativos e culturais, a facilidade e disposição desses produtos no
mercado pela internet, e pela mudança das empresas que utilizam os seus
clientes como coautores ou criadores de produtos criativos, todos esses fatores
possibilitam a inserção de novos hábitos no consumo e na demanda.
Para Schumpeter
(1997, p. 38), os indivíduos que expressam a sua demanda é que realmente
possuem influência e são de fato consumidores, sendo nesse sentido os
indivíduos que participam da produção.
Por definição
demanda é a procura em quantidade ou individual de um bem ou serviço
específico, que um consumidor deseja obter. Na economia criativa essa procura
por bens intangíveis ou não, advém da liberdade mental, ou seja, uma grande força
sobre a demanda cotidiana dos novos consumidores por conta do alto nível de
conhecimento e de informação sobre o produto e serviço. As indústrias criativas
são setores dinâmicos e a demanda global continua a crescer por esse modo
particular (UNCTAD, 2010).
Segundo Newbigin
(2010, p. 49) as mudanças que são visíveis na economia atual mostram que o
consumidor não é apenas um telespectador econômico, seus desejos e necessidades
influenciam o que será demandado ou não. Na economia criativa é preciso adaptação
e aperfeiçoamento para satisfazer a demanda.
Para Moraes
(2013, p.70), há um aumento na demanda por bens que valorizam os atributos
estéticos, práticos, funcionais, experimentais e emocionais. Por esses aspectos a economia criativa tem
uma demanda especifica para a produção de um bem ou serviço específico e esta
produção impulsiona a economia criativa e favorece um novo mercado. Esta nova
economia possui consumidores sofisticados que estimulam novas demandas.
A demanda provoca
na economia criativa a necessidade de ter novas ideias criativas, de inovar, de
empreender, pois o consumidor da nova economia, não fica por muito tempo
satisfeito com o produto em especial, demandará por mais e mais produtos e
serviços diferenciados, inovadores e tecnológicos.
2.1.3.3 Turismo
Por que o turismo
também é um impulsionador da economia criativa?
Porque um grupo
específico chamado de turistas, são consumidores que possuem uma forte demanda
por produtos criativos e culturais, tanto pelo turismo de massa com seu alto
volume, como pelo turismo internacional que trás consigo a moeda estrangeira.
Lage e Milone
(2001, p. 34) ressaltam que o turismo transformou-se em uma atividade de
expressão na economia. Com a difusão de informações culturais, redução de
custos de transporte, investimentos e o aumento da renda do mundo, houve uma contribuição
para o crescimento da demanda e da oferta de novos serviços turísticos.
Esse aumento da
demanda contribui para o crescimento da economia criativa como é exemplificado
no tópico anterior. Por esse ângulo o turismo possui perspectivas interessantes
que precisam ser abordadas, como por exemplo, as suas consequências para os
agentes envolvidos em tal atividade.
Segundo
Deheinzelin (2012, p. 45) o produto e o serviço não são apenas os motores da
economia, mas sim as experiências vividas, por isso o turismo e o
entretenimento crescem tanto.
No contexto
histórico, as fases da concepção econômica foram compostas por viagens, estas
configuradas pelo deslocamento humano sendo um item da vida econômica, social e
cultural. A sua origem data da antiga Babilônia, inicialmente de caráter
comercial, e no decorrer dos anos com outros propósitos.
A história do
turismo começou a partir do final da primeira metade do século XIX, mais
precisamente no ano de 1841[...]. Foi Thomas Cook, que colocou em prática a
ideia de fretar um trem para transportar 570 pessoas em uma viagem de 22 milhas
entre cidades inglesas de Leicester e Loughborough para participar de um
Congresso Antialcoólico, em 1841 (LAGE; MILONE, 2001, p.37 e 38).
Mas
como conceituar turismo se são inúmeras definições? É impossível limitar a uma
única definição, o importante, porém é o conhecimento do mercado que este
integra. Uma das definições mais utilizada é que, o turismo é uma atividade
social e econômica, geradora de produção de bens e serviços que visa à
satisfação do homem em diversas necessidades básicas e secundárias. (LAGE,
MILONE et al, 2000, p. 26).
O
turismo envolve vários componentes como: transporte, hospedaria, alimentação,
entretenimento, mas muitos são os outros setores que são envolvidos, apoiam e
compõem o turismo, como por exemplo, as indústrias culturais e criativas que
simultaneamente estimulam o seu crescimento em todo mundo e são pelo turismo
também estimulado a crescer, num processo quase simbiótico.
Para a economia criativa, o turismo é o setor da
economia que dissemina as atividades criativas e culturais, segundo os dados da
UNCTAD (2010, p. 21) “ele é a principal fonte de câmbio estrangeiro para um
terço dos países em desenvolvimento e de metade dos países menos desenvolvidos,
nos quais ele corresponde a até 40% do PIB. Em 2008, as chegadas de turistas
internacionais alcançaram a marca de 922 milhões, com as receitas do turismo
chegando a $ 944 bilhões”.
Costa (2008)
descreve em Itabuna-Bahia um exemplo do
que o turismo tem feito à economia criativa, o artesanato e o turismo de
Itabuna foram analisados a luz da economia criativa, onde foram identificadas
as formas de apoio existentes ao artesanato e ao turismo, o perfil do
consumidor desses produtos e foi feita também uma análise do artesanato nas
questões de criatividade, identidade, direitos autorais e sustentabilidade.
Segundo a autora o turismo de Itabuna impulsiona a atividade criativa, pois
alimenta a criatividade, energiza a valorização do artesanato e faz com que o
capital circule.
2.1.3.4 Políticas Públicas
Outro importante
impulsionador da economia criativa são as políticas públicas, por terem uma
influência direta no desenvolvimento e na propagação do setor criativo. A
articulação entre o público, o privado, academias, e outras organizações são
fundamentais, pois este envolvimento propicia a sustentabilidade da economia
criativa como agente de desenvolvimento.
Reis (2008, p.35)
sugere uma parceria público-privada, no sentido de investimentos em infraestruturas
e em capacitação, assim como em fomentos para atingir antigos mercados e
explorar novas formas de negócios.
O alinhamento das
politicas públicas em uma estratégia comum, não atinge apenas a economia
criativa, mas vários outros setores como, por exemplo, o turismo, já que estes
interagem entre si.
Freitas (2012)
descreve uma proposta denominada de metamodelo da economia criativa, onde os
componentes do modelo são: capital humano, consumidor, financiamentos, campos
criativos e a indústria criativa; e as várias trocas dos agentes criativos
fazem parte de um diagrama de causas e efeitos que reagem entre si. Essa
dinâmica segundo o autor apoia a formulação de políticas públicas, apesar da
sua difícil formulação, porém é capaz de propor o foco em um problema e não no
sistema, viabilizando assim as políticas públicas.
Contudo as
políticas públicas são uma realidade na articulação de projetos da economia
criativa como mostra Silva (2012), onde é apresentada uma iniciativa denominada
Criativa Birô, um programa criado pelo MINC/SEC que consiste em escritórios
fixos ou itinerantes com o objetivo de fomentar, promover políticas públicas na
economia criativa através de atendimentos, qualificações por meio de
capacitações e consultorias, e atuar em projetos de leis e incentivos em
parceria com o Sistema S e governo.
Foram instalados
em 2014 cincos pilotos em capitais sedes da Copa.
Bulcão, Santos e Brizuela (2012), descrevem
que na Bahia a institucionalização das políticas públicas como impulsionador da
Economia Criativa foi devida promoção através da Secretária de Cultura do
Estado da Bahia (Secult). Através do Plano Bahia Criativa (integração de
políticas, programas e ações de diferentes secretarias, com outras instituições
públicas e iniciativas privadas e ainda do terceiro setor que tenham relação
com os segmentos e empreendedores criativos da Bahia), a Lei Orgânica da
Cultura da Bahia, o Programa EC do PPA, a criação da Rede de Formação e
Qualificação da Cultura. Estes vinculados a Política Nacional de EC e o Plano
Brasil Criativo. Sendo atualidade um dos estados com maior maturação de
políticas públicas para a economia criativa é a Bahia pelo seu leque de
iniciativas do poder público.
3 ANALISE DE DADOS
3.1 ESTUDO DE CASO
3.1.1 OBJETO DA PESQUISA
A concretização
desta pesquisa acadêmica deu-se por intermédio de um estudo de caso numa
associação de empresários localizada na Rua Mucugê, sendo este o objeto da
pesquisa, e os sujeitos por sua vez são os empresários que fazem parte dessa
associação.
3.1.1.1 Histórico da Organização
O “Projeto Acordo
Mucugê” foi criado em 2003 pelos empresários e empreendedores da Rua Mucugê,
localizado em Arraial D’Ajuda distrito de Porto Seguro/BA, que por meio de sua
aliança, tem como objetivo tornar a rua uma atratividade para o turista e
favorecer com isso os negócios que dela fazem parte.
O projeto em
conjunto com a administração pública de Porto Seguro obteve o Decreto N°
4135/10 (ver anexo A), que foi em 26 de Fevereiro de 2014 atualizado para o
Decreto N°6354/14(ver anexo B) que consiste na regulamentação para isolamento
do trânsito na alta temporada, o Decreto N° 651/03(ver anexo C) que regulamenta
os horários para cargas e descargas no Arraial D’Ajuda e também mantem um Ponto
de Informação Turística (PIT) no início da Rua Mucugê entre outras medidas.
Com o
desenvolvimento da rua, em Junho de 2008, foi criado o primeiro planejamento
estratégico para o período de 2008/2009 e em Novembro de 2013 com o apoio do
SEBRAE foi então desenvolvido o Planejamento Estratégico 2014/2018.
O Acordo Mucugê é
uma associação dos comerciantes da Rua Mucugê que tem como característica
associativa a adesão anual, com início do ciclo em 1° de Outubro de cada ano e
fechamento em 30 de Setembro do ano seguinte onde então são reformuladas as
estratégias, os valores de contribuições e são disponibilizadas entradas de
novos associados.
No ano de 2014,
foram contabilizados 69 associados, porém uma particularidade do Acordo Mucugê
é que este acordo não é restrito a Rua Mucugê, qualquer outra empresa ou
iniciativa do Arraial D’Ajuda pode se associar, portanto alguns desses
associados não estão localizados na Rua Mucugê.
Cada ano o Acordo
traz um diferencial direcionado aos associados, como por exemplo, o site que
além de ser um meio de informação para os turistas é também um método de
divulgação de atrações, promoções, shows e eventos para as empresas associadas.
Além das vantagens e ações já existentes como:
·
Fechamento do trânsito de veículos das 18 às
24 horas no verão e nos feriados;
·
Sistema de fiscalização própria;
·
Fiscalização em parceria com a Administração
Pública, para inibição de comércio ilegal e do comércio ambulante irregular;
·
Serviço de informação turística ao visitante;
·
Confecção e distribuição de um Guia-Mapa de
Arraial D’Ajuda com dados dos associados e localização;
·
Fabricação e distribuição do adesivo Acordo
Mucugê, para uma melhor identificação dos estabelecimentos associados;
·
Lixeiras;
·
Campanhas educativas e outros.
3.1.1.2 Abordagem
No dia 17 de
Setembro de 2014 as 11horas, foi realizada uma reunião com um dos coordenadores
do Acordo Mucugê, Sr. Heitor Siqueira. O mesmo passou todo o histórico do
Acordo, uma lista com os contatos dos associados e falou sobre a iniciativa
Praça Caminho do Mar, além de informar como realmente funciona o Acordo. Com
base nos dados colhidos e nos contatos obtidos, foi realizada uma abordagem aos
69 associados em três etapas:
1. Envio
do um e-mail, com informações sobre o trabalho de pesquisa e com o questionário
em anexo para aqueles que preferissem responder por e-mail, e também
agendamento para os que preferissem uma reunião e aplicação in-loco.
2. Contato
por telefone, para aplicação do questionário ou possível agendamento de
reunião.
3. Aplicação
in-loco.
A abordagem ficou
quantificada como mostra o gráfico 1, dos 69 questionários aplicados foram
respondidos: 23% por e-mail, 64% por telefone e 13% presencial. O questionário aplicado conta vinte e uma
perguntas, estruturado conforme os objetivos específicos deste trabalho (Ver
apêndice).
Gráfico
1: Meios de aplicação de questionários.
3.1.2 ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO
3.1.2.1 Nível de Conhecimento sobre a Economia
Criativa
O nível de
conhecimento ou/e entendimento do que seja Economia Criativa, é a base deste
trabalho, pelo Acordo Mucugê possuir uma representatividade empresarial
diferenciada e características de um território criativo, faz-se necessário
identificar o nível de conhecimento.
Nesse prisma os
69 associados foram questionados sobre o tema, sem nenhuma predefinição ou
conceitualização, para que os mesmos estivessem á vontade para responder sobre
o tema.
O questionário
contou com 05 (cinco) perguntas direcionadas diretamente ao tema, onde cada
pergunta possui o peso de 20 pontos com uma somatória de 100 pontos. Com base
nesse método foi então classificado do seguinte modo.
Tabela 1: Modelo de pontuação e nível de
conhecimento.
Nível de
Conhecimento
|
Grau de
Entendimento
|
Nível 1
|
Até 50
pontos
|
Nível 2
|
De 51
a 80 pontos
|
Nível 3
|
Acima
de 81 pontos
|
Gráfico 2: Nível de conhecimento dos
associados do Acordo Mucugê sobre Economia Criativa.
Como mostra o gráfico
2, 42% dos associados tem um nível 2 ou mediano de conhecimento sobre Economia
Criativa, 36% dos associados estão classificados no nível 1 por ter pouco ou
nenhum conhecimento sobre o tema, e 22%
dos associados estão classificados no nível 3 por ter um bom conhecimento,
estarem diretamente ligados a esse setor e por entenderem sua importância na
economia local.
3.1.2.2 Identificação do que tem proporcionado esse
conhecimento
Por ser um
assunto novo, muito tem sido difundido nas redes sociais, meios de comunicação
e muitas são as instituições responsáveis por propagar esse novo tema, tanto
por ter importância mundial e nacional como também por contribuir para o
desenvolvimento dos meios onde está inserido. Com esse intuito foi
perguntado no questionário aos 69 associados de onde advém o entendimento sobre
a Economia Criativa e foi obtida a seguinte resposta.
O gráfico 3, demostra que dos 69 associados,
15% possuem o conhecimento através de cursos e palestras de instituições
distintas; 26% dos associados informaram que participaram de uma consultoria do
SEBRAE e que por isso sabem sobre o tema; 16% dos associados através de
pesquisa, pois acharam o tema interessante e queriam entender do que se
tratava; 10% dos associados por informações disponibilizadas em redes sociais,
programas de TV e entre “Outros” e; 33% informaram que não possuem conhecimento
sobre o tema e por isso não advém de lugar “Nenhum”.
3.1.2.3 Perfil dos Agentes do Acordo Mucugê
A identificação
do perfil dos agentes do Acordo Mucugê, está direcionada a análise da faixa
etária, gênero, escolaridade, renda e como eles se definem no âmbito
empresarial. Com esses aspectos é possível vislumbrar as características dos
empresários e empreendedores do acordo Mucugê. Conforme a pesquisa com os 69
associados foram identificados os dados a seguir:
·
Quanto ao gênero – No gráfico 4, demostra que
o acordo é composto por 45% associados do gênero feminino e 55% do gênero
masculino.
Gráfico
4: Análise de gênero dos associados do Acordo Mucugê.
·
Quanto à faixa etária – No gráfico 5,
demostra que o acordo é composto por maior número de associados de idade mais
madura, sendo 40 associados na faixa de 41 a 60 anos, 26 na faixa 24 a 40 anos,
02 acima de 60 anos e 01 apenas com menos de 24 anos.
Gráfico
5: Análise idade dos associados do Acordo Mucugê.
·
Quanto à escolaridade – O Acordo Mucugê é
composto 59% de associados com nível superior de escolaridade, 38% com nível médio
e apenas 3% com nível fundamental como mostra o gráfico 6.
Gráfico
6: Levantamento da
escolaridade dos associados do Acordo Mucugê.
·
Quanto à renda – De acordo com o gráfico 07
pode observar que 41 associados possuem um nível de renda de 03 a 05 salários
mínimos, 19 associados com o nível de renda de 01 a 03 salários mínimos, 8 com renda acima de 5 salários e apenas 1
associado com a renda até 01 salário mínimo.
Gráfico
7: Levantamento da Renda dos
empresários do Acordo Mucugê.
·
Como eles se definem no âmbito empresarial –
Uma dos questionamentos feitos aos associados era como eles se definem no
contexto empresarial, diante de suas iniciativas e negócios e foi obtida a
seguinte resposta: 62% dos associados se descrevem como empreendedores; 15%
como criativos; 10% como inovadores; 10% como sustentáveis e 3% dizem não se
analisar nesse contexto, como demostra o gráfico 08 abaixo.
3.1.2.4 Levantamento dos principais setores
O método Minc tem
como classificação no critério de indústrias criativas os setores que possuem o
núcleo criativo como base de seu negócio, mas também define outros setores por
atividades relacionadas (este são responsáveis pela disseminação das indústrias
criativas) ou apenas de apoio da Economia Criativa (essas são responsáveis por
apoiar e impulsionar os setores criativos e culturais). Ao seguir esse método
de classificação identificamos no Acordo Mucugê os seguintes setores.
Na tabela 1,
demonstra que o setor criativo e cultural em maior potencial é o gastronômico
com um total de 26 empresas, é importante frisar que essas empresas possuem
diferencial cultural no setor como: culinária italiana, portuguesa, mineira, baiana
entre outras, seguida pelo setor de Artesanato com 05 empresas; Festivais e
Eventos com 04 empresas; Alta Costura e Design de Moda com 03 empresas e; com
uma empresa cada, os setores de Arquitetura e Paisagismo; Artes Visuais;
Jornalismo e Patrimônio Imaterial. Totalizando 42 empresas no setor criativo e
cultural.
Tabela 2: Classificação dos
Setores Criativos do Acordo Mucugê do ciclo associativo de 2013.
Indústrias
Criativas (setores)
|
Quant.
|
Alta Costura e Design
de Moda
|
3
|
Arquitetura e
Paisagismo
|
1
|
Artes Performáticas
(Teatro, Dança e Circo)
|
0
|
Artes Plásticas
(esculturas, Cerâmicas, pinturas e etc.).
|
0
|
Artes Visuais
(Fotografia e Design gráfico)
|
1
|
Áudio Visual (Cinema,
Vídeo, Multimídia e TV).
|
0
|
Comercio De Antiguidades
|
0
|
Desen. Software,
Computação e Telecomunicação.
|
0
|
Edição e Publicação
Gráfica
|
0
|
Festivais e Eventos
|
4
|
Jornalismo, Propaganda
e Publicidade.
|
1
|
Música
|
0
|
Patrimônio Imaterial
|
1
|
Artesanato
|
5
|
Gastronomia
|
26
|
Manifestações
culturais, saberes populares.
|
0
|
Já
os setores relacionados como mostra a tabela 2, são compostos por 19 empresas
sendo elas: 02 empresas no setor de serviços de locação de veículos; 07
empresas no setor de comercio alimentício e alcoólico; 08 empresas no setor de comércio
de vestuário, 01 empresa no setor de tabacaria e 01 empresa no setor
farmacêutico.
Tabela 3: Classificação dos
Setores Relacionados à Economia Criativa do Acordo Mucugê do ciclo associativo
de 2013.
Atividades Relacionadas
|
Quant
|
Locadora de Veículos
|
2
|
Comércio de Alimentos e
Bebidas
|
7
|
Comércio de Vestuário
|
8
|
Tabacaria
|
1
|
Comércio Farmacêutico
|
1
|
Nos
setores de apoio à Economia Criativa como mostra a tabela 3, é composto por 08
empresas sendo elas: 06 empresas no setor hoteleiro; 01 empresa no setor de
serviços de locomoção e; 01 empresas no setor de agência turística, sendo estas
diretamente ligada ao Turismo, um setor impulsionar da Economia Criativa.
Tabela 4: Classificação dos
Setores de Apoio a Economia Criativa do Acordo Mucugê do ciclo associativo de
2013.
Atividades de
Apoio (Turismo)
|
Quant
|
Hotelaria
|
6
|
Serviços
|
1
|
Agência
|
1
|
·
Quanto a Receita Bruta – 87% das empresas são
Micro Empresas, 9% são Pequenas Empresa e apenas 4% são Micro Empreendedores
Individuais.
Tabela 5: Levantamento da receita bruta das
empresas associadas ao Acordo Mucugê.
Receita Bruta
|
Receita Bruta
|
Empreendedor Individual
(Até 60.000,00)
|
3
|
Micro Empresa (De
60.001,00 até 360.000,00)
|
60
|
Pequena Empresa (De
360.001,00 até 3.600.000,00)
|
6
|
Tipo de Espaço – Quando foi perguntado sobre o espaço físico 46% dos associados são proprietários do espaço, 51% pagam aluguel e 3% obteve o espaço cedido por parentes ou terceiros como mostra o gráfico 9.
Gráfico
9: Tipo do espaço físico.
3.1.2.5 Levantamento das iniciativas criativas para
a sustentabilidade da Rua Mucugê
O Acordo Mucugê
tem como um dos seus objetivos a sustentabilidade (Social, Econômica, Cultural
e Ambiental) da Rua Mucugê. E apesar de
algumas empresas ou empreendedores associados não terem suas sedes na Rua
Mucugê, esse acordo mostra a real representatividade desses empresários, pois
entendem a importância que a Rua tem para o distrito do Arraial D’Ajuda e Porto
Seguro. Por esse motivo foi questionado aos associados os seguintes itens:
·
Tempo de vida da empresa (anos) – 27 empresas
tem menos de 04 anos vida, 20 empresas têm até 10 anos de vida empresarial e 22
empresas têm mais de 10 anos como mostra o gráfico 10.
Gráfico
10: Tempo de Empresa.
·
Realiza algo tipo de evento, e de qual tipo?
– No gráfico 11, mostra que quando questionado se os associados realizavam
algum evento 65% informaram que não, 26% realizam eventos de entretenimento
temático (festivais, ou mostras como: dança, gastronomia, música, teatro,
circo, artes plásticas e visuais ou manifestações tradicionais), 7% promovem
eventos de interesse comercial (feiras, rodadas de negócios ou outras que
envolvem, por exemplo: antiguidades, artes, música, artesanato, livros,
agropecuária, moda, bazar e outras) e 2% promovem festas de cunho religioso e
cultural.
Gráfico
11: Tipos de Eventos
realizados.
·
O que levou a se instalar na Rua Mucugê – No
gráfico 12 demostra que o que levou os associados a se instalar na Rua Mucugê
em maior potencial foi a proximidade com os consumidores totalizando 46%; 25%
informaram não ter tido um motivo ou não estar instalado na rua, mas acredita
no potencial da rua e sua importância para o desenvolvimento local; 17% já
pertenciam a Rua Mucugê antes do Acordo ser formado; 10% informaram que foi a
proximidade com outros negócios semelhantes,
já 2% argumentou que é a proximidade com alguns fornecedor.
Gráfico
12: Motivos que levaram a se instalar na Rua Mucugê.
·
Possuem uma marca para identificar os
produtos e serviços – Dos 69 associados do Acordo Mucugê 90% possuem uma marca
registrada, e apenas 10 dizer não ter, ou não quis responder.
Gráfico
13: Existência de uma marca
para identificar produtos e serviços.
·
Como sua empresa
pretende contribuir para a sustentabilidade da Rua Mucugê e Acordo Mucugê?
Conforme o
gráfico 14 pode-se analisar que 49% informaram contribuir com a
sustentabilidade da Rua Mucugê através da venda de produtos e serviços e quando
questionado se havia algum projeto de iniciativa criativa os mesmos informaram
que a iniciativa criativa que fazem parte é o Acordo Mucugê. 36% informaram que
possuem projetos próprios como reciclagem do lixo, sustentabilidade dos
recursos naturais e mobilidade urbana, valoração da cultura local entre outros,
e 15% dos associados informou que apoiam e contribuem para os
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificou-se que a Economia Criativa é algo novo e em
constante evolução, que avança velozmente conquistando o seu espaço e
instigando a importância do seu papel na contemporaneidade. Vale ressaltar que
cada região tem seu método de adaptação de acordo com estratégias e escolhas
próprias, pois o que difere do setor tradicional é a composição de informações,
capital intelectual, tecnologias, criatividade e inovações para atender as
necessidades dos indivíduos.
Diante desse contexto muitas práticas demonstram o quanto
a Economia Criativa tem um poder transformador no âmbito social, cultural,
econômico e ambiental. Mediante esses aspectos a pesquisa procurou analisar o nível de conhecimento dos
associados do Acordo Mucugê do município de Porto Seguro/BA acerca da sua
importância na Economia Criativa.
A análise foi concretizada através de um
estudo de caso, cuja base teve suporte em uma pesquisa bibliográfica que
investigou conceitos como Criatividade, Inovação, Empreendedorismo,
Sustentabilidade e Economia, e numa aplicação de questionários aos associados
ao Acordo Mucugê, com o propósito de levantar o nível de conhecimento sobre o
tema, o que proporcionou tal conhecimento, os perfis desses associados,
identificação dos setores de maior potencial e as possíveis iniciativas para a
sustentabilidade da Rua Mucugê.
A aplicação do
questionário e seus respectivos resultados demonstram que o nível de
conhecimento sobre o tema é mediano, e que os associados do Acordo Mucugê
apesar de possuírem um médio entendimento, 36% confundem a economia criativa
com o conceito de economizar por meio de ações criativas ou nunca sequer
ouviram falar sobre ela.
A formação do
conhecimento acerca da Economia Criativa advém de uma composição; de cursos e
palestras, Projeto SEBRAE e pesquisas sobre o tema e sobre sua importância nos
setores do turismo e gastronomia.
Quanto ao perfil
dos associados foi percebida uma população um pouco maior de homens em relação
a mulheres, com idade entre 24 a 60 anos. Quanto à escolaridade 59% dos
associados possuem ensino superior, seguido de 38% ensino médio, com renda
pessoal de 3 a 5 salários mínimos. Dos associados 62% descrevem-se como
empreendedores por terem iniciado o seu próprio negócio com dificuldade e sem
capital financeiro.
Em relação ao
setor de maior potencial, a pesquisa apontou o setor gastronômico, que é
considerado pelo MINC um setor criativo e cultural, seguido de atividades
relacionadas com comércio e serviços que contribuem na distribuição dos
produtos criativos, e em terceiro o turismo que é efetivamente o apoio à
economia criativa, tanto na difusão como no consumo de bens e serviços
criativos.
Por fim a pesquisa demonstrou que os associados sabem da
importância da Rua Mucugê para a economia local, e nesta perspectiva 50% dos
associados possuem projetos próprios ou em conjunto com o Acordo Mucugê para a
sustentabilidade econômica, social, ambiental e cultural da Rua Mucugê, por
acreditar que a Rua é o coração do Arraial D’Ajuda e que é fundamental para o
turismo na cidade.
Os resultados obtidos demonstraram que se fazem
necessárias medidas tanto das instituições públicas quanto privadas para a
disseminação e valorização dos setores criativos e culturais, e uma efetiva
agregação de iniciativas para promover, capacitar e formalizar os setores desta
que é a terceira maior economia do mundo.
A administração e seus vários métodos são um forte apoio a
essas iniciativas com auxilio de Empresas Junior, incubadoras de negócios,
startups que podem contribuir diretamente aos setores criativos. Diante disso,
este trabalho pode mapear a economia criativa no território criativo intitulado
Rua Mucugê e identificar o quanto esses “agentes criativos” sabem da sua
importância, contudo recomenda-se que sejam promovidas novas pesquisas para indicar
uma melhor inserção das medidas supracitadas.
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QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE CAMPO
Os dados serão utilizados para
pesquisas e elaboração da Monografia de Graduação em Administração de Empresas
na UNISULBAHIA/BA.
RESPONSÁVEL: Ariana Pereira Matos graduanda em Administração de Empresas das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia.
RESPONSÁVEL: Ariana Pereira Matos graduanda em Administração de Empresas das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia.
Responsável:
Data do preenchimento do questionário: /
/ Horário:___ : ___ Meio: ____________
1. Pessoal
1.1.
Sexo: ( )Masc. ( )Fem.
1.2.
Idade: ( )Até 24 anos
( )De 24 a 40 anos ( )De 41 a 60 anos. (
)Acima de 60 anos.
2. Educacional
2.1.
Escolaridade:
___________________________
2.2.
Profissão: ______________________________
3. Renda
3.1.
Tendo como base o salário
mínimo, qual o seu rendimento mensal?
( )Até um salário mínimo ( )De 1 a 3 s/m
( )De 3 a 5 s/m ( )Acima de 5 s/m
4. Características do Setor
Criativo
4.1.
Ano de início das
atividades/fundação: ______________
4.2.
Qual(s) dessas funções/iniciativas ou segmentos exerce?
( ) Alta Costura e Design de Moda
( ) Arquitetura e Paisagismo
( ) Artes Performáticas (Teatro, Dança e Circo)
( ) Artes Plásticas (esculturas, Cerâmicas,
pinturas e etc.)
( ) Artes Visuais (Fotografia e Design gráfico)
( ) Áudio Visuais (Cinema, Vídeo, Multimídia e
TV)
( ) Com. De Antiguidades
( ) Desen. Software, Computação e Telecom
( ) Edição e Publicação Gráfica
( ) Festivais e Eventos
( ) Jornalismo, Propaganda e Publicidade.
( ) Música
( ) Patrimônio Imaterial
( )
Artesanato -
( )
Gastronomia
( ) Manifestações culturais, saberes populares
( ) Turismo
( )
Outro: ___________________________________________
4.3.
Tipo de organização?
( )Empresa ( )Instituição Governamental ( ) Grupo/Coletivo/Associação (
)Empreendedor Individual
4.4.
Receita Bruta
( )Empreendedor Individual (Até 60.000,00)
( )Micro Empresa (De 60.001,00 até
360.000,00)
( )Pequena Empresa (De 360.001,00 até
3.600.000,00)
4.5.
Tipo de Espaço
( )Espaço
Próprio ()Espaço Alugado ( )Espaço
Cedido
4.6.
Sua iniciativa é contratada
por empresas fora da Cidade? ( )Sim ( )Não
Onde estas empresas se localizam?
(
)Cidades vizinhas ( )Outras
regiões do Estado ( )Outros Estados brasileiros (
)Exterior
4.7.
Sua iniciativa realiza
eventos em Porto Seguro? ( )Sim ( )Não
Caso
positivo, qual/quais?
( )Evento de Entretenimento
Temático (festivais ou mostras como: dança, gastronomia, música, teatro, circo,
artes plásticas e visuais, manifestações tradicionais, outros)
( )Eventos de interesse comercial (feiras,
rodada de negócios ou outras que envolvam por exemplo: antiguidades, artes,
música, artesanato, livros, agropecuária, moda, bazar, outros)
( )Festas (religiosas, cívicas, culturais,
artísticas, outras).
5. Identidade e Inovação
5.1.
O que levou a instalar-se
na Rua Mucugê?
( )Já pertencia a este local (
)Incentivo fiscal ( )Proximidade com fornecedores ( )Proximidade com outras iniciativas
semelhantes ( )Proximidade com
consumidores
( )Outros:
5.2. Existe uma “marca” criada para identificar os produtos e
serviços?
( )
Sim ( )
Não
Descreva:
5.3.
Como essa iniciativa
pretende contribuir para a sustentabilidade da Rua Mucugê e Acordo Mucugê?
( )Projetos específicos junto ao acordo.
Exemplo:
(
)Através da venda dos nossos produtos/serviços
(
)Outros:_______________________________________________________
6. Entendimento acerca da
Economia Criativa
6.1.
Sabe o que é Economia
Criativa (economia Cultural, território criativo, indústrias criativas, cidades
criativas ou segmentos criativos)?
( )Sim ( )Não.
Se não, pule para a questão 6.6
6.2.
O que você entende por
Economia Criativa?
( )Processos que envolvam
criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento,
a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos.
( )Processos de economizar por meio da
criatividade, os ativos, matéria-prima e equipamentos, na busca da
competitividade, e da sustentabilidade empresarial.
6.3.
Seu entendimento sobre
Economia Criativa advém de:
( )Cursos/Palestras ( )Projeto SEBRAE ( )Pesquisa ( )Nenhum ( )
Outros:_____________________
6.4.
Acredita que a Economia
Criativa é um forte potencial de desenvolvimento para a cidade de Porto Seguro,
em especial para a Rua Mucugê? ( )Sim
( )Não Por
quê?
( ) Por proporcionar indicadores direcionados a
qualidade de vida como: saúde, educação, cultura, emprego e lazer.
( ) Por proporcionar
indicadores direcionados a realização pessoal como: integração social,
segurança, auto realização e reconhecimento social.
6.5.
Quais políticas públicas
você deseja para uma melhor inserção, desenvolvimento e até valorização do
setor criativo? (pode marcar mais de uma opção)
( ) Articulação e estímulos ao fomento de
empreendimentos criativos.
( ) Educação para competências criativas
(Capacitação, consultorias e treinamentos)
( ) Infraestrutura de criação, produção,
distribuição e consumo de bens e serviços criativos.
( ) Criação/adequação de marcos legais para os
setores criativos
( ) Nenhuma das opções.
6.6.
Como você se vê nesse
setor?(marque apenas 01 alternativa)
( )Empreendedor ( )Criativo ( )Inovador ( )Sustentável ( )Nenhum
[2] Lançado em 1994, pelo
então primeiro-ministro Paul Keating, Creative Nation foi à
primeira vez que um governo federal australiano desenvolveu formalmente uma
política cultural. $ 250 milhões em financiamento adicional foi prometido
para instituições culturais. O relatório ressaltou a importância da cultura
para a identidade nacional, e definiu a cultura de forma mais ampla do que as
concepções anteriores, com a inclusão de filmes, rádio, bibliotecas e muito
mais.
[3] Paul
John Keating é um político australiano que se tornou o 24º Primeiro-ministro
daquele país. Ficou notório com a reforma no Tesouro Australiano no Governo
Hawke, depois como primeiro-ministro vencedor das eleições de 1993.
[4] Originalmente publicado
pelo Departamento de Comunicações e Artes - conhecido em 2012 como o Escritório das Artes - http://apo.org.au/research/creative-nation-commonwealth-cultural-policy-october-1994. Disponível também: http://creativeaustralia.arts.gov.au/full-policy/
[5]
O Departamento de Cultura, Mídia
e Esportes (DCMS) do Reino Unido cunhou um novo conceito ao lançar o primeiro
mapeamento das indústrias criativas. Um dos objetivos era mostrar que estas vão
além do papel fundamental da cultura e que possuem um vasto potencial de
geração de empregos e riqueza. Creative Industries Mapping Document(1998).
[6]
Quadro elaborado com base nas
definições presentes no estudo KEA European Affair, The Economy of Culture in
Europe, em Outubro de 2006. Disponível no Dossier de Economia Criativa.
[7] Este modelo é típico da abordagem
para as indústrias culturais, originado na tradição existente na Europa.
[8] Este modelo baseia-se na proposta de
que é o valor cultural dos produtos criativos que confere a essas indústrias
sua característica mais distinta, sendo este a base para a classificação das
indústrias criativas na Europa.
[9] Segundo a Organização Mundial da
Propriedade Intelectual (OMPI), este modelo baseia-se nas indústrias envolvidas
diretamente ou não na criação, ate a distribuição de trabalhos protegidos pelos
direitos autorais.
[10]
Definido pelo autor como o espírito que fundamenta uma cultura.
[12] Economia baseada na industrialização,
após a Revolução industrial a economia ficou alicerçada nos meios industriais
de produção.
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