Monografia

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS


ARIANA PEREIRA MATOS






ECONOMIA CRIATIVA: UM ESTUDO DE CASO NA RUA MUCUGÊ ARRAIAL D’AJUDA.










EUNÁPOLIS-BA
2014


ARIANA PEREIRA MATOS











ECONOMIA CRIATIVA: UM ESTUDO DE CASO NA RUA MUCUGÊ ARRAIAL D’AJUDA.
Monografia apresentado ao Curso de Administração de Empresas das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas.
Orientador: Mestre Jaderson Vargas de Souza.


Orientador Ms.º Jaderson Vargas.

 










EUNÁPOLIS-BA
2014


ARIANA PEREIRA MATOS

ECONOMIA CRIATIVA: UM ESTUDO DE CASO NA RUA MUCUGÊ ARRAIAL D’AJUDA.

 Monografia apresentada às Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito para avaliação da disciplina Trabalha de Conclusão de Curso e obtenção do titulo de bacharela em Administração com a orientação do Mestre Jaderson Vargas de Souza



Mestre Jaderson Vargas (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

Profº Examinador 1( Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)

Profº Examinador 2( Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)


Mestre Jaderson Vargas de Souza
Coordenador do curso de Administração
Eunápolis- BA,__________________________________
























Dedico este trabalho a minha mãe Raimunda Pereira, aos meus irmãos Alex, Arlei e Ancelmo, ao meu noivo e amigo Hélio Manuel Jorge Marques; e a todos os meus familiares e amigos.






Agradeço a Deus pela força nesta dura jornada de trabalho.
A minha mãe, Raimunda Pereira que sempre esteve presente, nos momentos de aflição, dúvidas e stress, sempre com muito amor e paciência sendo meu alicerce nessa longa caminhada.
Ao meu noivo, Hélio Manuel Jorge Marques, pelo amor e companheirismo, que em muitos momentos foi a força necessária para não desistir.
Em memória da minha avó Luiza Soriano e da minha amiga-irmã Dandara dos Santos Monteiro pelos momentos de conforto e pela existência em meu ser.
Aos amigos do curso que com companheirismo e incentivos foram um grande apoio nesta vida acadêmica, em especial Luciano Nery, Jales Vinícius Bonfim, Rogério Rocha, Kevin Eleto.
 Aos meus “anjos coloridos”, Marineide Ferreira, Izabel Carmo, Jamile Farias Rodrigues e Ailton Ribeiro pelo apoio que o momento exigiu.
Aos meus queridos amigos e mestres Angelo Herzog, Eliane Souza, Emerson Campos, Carlos Marchetti, Milton Moreno, Admir Wetler, Shirley Paterlini e Nadson Sales pelos ensinamentos nestes anos de construção profissional.
E ao orientador e amigo, Jaderson Vargas, pela compreensão e paciência diante das dificuldades, e que com seus ensinamentos me fortaleceu como pessoa e profissional.

























Albert Einstein 
RESUMO

A Economia Criativa ganhou notoriedade nos últimos anos pela confluência de fatores que impactam em variados tipos de organizações mundialmente. Por sua vez esse tipo de renovação nos negócios favorece tanto aspectos culturais como criativos, e buscam nos métodos distintos de negócios um meio das empresas se reinventarem, revitalizarem e inovarem. Diante dessa conjuntura este trabalho de pesquisa tem o intuito de levantar junto aos associados do Acordo Mucugê de Porto Seguro/BA, o grau de entendimento e/ou conhecimentos sobre o tema Economia Criativa. Para isso foi realizado um estudo de caso onde através da aplicação de questionários aos associados buscou-se analisar o seu conhecimento, identificar os seus perfis, identificar o que tem proporcionado este entendimento, identificar os setores e levantar as suas iniciativas para a sustentabilidade da Rua Mucugê. Os dados obtidos e analisados demonstram um conhecimento mediano sobre o tema, tanto sobre o que seja Economia Criativa, quanto a sua importância no desenvolvimento econômico, social e cultural na Rua Mucugê. Contudo mostrou-se uma diversidade de perfis dos associados e de seus ramos de atividade além do Acordo Mucugê caracterizar um modelo estruturado de iniciativa criativa e empresarial.

Palavras-chave: Criatividade. Inovação.



The Creative Economy gained notoriety in recent years by the confluence of factors that impact various types of organizations worldwide. In turn this kind of renovation in business favors both cultural and creative aspects, and seeks different methods for companies to reinvent, revitalize and innovate. Faced with this situation this research work aims to raise from members of Mucugê Porto Seguro/BA Agreement, the degree of understanding and/or knowledge of the subject Creative Economy. For this, a case study was done, where through the use of questionnaires to members sought to analyze their knowledge, identify their profiles, identify what has given this understanding, identifying sectors and raise their initiatives for sustainable Mucugê Street. The data obtained and analyzed show an average knowledge on the subject, much of what is Creative Economy, as its importance in the economic, social and cultural development in Mucugê Street. However it was shown to exist a diversity of profiles of members and their fields of activity and that the Mucugê Agreement characterizes a structured creative entrepreneurship model.

Keywords: Creativity. Innovation.



Figura 1: Quadro das Diferenças entre Indústria Criativa e Indústria Cultural......... 23
Figura 2: Economia Criativa - a ampliação dos setores culturais e a dinâmica de funcionamento dos seus elos................................................................................................................................ 24
Figura 3: Escopo dos Setores Criativos........................................................................... 25
Figura 4: Quadro das atividades associadas aos Setores Criativos Nucleares........ 26
Figura 5: Quadro dos Setores e Áreas das Indústrias Criativas e definições........... 27
Figura 6: Quadro dos Sistemas de classificação para as indústrias criativas derivados de diferentes modelos.................................................................................................................................. 28
Figura 7: Classificação da UNCTAD para as indústrias criativas............................... 30
Figura 8: Escopo das Categorias e Setores Criativos.................................................... 31
Figura 9: Fluxograma detalhado para a cadeia de indústria criativa do Brasil......... 32
Figura 10: A economia criativa brasileira e seus princípios norteadores................... 33
Figura 11: Diagrama simplificado do modelo de aglomerado de Porter (1990)........ 37
Figura 12: Criatividade na economia atual...................................................................... 44
Figura 13: Quadro de Características dos empreendedores de sucesso................... 47
Figura 14: Fatores que influenciam no processo empreendedor............................... 50
Figura 15: O processo empreendedor.............................................................................. 50
Figura 16: O processo empreendedor.............................................................................. 51
Figura 17: Modelo de sustentabilidade baseado em intangíveis................................ 53
Figura 18: Quadro de Composição do Índice de Criatividade...................................... 57







CREATIVE NATION –  Nação criativa
DCMS – Departamento de Cultura, Mídia e Esportes do Reino Unido.
EIC – Empresa Individual Criativa.
EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade de Limitada.
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.
MINC – Ministério da Cultura.
OBEC – Observatório Brasileiro da Economia Criativa.
OMPI – Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
PIT – Ponto de Informação Turística.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas.
SEC – Secretária da Economia Criativa.
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.
UNCTAD – é a sigla em inglês para Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento.
UNESCO – é a abreviatura da expressão inglesa de “United Nations Educational Scientifc and Cultural Organazation”, ou “Organização Educacional Científica e Cultural das Nações Unidas”.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................. 18
2.1.1 ECONOMIA CRIATIVA............................................................................................... 18
2.1.1.1 Fundamentos........................................................................................................... 19
2.1.1.2 Classificação dos setores criativos....................................................................... 25
2.1.1.3 Vertentes da Economia Criativa............................................................................ 34
2.1.1.4 Valor e Poder Simbólico da Economia Criativa.................................................. 39
2.1.2 PILARES DA ECONOMIA CRIATIVA...................................................................... 41
2.1.2.1 Criatividade............................................................................................................... 42
2.1.2.2 Inovação.................................................................................................................... 44
2.1.2.3 Empreendedorismo................................................................................................. 46
2.1.2.4 Sustentabilidade...................................................................................................... 52
2.1.2.5 Economia.................................................................................................................. 54
2.1.3 IMPULSIONADORES DA ECONOMIA CRIATIVA................................................ 55
2.1.3.1 Tecnologia................................................................................................................. 56
2.1.3.2 Demanda................................................................................................................... 58
2.1.3.3 Turismo...................................................................................................................... 59
2.1.3.4 Políticas Públicas..................................................................................................... 61
3 ANALISE DE DADOS........................................................................... 63
3.1 ESTUDO DE CASO....................................................................................................... 63
3.1.1 OBJETO DA PESQUISA............................................................................................ 63
3.1.1.1 Histórico da Organização....................................................................................... 63
3.1.1.2 Abordagem................................................................................................................ 64
3.1.2 ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO........................................................................... 66
3.1.2.1 Nível de Conhecimento sobre a Economia Criativa.......................................... 66
3.1.2.2 Identificação do que tem proporcionado esse conhecimento......................... 67
3.1.2.3 Perfil dos Agentes do Acordo Mucugê................................................................. 68
3.1.2.4 Levantamento dos principais setores................................................................... 71
3.1.2.5 Levantamento das iniciativas criativas para a sustentabilidade da Rua Mucugê           74
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 78
REFERÊNCIAS........................................................................................ 80
APÊNDICE................................................................................................ 85
ANEXO A.................................................................................................. 87
ANEXO B.................................................................................................. 88
ANEXO C.................................................................................................. 90


1 INTRODUÇÃO


Há aproximadamente duas décadas o tema “Economia Criativa” tem encontrado o seu espaço em vários países, até porque o desenvolvimento global apresenta as suas expectativas nessa nova abordagem. Apesar de ser um tema relativamente novo deriva de duas palavras que analisadas separadamente acompanham a humanidade há séculos. A primeira é Economia, uma ciência estudada por grandes e celebres pensadores como Marx e Schumpeter que tanto contribuíram para o entendimento que temos hoje, e a segunda é Criatividade, um dom humano que em alguns indivíduos transborda e perfaz os talentos da inovação.
Para Howkins (2013, p. 12), economia e criatividade não são ciências novas, a novidade está na essência e na influência que existe na relação entre elas e no formato de combinações que criam valores e riquezas.
Nascida de um vínculo entre o antigo e novo, traçada pelo caminho da indústria e da cultura no encontro das atividades modernas, capaz de atrair o desenvolvimento, surgiu em 1994 na Austrália inspirada no Projeto Creative Nation que tinha por objetivo a defesa da importância do trabalho criativo, mas foi em 1997 no Reino Unido que o conceito ficou definido, tendo sido identificados 13 (treze) setores de maior potencial, as então chamadas “Indústrias Criativas”.
Em 2004 na Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) realizada em São Paulo chegou ao solo brasileiro o conceito de Economia Criativa. O Ministério da Cultura (MINC) lançou anos mais tarde em 1º de Junho de 2012 o Plano de Gestão 2011 a 2014, o ministério da Cultura criou também a Secretária da Economia Criativa (SEC) pelo Decreto 7743[1] responsável por coordenar os setoriais: Artesanato, Arquitetura, Design e Moda. Existe também o Observatório Brasileiro da Economia Criativa (OBEC) que através da Portaria nº 01 de 08/02/2012, tem a responsabilidade de desenvolver pesquisas, difundir dados e informações.
Na Bahia a inserção da Economia Criativa deu-se em Abril de 2005 na cidade de Salvador, no Fórum Internacional das Indústrias Criativas. A Bahia foi uma protagonista nas discussões sobre os novos métodos que a Economia Criativa firma para o desenvolvimento (REIS, 2013, p.08).
 Por sua vez o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), mediante as informações mundiais e nacionais sobre o potencial da Economia Criativa para o desenvolvimento, cria como plano estratégico a Unidade de Economia Criativa, responsável pelo Projeto “Oficina SEBRAE de Economia Criativa e Cidades Criativas”, que percorreu 10 municípios entre o fim de 2012 e início de 2013, um desses municípios foi Porto Seguro. A Oficina foi realizada no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) sendo apoiada por 190 pessoas entre vereadores, prefeitos e empresários do Extremo Sul da Bahia.
Em Porto Seguro, no povoado do Arraial D’Ajuda destaca-se a Rua Mucugê também conhecida como “a rua mais charmosa do Brasil”, um dos muitos “ambientes criativos” de Porto Seguro, além de ser um ponto turístico com as mais belas praias. Nessa mesma rua existe uma associação com 69 empresários ativos (dados do ciclo associativo de 2014), que desenvolvem diversas ações e identificam a Rua Mucugê com sua representatividade empresarial – O Acordo Mucugê – um Território Criativo objeto de estudo desta pesquisa.
Com base nesses pressupostos e no cenário surge o problema para a abordagem deste trabalho acadêmico: Qual o grau de conhecimento que os agentes criativos do Acordo Mucugê da cidade de Porto Seguro têm acerca da sua importância na Economia Criativa?
Com ênfase nesta problemática, esta pesquisa tem como objeto geral analisar o nível de conhecimento dos agentes do setor acerca da importância na Economia Criativa.
Para alcançar o almejado supracitado, a pesquisa tem como objetivos específicos levantar o grau de entendimento e/ou conhecimento sobre o tema, identificar o que tem proporcionado esse entendimento, identificar os perfis dos Agentes, identificar os setores com maior potencial no Acordo Mucugê de Porto Seguro e levantar quais são as iniciativas criativas para a sustentabilidade da Rua Mucugê.
Como suporte para este trabalho acadêmico, a metodologia de pesquisa é descritiva, e tem como objetivo descrever as características dos agentes criativos do Acordo Mucugê, e visa descobrir possíveis associações entre variáveis como, por exemplo, os perfis e o entendimento desses agentes criativos acerca de fatores que os levaram a atuar de forma diferenciada (GIL, 1999, p.44).   
 Em relação aos meios, constituirá em uma pesquisa de campo - realizada na Rua Mucugê onde ocorre o fenômeno e dispõe de elementos para explicá-lo; documental e bibliográfica – consiste na exploração de documentos do Acordo Mucugê; e em relatórios, livros e artigos de instituições importantes e de renome, como SEBRAE, FIRJAN, UNCTAD, MINC entre outros que forneçam uma base analítica sobre Economia Criativa (VERGARA, 2003, p.48).
A pesquisa classificada como quantitativa contará com a aplicação de um questionário estruturado, para uma amostra não probabilística intencional de 69 sujeitos, os quais foram escolhidos para maximização da representatividade do objetivo da pesquisa, por possuírem características de agentes criativos conforme o método do MINC (KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010, p.61).
Essa pesquisa justifica-se academicamente por contribuir com a difusão da Economia Criativa – seus setores compõem a 3ª maior indústria do mundo atrás apenas das indústrias petrolíferas e armamentistas – e com o recente estudo desse setor para o desenvolvimento socioeconômico e cultural, principalmente, por se tratar de um setor da economia em grande expansão e que utiliza – assim como em todas as instituições – de ferramentas, conceitos e métodos da Administração como ciência sendo um possível apoio a futuras pesquisas nesse assunto.
 Justifica-se também pela aplicabilidade do Acordo Mucugê como representação dos empresários da Rua Mucugê e seus interesses, e pelo fortalecimento institucional para manter e aumentar sua representatividade, sendo um modelo de iniciativa.


2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1.1 ECONOMIA CRIATIVA


A economia criativa é reconhecida globalmente como uma parte crucial e crescente da economia. Para Florida (2011, p. 44) “a prova de que a economia criativa é em essência a economia atual, são essas construções de infraestrutura econômica em torno das atividades que são predominantes e categoricamente criativas”.
Segundo o primeiro relatório da UNCTAD (2008), os setores criativos compõem juntos a 3° maior indústria do mundo atrás somente da indústria petrolífera e armamentista e suas exportações superam U$ 500 bilhões.
No Brasil um estudo revelou que as 12 principais indústrias criativas, foram responsáveis por 21% do total de empregos formais, e contribuem para 16% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional, tendo uma representatividade de 7,6 milhões de pessoas (UNCTAD, 2010, p.55). Por esses motivos a governança e as esferas criativas estão a conceder cada vez mais prestígio ao papel que ela desempenha como fonte de empregos, de riquezas e de compromissos culturais.
Reis (2008, p. 15) ao descrever algumas das características da economia criativa, ressalta que esta possui um elemento renovável, que aumenta com o tempo – a criatividade – e que a concorrência estimula o desempenho de novos modos de produção. Essas características tem a capacidade de resgatar o cidadão e o consumidor socialmente e economicamente. A economia criativa possui assim muito mais aspectos do que apenas um setor com base na criatividade.
Meleiro e Fonseca (2012) expõem as reais mudanças que a economia criativa oferece numa visão global, além de exemplificarem territórios que utilizam ou introduziram a economia como um método de desenvolvimento socioeconômico, proporcionam ainda conceitos e exemplos práticos da cadeia produtiva da economia criativa.
Neste contexto faz-se necessário entender o processo histórico da Economia Criativa para uma melhor compreensão da sua evolução, seu valor no desenvolvimento social, cultural, econômico e ambiental.

2.1.1.1 Fundamentos


Para Reis (2008, p.16), o conceito teve origem no termo Indústria Criativa  inspirado no Projeto Creative Nation[2] da Austrália em 1994, lançado pelo então primeiro ministro Paul Keating[3] que então formalmente desenvolveu uma política cultural. O mesmo afirmou naquele momento que,
Esta política cultural é também uma política econômica. Cultura cria riqueza. Amplamente definido, nossas indústrias culturais gerar 13 bilhões de dólares por ano. Cultura emprega. Cerca de 336.000 australianos são empregados em indústrias relacionadas com a cultura. Cultura agrega valor, faz uma contribuição essencial à inovação, marketing e design. Ele é um emblema da nossa indústria. O nível de nossa criatividade determina substancialmente a nossa capacidade de adaptação a novos imperativos econômicos. É uma exportação valiosa em si mesma é um acompanhamento essencial para a exportação de outras commodities. Ele atrai turista e estudantes. É essencial para o nosso sucesso econômico. (KEATING, 1994).[4]
Através de uma política cultural este projeto demostrou a importância da criatividade para o desenvolvimento e para economia daquele país. Esse projeto possibilitou a implantação em outros países como Reino Unido em 1997, onde a partir de uma análise de tendências e vantagens competitivas, foram determinados quais os setores que teriam potencial e seriam promissores no século XXI.
         Ao longo desses processos de descoberta de uma nova tendência na economia, que na verdade não é assim tão nova, criaram-se vários conceitos para delimitar a economia criativa.
Segundo Howkins (2013, p. 13), apesar de ter diferentes interpretações, é o negócio das ideias, por meio do qual é feito a comercialização de novas ideias e invenções. Inclui todos os atos criativos e o trabalho intelectual que cria valor econômico.
A economia criativa possui como insumo a criatividade e é capaz de compreender setores e processos culturais, através do modo de gerir local e da distribuição global de bens e serviços com valorização econômica e simbólica (REIS, 2008, p. 23).
Fundamental para a compreensão de como funciona nas economias dos países é preciso conceituar primeiramente as Indústrias Culturais e as Indústrias Criativas.
a)    Indústria Cultural
O termo Indústria Cultural nasceu no período pós-guerra, onde era utilizado para superestimar as formas de distração das massas: filmes, revistas, jornais, músicas entre outros. Anos mais tarde obteve outra definição, nesta caracteriza-se por uma ação do mercado que transforma bens culturais em mercadorias. “A cultura tem as mesmas doutrinas da produção econômica como: uso do capital humano, das máquinas, alienação e divisão do trabalho, de produto trocado por dinheiro” (TEXEIRA COELHO, 1997, p. 216).
Por conta disso os consumidores estariam imersos em diversos conceitos de culturas e dos termos atrelados a elas como cultura de massas, pop, erudita, superior ou popular. A cultura popular está diretamente ligada aos valores dos povos, através dos costumes e comportamentos, e possuem mudanças cíclicas, já a cultura popular além de tradição e folclore, são todos aqueles modos e formas culturais guardadas no tempo, que se espelham  sem variação e manifestam-se nos resquícios da história (TEXEIRA COELHO, 1997, p. 199).  
Já a cultura erudita por sua vez está atrelada as artes e seu valor agregado cresce com o tempo. A cultura de massa cresce entre indivíduos com a mesma particularidade e possui uma disseminação maior, porém sem autonomia. 
Segundo Teixeira Coelho (1997, p. 102), a cultura é expressa de muitas formas, por meio de nossas histórias, a nossa maneira de viver, falar, conduzir a vida pública, relacionar com os outros, celebrar, recordar o passado e imaginar o futuro. E explica que a cultura nada mais é que uma forma de caracterização dos modos de vida de uma comunidade em seu aspecto global.
Por esse prisma a expressão cultural dá voz aos indivíduos, desafios, percepções e ajuda a ver o mundo através dos olhos dos outros. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciências e a Cultura (UNESCO), indústrias culturais são combinações de atividade que criam, produzem e comercializam produtos e serviços de essência cultural e intangível, e define assim sua importância na economia criativa, por valorização da cultura parte essencial e singular do ser humano.
Sousa (2013) oferece uma visão crítica dos filósofos e sociólogos Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno e Max Horkheimer os grandes intelectuais da Escola de Frankfurt a respeito das indústrias culturais. Para eles a razão tecnológica trouxe uma nova realidade social porem trouxe junto uma dependência do mercado, pois ao mesmo tempo em que oferece uma satisfação e agrada os indivíduos pode dominá-los e transformá-los em objetos, pois os produtos são vendidos e adquiridos consensualmente.
b)    Indústria Criativa
Para DCMS[5] (1998), na indústria criativa a propriedade intelectual é o diferencial, as indústrias criativas tem origem na criatividade, na aptidão e nas habilidades individuais, geram e exploram os direitos autorais, criam riqueza e suscitam empregos.
Bendassolli, Wood, Kirschabaum e Cunha (2008), apresentam uma definição do que seja indústria criativa seus limites e possibilidades além da abordagem deste termo no âmbito das políticas públicas, os autores exibiram um quadro com diferentes referências da área, e expõem a forma de produção, as características dos produtos, características de consumo, além de conceitos similares e as diferenças entre a indústria criativa e cultural. Diferenças essas que veremos no decorrer deste estudo.
 Wachowicz, et al (2011), descreve uma construção da economia preocupada com a criatividade, com base em regulações para o direito autoral e a inserção da economia criativa no Brasil, as dimensões públicas e privadas do direito autoral, exemplificam essa realidade brasileira com a galeria de Rock em São Paulo, e discorrem sobre a importância da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) como fator motivador no direito autoral e na Empresa Individual Criativa (EIC).
Com base neste pressuposto, o entendimento das indústrias criativas e culturais é a base para compreender a economia criativa, por esse motivo é importante descrever as diferenças entre elas em algumas abordagens. No estudo, “A Economia da Cultura na Europa” (2006)[6], identificou e tabelou as diferenças entre a indústria criativa e cultural como veremos a seguir:

Figura 1: Quadro das Diferenças entre Indústria Criativa e Indústria Cultural.

Indústrias Criativas
Indústrias Culturais
Abordagem
Econômica
Econômica/Estatística
Definição
Indústrias que têm a sua origem na criatividade, competência e talento individuais e que têm o potencial para criarem riqueza e emprego gerando e explorando a propriedade intelectual.
Um conjunto de atividades econômicas que aliam funções de concepção, de criação e de produção a funções mais industriais de manufatura e de comercialização em larga escala, através da utilização de suportes materiais ou de tecnologias da comunicação.
Critérios
Criatividade como input central no processo de produção.
Outputs caraterizados pela propriedade intelectual (e não apenas direitos de autor).
Inputs destinados à reprodução em massa;
Outputs caraterizados pelos direitos de autor (e não pela propriedade intelectual).
Alcance
- Publicidade, arquitetura, mercado de artes e antiguidades, artesanato, design, design de moda, cinema e vídeo, software de lazer interativo, música, artes performativas, publicidades, software e serviços de computador, rádio e televisão.
- As atividades incluem: criação, produção, distribuição, difusão, promoção, atividades educativas relacionadas e atividades de imprensa relacionadas.
- Publicação (livros, jornais, revistas, música), bem como a comercialização de livros, gravações de som e imprensa.
- Atividades audiovisuais (produção de filmes para televisão, de filmes institucionais ou publicitários, de filmes teatrais, atividades técnicas relacionadas com a televisão e o cinema, distribuição de filmes e vídeos, de rádio e de programas de televisão para satélite).
- E atividades diretamente relacionadas (agências de informação, multimídia e publicidade).
Fonte: Dossier de Economia Criativa (2010).

É necessário compreender, que as indústrias culturais estão inseridas dentro das indústrias criativas, a primeira compõe, estrutura e fortalece a segunda.
Com o propósito de nivelar um entendimento sobre os termos geradores da Economia Criativa no Brasil o MINC adotou no Plano Estratégico (2011, p.22), termos e conceitos mais direcionados para realidade brasileira. O mesmo define que estes setores cujas iniciativas produtivas geram um produto ou serviço criativo com valor simbólico e riqueza cultural e socioeconômica são a base para a economia criativa brasileira.
Figura 2: Economia Criativa - a ampliação dos setores culturais e a dinâmica de funcionamento dos seus elos.
Fonte: Plano da secretária da Economia Criativa (MINC, 2011, p. 23 e 24).

Como observado na figura 2, os setores criativos englobam os setores culturais e dessa forma o MINC (2011, p. 23) analisa a economia criativa a partir de dinâmicas culturais, sociais e econômicas e constroem com essas dinâmicas, ciclo no processo produtivo, com características e particularidades simbólicas.

2.1.1.2 Classificação dos setores criativos


Assim como o conceito de economia criativa tem diferentes interpretações de acordo com os países e organizações, a classificação dos setores criativos sofre interação dos diferentes conceitos, são inúmeros e obedecem a diversos critérios. Neste contexto, será feito um levantamento dos diferentes escopos de classificação, até chegar o método do MINC – modelo utilizado neste trabalho.
A UNESCO apesar de ter criado um dos primeiros métodos em 1986, sofreu modificações e atualizações desde então, a seguir será mostrado o primeiro modelo escopo de categorias da economia criativa.
O escopo proposto pela UNESCO como mostra a figura 3, é divido em duas macro categorias: as de setores criativos nucleares – que são em essência criativos, e os setores criativos relacionados – estes não são em essência criativos mas se relacionam com o primeiro. Temos ainda os setores denominados transversais que compõem, fortalecem e dão suporte aos dois primeiros.
Figura 3: Escopo dos Setores Criativos.
Fonte: UNESCO (2009 apud MINC 2011, p. 27).

A figura 4, o quadro mostra as atividades associadas aos setores criativos nucleares para uma melhor compreensão.
Figura 4: Quadro das atividades associadas aos Setores Criativos Nucleares.
Setores Criativos Nucleares
Macro categorias
Atividades Associadas
A.   Patrimônio natural e cultural
·         Museus
·         Sítios históricos e arqueológicos
·         Paisagens naturais
·         Patrimônio cultural
B.   Espetáculos e celebrações
·         Artes de Espetáculos
·         Festas e festivais
·         Feiras
C.   Artes Visuais e Artesanato
·         Pintura
·         Escultura
·         Fotografia
·         Artesanato
D.   Livros e periódicos
·         Livros
·         Jornais e revistas
·         Outros materiais impressos
·         Bibliotecas (incluindo as virtuais)
·         Feiras de livros
E.    Audiovisual e mídias interativas
·         Cinema e vídeo
·         TV e rádio (incluindo internet)
·         Internet podcasting
·         Videogames (incluindo online)
F.    Design e serviços criativos
·         Design de modas
·         Design gráfico
·         Design de interiores
·         Design paisagístico
·         Serviços de arquitetura
·         Serviços de publicidade
Fonte: UNESCO (2009 apud MINC, 2011, p.28).


Por sua vez a figura 5, mostra as definições dos setores de acordo com Howkins (2013), atrelados aos setores definidos pela UNESCO:
Figura 5: Quadro dos Setores e Áreas das Indústrias Criativas e definições.
Setor / Área
Definição
Propaganda
A propaganda passou de publicidade tradicional, para uma publicidade com novas relações com tecnologia, está mais ao alcance de seus clientes, ao criar logotipos, marcas e slogans. A publicidade na economia criativa deixa de ser apenas um negócio de direitos autorais.
Arquitetura
A arquitetura é uma atividade composta de direitos autorais.  Seu tamanho no mercado reflete diretamente sua participação na economia de um país.
Artes
Tanto os museus quanto as galerias compõem estes mercados além de contribuir com artes de alta qualidade e especialiada, este negóciotem por objetivo a proteção e celebração do novo, a valoração do patrimônio e destaca a escassez.
Artesanato
Compõem dois mercados diferentes – o primeiro o da arte – nesse são exibidos em galerias com uma habilidade criativa diferenciada, - o segundo no mercado de massa – neste a qualidade e preço são analisados a cima da arte.
Design
É o desenvolvimento e criação de conceitos para tornar ótimos a aparência, valor e função de um produto ou serviço.
Moda
Uma mistura outros setores como varejo, manufatura, arte, artesanato.
Filme
Trabalho de denominação com proteção dos direitos autorais e posteriormente vendidos ou distribuidos em outros países.
Música
Composta por quatro como: criação, desempenho, gravação de som e direitos autorais. Tem como característica a intangibilidade.
Artes Cênicas
São habilidades que envolve escrever, produzir, dirigir e executar; Design, iluminação e som, conjunto de decisões, de marketing, e administração.
Publicação
São atividades de exposição, divulgação e disseminação dos produtos literários.
P&D
São as atividades de cunho científico e técnico, desempenhadas por instituições e organizações de pesquisa.
Software
Apesar da disseminação de códigos abertos, a programação é claramente criatica e produzem propriedade intelectual.
Jogos de computador (game eletrônico)
Este setor é composto por três setores: jogos com dispositivo, jogos de CD ou DVD e jogos da Internet.
Rádio e TV
Consiste integração de mídias com transmissão de som e exibição de vídeo.
Fonte: Adaptado Howkins (2013, p. 110 a 141).


Contudo a UNCTAD ao produzir seus relatórios de economia criativa 2008 e 2010, classificou os setores criativos a partir de 04 (quatro) modelos distintos. São eles:
·         Modelo do DCMS do Reino unido;
·         Modelo de textos simbólicos[7];
·         Modelo de círculos concêntricos[8] e;
·         Modelo de direitos autorais da OMPI[9].
A figura 6 demonstra as indústrias incluídas em cada modelo.
Figura 6: Quadro dos Sistemas de classificação para as indústrias criativas derivados de diferentes modelos.
Modelo do DCMS do RU (01)
Modelo de Textos Simbólicos (02)
Modelo de Círculos Concêntricos (03)
Modelo de Direitos Autorais da OMPI (04)
Publicidade
Artes e antiguidades
Artesanato
Design
Moda
Filme e vídeo
Música
Artes cênicas
Editoras
Software
Televisão e rádio
Vídeo games e
Jogos de Computador
Indústrias culturais centrais: Publicidade
Filmes
Internet
Música
Editoras
TV e rádio
Vídeo games e
Jogos de Computador.
Indústrias culturais periféricas:
Artes cênicas.
Indústrias culturais sem distinção fixa:
Eletrônica para consumidor
Moda
Software
Esporte.
Artes criativas centrais:
Literatura
Música
Artes cênicas
Artes visuais.
Outras indústrias culturais centrais:
Filmes
Museus e
Bibliotecas.
Indústrias culturais mais amplas:
Serviço de patrimônio
Editoras
Gravações de som
TV e rádio
Vídeo games e
Jogos de computador.
Indústrias relacionadas:
Publicidade
Arquitetura
Design e
Moda.
Indústrias centrais de direitos autorais:
Publicidade
Sociedades de gestão coletiva
Filmes e vídeos
Música
Artes cênicas
Editoras
Software
TV e rádio
Artes gráficas e visuais.
Indústria de direitos autorais interdependentes:
Material de gravação em branco
Instrumentos musicais
Papel
Fotocopiadoras
Equipamento fotográfico.
Indústrias de direitos autorais parciais:
Arquitetura
Vestuário, calçados
Design
Moda
Utensílios domésticos
Brinquedos.
Fonte: UNCTAD (2010, p. 07).

Portanto para UNCTAD (2010, p. 08), as categorias foram construídas a partir dos 04(quatro) modelos anteriormente abordados, classificando-a e dividindo-a em 04(quatro) grupos de importância; estes são subdividas e formam 09(nove) subgrupos. Como mostra a figura 7 a seguir.





Figura 7: Classificação da UNCTAD para as indústrias criativas.
Fonte: UNCTAD (2010, p. 08).

A decisão de usar o conceito indústrias criativas foi tomada na XI Conferências Ministerial da UNCTAD, em 2004. A abordagem utilizada visava apoiar e ampliar o conceito de criatividade. Para o relatório UNCTAD (2010, p. 07) é importante diferenciar, “atividades upstream” (atividades culturais tradicionais, tais como artes cênicas ou visuais) de “atividades downstream” (que possuem uma proximidade muito maior como mercado, como publicidade).
Como anteriormente citado serão utilizados os conceitos e classificações do MINC, pois seu objetivo é nivelar e caracterizar de acordo com a realidade local, que por sua vez utiliza-se dos conceitos redefinidos pela UNESCO e UNCTAD, para então obter uma classificação mais racional com a realidade brasileira. A figura a seguir exibe a classificação definida pelo MINC.


Figura 8: Escopo das Categorias e Setores Criativos.
Fonte: MINC (2011, p. 30).


A Federação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) em conjunto com o MINC, utilizou a estrutura do escopo da UNESCO para desenvolver o fluxograma da cadeia da indústria criativa brasileira, nele estão descritas minuciosamente as indústrias nucleares, as atividades relacionadas e as de apoio como mostra a figura 9 a seguir:




Figura 9: Fluxograma detalhado para a cadeia de indústria criativa do Brasil.
Fonte: FIRJAN (2012, p. 02).


O MINC (2011, p. 33), definiu 04(quatro) princípios norteadores capazes de potencializar e ajustar a Secretária de Economia Criativa (SEC) à realidade brasileira. Como mostra a figura 10, a economia criativa no contexto brasileiro deve se adequar de modo consistente a realidade local, com a adesão de conceitos respeitáveis como a diversidade cultural, a sustentabilidade na percepção do desenvolvimento, a inovação e a inclusão da cooperação e da solidariedade na economia.
Figura 10: A economia criativa brasileira e seus princípios norteadores.
Fonte: MINC (2011, p. 33).

Depois de identificado o método que será utilizado, outra questão encontra seu espaço neste estudo; identificar as vertentes ligadas à economia criativa.


2.1.1.3 Vertentes da Economia Criativa


Ao seguir o direcionamento desta pesquisa para o quê seja Economia Criativa foi encontrado uma miríade de vertentes e possibilidades. Entender o que seja cada vertente irá contribuir na compreensão de qual foi o objeto de pesquisa deste trabalho e porque ele foi escolhido.
a)    Cidades criativas
Seu surgimento ocorreu no final de 1980, numa resposta à reestruturação das cidades em reação as mudanças globais, mas veio a ser mais utilizada no inicio de 1990, como uma corrente de pensamento onde precisavam ser criadas condições para a população pensar, criar e agir, pois pessoas comuns podem fazer coisas extraordinárias.
Este conceito tem como uso a revitalização das cidades na busca de novos futuros ao enfatizar os serviços e artes diferenciadas, o entretenimento diversificado, e a valorização do patrimônio histórico, ao abraçar os atos contemporâneos de criatividade. O emprego deste conceito também está internamente ligado ao fator desenvolvimento, nas estratégias e no foco cultural. O relatório da UNCTAD (2010, p. 12) descreve que o conceito de cidade criativa “é um complexo urbano em que os vários tipos de atividades culturais constituem um componente integral do funcionamento econômico e social da cidade”.
Já o plano da Economia Criativa desenvolvido pela SEC, exemplificam 03 (três) características fundamentais. [...] Um estudo comparativo desenvolvido junto a 18 autores de 13 países tão diversos como Taiwan, Noruega, África do Sul e Estados Unidos revelou que uma cidade criativa – independentemente de sua escala, de seu contexto socioeconômico ou de seu histórico – apresenta três características básicas: inovações tecnológicas, sociais, culturais ou outras; as conexões entre os agentes, cidades, o público, o privado, a economia, cultura e as demais; cultura – pelo reforço simbólico (MINC, 2011, p. 77).
Para Reis (2008, p. 136), se as cidades criativas são agentes transformadores sociais, culturais e econômicos, capazes de mudar as relações que estabelecem entre si, essas cidades são capazes de se transformar em catalisadores e de encontrar dentro de si a solução para problemas de diversos aspectos. São cidades que transformam a sua realidade socioeconômica em um meio mais singular, criativo e específico de identidade cultural, capaz de atrair recursos diversos para cultura local.
Contribui também ao descrever a cidade criativa como um espaço civilizado direcionado à inovação e à cultura. Sendo o ato de inovar, o resultado da materialização da criatividade geradora de valores nas atividades econômicas, sociais e culturais (REIS; KAGEYAMA, 2011, p.85).
Nesse contexto supracitado é importante identificar a cultura local, pois a sua originalidade é singular e criar uma aliança nas diferentes instituições dessas cidades para a construção de uma base sólida no processo de criação.
O relatório UNCTAD evidencia Londres como um bom exemplo de cidade criativa;
[...] as indústrias criativas formam o segundo maior setor na economia londrina. Entre 1995 e 2001, as indústrias criativas de Londres cresceram mais rapidamente do que qualquer outra grande indústria, com exceção dos serviços financeiros e de negócios, contabilizando de 20% a 25% do aumento de emprego na cidade para o período. (UNCTAD, 2010, p.14).

b)    Classes criativas
Após o nascimento da economia criativa houve mudanças intensas nas distribuições das pessoas, classes de “trabalhadores do conhecimento” assim chamados por Peter Drucker, estes surgiram com uma importância e com um papel diferente na economia. A classe criativa é definida pelo compartilhamento de valores, tradições e hábitos em um grupo de pessoas com modos semelhantes. Modos esses que formam parte das mudanças à medida que a economia muda (FLORIDA, 2011, p. 68).
Ao falar de classes criativas nesse contexto vemos que esses indivíduos que compartilham interesses, compartilham também criatividade. O que define as relações que essas classes possuem são as atividades econômicas.
Florida (2011, p.22) também explica que essa classe criativa partilha os mesmos éthos[10] criativos e segundo ela valoriza a criatividade, a individualidade, as diferenças e o mérito.
Essa classe criativa que envolve pessoas é diferenciada pelo conjunto de três fatores: o conhecimento e o domínio dos recursos tecnológicos (as infraestruturas tecnológicas onde vão fluir, circular, e interagir os produtos criativos); o talento individual, sobretudo o talento potenciado pela convivência dos talentos; e a abertura à tolerância, própria destas comunidades diversificadas. (REIS; KAGEYAMA, 2011, p. 79)
c)    Aglomerados, Clusters, Territórios e Polos criativos.
O modelo de aglomerado não se reduz aos setores criativos, formados institivamente são pautados com estratégia competitiva para os que integram estes aglomerados.
Segundo Porter (1990), esses aglomerados tem como especificações: o aumento da concorrência e geração de padrões; incentivo a colaboração e a difusão de praticas entre empresas; desenvolvimento de um local sofisticado; estimulo de inovações e melhora do marketing; desenvolvimento de uma marca; ajuntamento de alianças e redes; apoio profissional especializado.
O modelo de Porter na figura 11 é uma versão simplificada da forma de diamante defendida por ele, e nesta aparecem às fontes das vantagens competitivas que são bem atribuídas à economia criativa.

Figura 11: Diagrama simplificado do modelo de aglomerado de Porter (1990).
Fonte: UNCTAD (2010, p. 80).

Por sua vez, os clusters criativos são agrupamentos de coletividades espaciais com prestígio direto nos produtos e serviços, ou seja, esses agrupamentos de empresas atuam e alimentam-se uns dos outros em determinado setor criativo, operam também no movimentar de pujanças com instituições privadas e públicas.
 Os Clusters criativos nada mais são do que iniciativas que podem se disseminar entre profissionais e empreendedores em geral, tendo como características: o amparo, a base e o sustento mútuo, ao ativar as estruturas físicas, soluções financeiras e tecnológicas, aptidão humana e capacidade produtiva; tudo isso ligados a atos direcionados a cooperação horizontal e ou vertical.
 Para Reis e Kageyama (2011, p. 168) tem relação às questões socioeconômicas quando desenvolvem clusters, pois há uma cobertura de intercâmbio de conhecimento entre os agentes desses arranjos criativos tanto físicos como virtuais nas cidades, e também ao favorecer e incrementar a troca e a parceria mutua.
Já os territórios criativos são ambientes culturais e turísticos bem superiores, onde a comunidade tem por característica a vocação para as artes em geral e a hospitalidade. Segundo o Plano da SEC, territórios abrangem espaços como polos, cidades e bacias (regiões geográficas convergentes com os afluentes formando bacias hidrográficas), tais locais experimentam diariamente relações como uma espécie de laboratório de criatividade, pois é uma síntese na elaboração de culturais diárias.
Por sua vez a SEC ao definir polos criativos, descreve como sendo uma coletividade de iniciativas criativas geograficamente conexas e ligadas a um território, porém em menor dimensão literalmente, bem associada a bairros criativos. Estes polos apresentam laços de aprendizagem, cooperação social e civil, interação e produção de bens e serviços.
Não existindo por tanto uma definição por dimensão territorial objetiva, para determinar as diferenças entres aglomerados, clusters, territórios e polos criativos.
d)    Ativos criativos
O conceito de ativo em contabilidade tem por significado uma terminologia básica empregada para publicar “a reunião de valores, bens tangíveis ou não e créditos responsável pela configuração do patrimônio pessoal ou coletiva, em um devido momento com custos avaliados relativamente[11]”.
Porém os ativos intangíveis, uma configuração dos ativos criativos tem como definição a capacidade da empresa em satisfazer seus clientes ou o conhecimento organizacional de criar vantagens competitivas. Os ativos intangíveis envolvem patentes, capital intelectual, direitos autorais, processos de trabalhos, liderança e sistemas de informações (KAPLAN; NORTON, 2004, p.207).
Para economia criativa os ativos criativos são aqueles caracterizados pela intangibilidade, ou seja, são imateriais constituídos por marcas, patentes, processos e direitos pertinentes a uma organização e tem variação e são sujeitos as atividades. Contabilizados ou não, possuem valor e podem acrescentar vantagens competitivas.
Segundo Kaplan e Norton (2004, p. 32) “o valor do dos ativos intangíveis emerge de uma combinação eficaz com outros ativos, tantos tangíveis quanto intangíveis”.
Contudo os bens tangíveis também compõem a economia criativa, são todos aqueles bens físicos necessários para a atividade criativa.
e)    Empreendedores criativos
Conforme Chiavenato (2007, p.03), o empreendedor assume riscos e responsabilidades e inova continuamente, para iniciar e/ou operar um negócio no processo de realizar uma ideia ou projeto pessoal. E possui três características básicas: necessidade de realização, inclinação para assumir riscos e autoconfiança.
Ao seguir essas premissas e na conceituação do que sejam empreendedores criativos, é correto afirma que somada às características básica da economia criativa com as características do empreendedorismo identifica-se o conceito de empreendedor criativo.
Para Moraes (2013, p.58) o empreendedor criativo deve possuir relações concretas para que possa alcançar boas e não tão boas situações no cenário de mudanças em que se está inserido para ter a possibilidade de analisar as opiniões e então tomar as melhores decisões.
Howkins (2013, p.156) defende que os empreendedores criativos usam a criatividade para libertar a riqueza que se encontra dentro deles e que se bem administrada gerará mais riqueza.

2.1.1.4 Valor e Poder Simbólico da Economia Criativa

                                                                                                                                                      
Valore é uma reunião de particularidades de uma pessoa ou organização, que define a maneira como estas se comportam e interagem com outros e com o meio em que vivem. 
De acordo com Ostrower (2001, p. 101), por mais sensível que seja o indivíduo, inteligente, com pleno acesso às informações possíveis em um dado momento, com grande poder de imaginação e com igual poder de articulação na linguagem por ele escolhida – existem aspectos valorativos que estão fora de seu âmbito pessoal.
A palavra valor pode ter variados significados tais como talento, honra, bravura e coragem. Na economia criativa a existência desses aspectos valorativos, contribuiu para a modelagem das dimensões com que lidam as Indústrias Criativas:
·         Valor estético – Este espelha a beleza e forma, direcionado a aspectos e características estéticas. Na produção das obras de artes existe uma enorme gama de fenômenos estéticos como: as diferentes formas, as técnicas, a relação da ideia, materiais e formas de artes.
·         Valor espiritual – Este difunde a espiritualidade secular ou religiosa, a relação do homem com Deus, com características apoiadas na compreensão, discernimento e sensibilização.
·         Valor social – Uma perspectiva importante do trabalho criativo é a competência de instituir liames entre as pessoas, que de outra forma, não se conheciam.
·         Valor histórico – A importância das realizações criativas e culturais é que elas repercutem rapidamente a situação da ocasião de criação e do criador, sendo capaz de garantir uma continuidade histórica.
É crucial a seriedade do valor refletido na economia criativa.
A equação preço = valor não funciona porque a própria equação – preço igual a valor – não existe. Preço não é igual a valor. Nada é igual a valor. Só o valor é valor. As genuínas realizações humanas são valores. [...] Sua criatividade e suas criações são valores. São valores de produtividade humana, valores de consciência. São intraduzíveis. Não tem preço (Ostrower, 2001, p. 143).
Por sua vez, a economia criativa possui também uma cumplicidade capaz de ser caracterizada como um poder simbólico, que em sua essência, é o poder invisível que os agentes que o possuem, mas não sabem que lhe estão sujeitos ou que o exercem no meio em que vivem (BOURDIEU, 2003, p. 07 - 08).
No caso da economia criativa esse poder simbólico está apenas no ato de criar e inovar, ao seguir essa lógica a economia criativa revela-se como a economia do simbólico, provida de agentes criativos e intangíveis. Que respaldam os atributos do ser simbólico tanto no caráter valorativo como na faculdade simbólica.
Contudo esse poder nasceu na inserção do mercado de bens simbólicos, embora por muitos anos a vida artística e intelectual tenha sido comanda pela aristocracia e pela igreja. Esse nascimento se deu no decorrer das transformações e na constituição de um público virtual diversificado, na constituição de empresários e produtores desses bens simbólicos e nas instâncias de difusão desses mesmos bens (BOURDIEU, 2007, p.100).
Por este motivo o ciclo toma seu ponto de partida no valor e poder simbólico do ápice da criação, da inovação e no ato de empreender. Portanto as conexões da comunicação na economia criativa constituem sempre ligações de poder e valor que dependem do capital imaterial ou simbólico acumulado pelos agentes e pela cultura nela empregada.

2.1.2 PILARES DA ECONOMIA CRIATIVA


Expedir e armazenar informações, converter essas informações em experiências, cultura, arte, e conhecimento, são predicados de uma nova revolução socioeconômica cujo resultado é comparado ao da Revolução Industrial. O uso da criatividade como ferramenta de trabalho, as mudanças na economia, a propagação do ato de empreender, os lançamentos inovadores e a difusão da sustentabilidade deixou de ser domínio de poucos e foi transposto para o dia-a-dia da sociedade atual (REIS, 2008, p. 56).
A economia criativa construiu pilares desenhados na realidade dos novos tempos e introduziu a melhoria de produtos e serviços em virtude dos padrões globais de qualidade que dela advêm.

2.1.2.1 Criatividade


A criatividade é o 1°(primeiro) pilar de sustentação da economia criativa, pois é através dela que os setores criativos possuem o seu diferencial. O termo criatividade é originário do latim creatus, cujo significado é criar, especificado como a “qualidade ou característica de quem é criativo; inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar.” ( PFEIFER, 2001, p.26).
A criatividade é uma competência nascida com o ser humano, em máximo ou mínimo coeficiente, de acordo com as formações e as vivências do indivíduo. Porém, é na atmosfera ambiental e social no qual o ser pensante vive que se aperfeiçoa e oferece quantidades de incentivos físicos, sensoriais e experienciais, que operam no desenvolvimento da habilidade de aprender e ser criativo.
Criar é, basicamente, formar. É poder dar forma a algo novo. Em qualquer que seja o campo de atividade, dar novas coerências que se estabelecem para a mente humana, fenômenos relacionados de modo novo e compreendidos em termos novos. O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender, que por sua vez nos permite relacionar, ordenar, configurar, significar (OSTROWER, 2001, p. 08).
Um fator admirável na criatividade é a seriedade do que diz respeito à realização pessoal, pois o método criativo proporciona ao criador essa sensação depois de findado o seu projeto. É também um artifício de sobrevivência aproveitado pelo individuo desde antigos tempos, na assistência de problemas como também no ato originário das principais invenções. A criatividade é a “palavra de definições múltiplas, que remete intuitivamente à capacidade não só de criar o novo, mas de reinventar, diluir paradigmas tradicionais, unir pontos aparentemente desconexos, e com isso, equacionar soluções para novos e velhos problemas” (REIS, 2008, p. 15).
No entanto, atributos da criatividade podem existir em distintas especialidades do empreendimento humano ou pelo menos serem articuladas. De qualquer forma, independente da interpretação dada à criatividade, ela é um fenômeno determinante para a economia criativa.
Para Howkins (2013, p. 26), existem dois estágios da criatividade: o primeiro visa a realização das pessoas enquanto indivíduos sendo uma particularidade universal que está enraizada na sociedade livre ou totalitária. O segundo diz respeito à origem de produtos e serviços criativos nas sociedades industriais, que atribuem um valor maior à novidade, à ciência e à inovação tecnológica bem como aos direitos de propriedade autoral e intelectual.
Quando se faz um paralelo com a administração é preciso entender dois sistemas de valores; o primeiro são os valores materiais tangíveis e o segundo é o valor intangível. É neste aspecto que entra a administração da criatividade, pois envolvem saber explorar os dois sistemas, de forma ativa, com ferramentas apropriadas e com o uso dos vários tipos de criatividade.
Na figura 12, é possível observar a inter-relação dos tipos de criatividade, no que diz respeito à criatividade tecnológica, esta pode ser utilizada em maior ou menor quantidade. Essa inter-relação ainda é mais perceptível quando correlacionada com exemplos do cotidiano. No caso da criatividade cultural esta abrange a habilidade de produzir ideias inovadoras e originais com modelos que nos permitem decifrar um mundo de imagens, sons e textos. Na criatividade econômica as práticas de negócios e inovações em tecnologia são o ponto forte, já na criatividade científica a base é a busca pela solução de problemas através de experimentos e conexões inovadoras.






Figura 12: Criatividade na economia atual.
Fonte: UNCTAD (2010, p. 03).

Howkins (2013, p.150) ressalta que as empresas da economia tradicional atuam com recursos materiais escassos, já a economia criativa e seus agentes utilizam recursos que são ilimitados e dos quais possuem o direito intelectual mesmo que por curto prazo, ou seja, a criatividade.

2.1.2.2 Inovação


“A prática da criatividade traz o exercício natural da inovação” (PREDEBON, 2001, p. 216).
 Do latim innovatione, denota “ato ou efeito de inovar; aquilo que é novo, coisa nova, novidade.” A inovação é o segundo pilar da economia criativa, resultado do processo criativo, ou seja, a inovação é o resultado da criatividade aplicada, é a criatividade materializada em produtos e serviços. Não existe inovação sem antes nascer à criatividade (PREDEBON, 2001, p. 189).
A inovação na economia criativa introduz no mercado as ideias criativas, os produtos e serviços, os processos do setor criativo, mas nem sempre o ato criativo se torna num ato inovador, pois muitas ideias criativas não são aplicáveis na prática, são inviáveis, ou seja, a inovação é a aplicabilidade e viabilidade da ideia criativa.
Para Predebon (2001, p. 48) a inovação é a manifestação da prática diária da criatividade, capaz de resolver problemas, descobrir caminhos novos e oportunidades.
Outro ponto a ser vislumbrado na economia criativa, são as geradoras e centros de inovação como as empresas, indústrias e o setor criativo que investe em pesquisas e desenvolvimento (P&D) de produtos, com o interesse em novas tecnologias, em capital intelectual e gerenciamento de tempo, na busca de um diferencial competitivo.
Para Predebon (2001, p. 200), ainda se encontram nas empresas muitas barreiras à inovação, como o excesso de normas, estratégias e posturas rígidas, rigorosa dependência dos números, processos divididos em segmentos, subordinação cega e segurança total como tradição. Estes excessos são capazes de criar rupturas que além de dificultar o processo de inovação podem também maximizar os custos operacionais.
Para Schumpeter (1997, p. 134) a inovação é arriscada e muitas vezes impossível para muitos produtores; de fato a criatividade e a inovação são fatores de riscos para muitos empresários, mas não deixam de ser um diferencial. O resultado de uma inovação bem sucedida é o lucro empresarial.
Já para Hitt, Ireland e Hoskisson (2011, p. 373), é sobretudo em ambientes competitivos, que a inovação é o resultado que as empresas buscam, por meio do empreendedorismo tornando-se assim um modelo de sucesso empresarial.
Na economia criativa a inovação está em muitos aspectos processuais, de produtos e bens e sobre tudo na prestação de serviço, que tem um modo singular de materializar a criatividade. Para gerar inovação é preciso liberta-se da busca de futuros plausíveis (DEHEINZELIN, 2012, p. 13).
Schumpeter (1997) adverte que existem três tipos de atividades distintas que são de inovação: invenção - que é criar produto, serviço ou processo, ato criativo; inovação - materialização do ato criativo e; imitação - adoção da inovação por empresas não geradoras do processo da inovação.
A inovação não é um assunto novo, mas apenas nos últimos anos tem sido vista de uma forma diferente. Ela compõe o conceito da economia criativa por ser uma característica que induz a competitividade das empresas.
 Para Reis (2011, p. 11) a economia criativa passou de um estágio de competitividade baseado em investimentos, para um estágio baseado em inovação sendo eficiente e sustentável.
As empresas buscam conquistar a sua fatia no mercado, ter o diferencial e serem valorizadas, e a inovação é a ferramenta capaz de aumentar a produtividade da empresa. A inovação na economia criativa relaciona-se com o produto ou serviço, com as tecnologias, no conhecimento tanto do direito autoral como da inteligência e do capital competitivo individual ou coletivo (MORAES, 2013, p.64). 

2.1.2.3 Empreendedorismo


De origem francesa entrepreneur, significa capacidade de admitir os riscos de começar algo diferente. O conceito de empreendedorismo advém de variados fatores, no Brasil um dos eventos geradores foi o aumento do desemprego causado pela instabilidade da economia e pelas obrigações provenientes do acontecimento chamado globalização (DORNELAS, 2005, p. 24).
O desemprego foi um fator determinante para o surgimento de novos negócios no Brasil, onde os desempregados juntaram as suas economias e apostaram em negócios próprios, alguns na economia informal ,outros motivados por novas ferramentas apostaram nos negócios na internet.
Dornelas (2005, p. 26) ressalta que o movimento tomou forma a partir de 1990, quando entidades como o SEBRAE e Sociedade Brasileira para Exportação de Software (SOFTEX) foram criadas. Segundo o mesmo, o crédito da definição de empreendedorismo é de Marco Polo responsável por estabelecer uma rota comercial para o Oriente, pois assumiu riscos ao aceitar um papel ativo na comercialização de mercadorias de um homem que possuía dinheiro. Marco Polo entrou com o trabalho e o outro com o capital financeiro.
Muitas vezes se confunde empreendedor com o administrador por terem características similares, mas vale ressaltar que todos os empreendedores pela necessidade precisam ser bons administradores, porque o empreendimento demanda esse aspecto, contudo isso não quer dizer que todos os administradores são empreendedores.
Segundo Howkins (2013, p. 156), os empreendedores criativos possuem características como: visão, foco, perspicácia financeira, orgulho do que fazem e urgência para fazê-lo. E que apesar da economia de “aço[12]”, esses empreendedores podem abrir o seu próprio negócio, pois a economia criativa os anima para isso.
A figura 13 exibe o quadro das características que um empreendedor possui além das qualidades administrativas, que percorrem âmbitos pessoais, sociais e ambientais.
Figura 13: Quadro de Características dos empreendedores de sucesso.
Características
Descrição
São visionários
Eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida, e o mais importante: eles têm a habilidade de implementar seus sonhos.
Sabem tomar decisões
Eles não se sentem inseguros, sabem tomar decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso um fator-chave para o seu sucesso. E mais: além de tomar decisões, implementam suas ações rapidamente.
São indivíduos que fazem a diferença
Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade (Kao,1989; Kets de Vries, 1997). Sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado.
Sabem explorar ao máximo as oportunidades
Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os visionários (os empreendedores), as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático para transformá-las em oportunidades, por meio de dados e informação. Para Schumpeter (1949), o empreendedor é aquele que quebra a ordem corrente e inova, criando mercado com uma oportunidade identificada. Para Kirzner (1973), o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. Porem, ambos são enfáticos em afirmar que empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um individuo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta.
São determinados e dinâmicos
Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de “fazer acontecer”. Mantem-se sempre dinâmico e cultivam certo inconformismo diante da rotina.
São dedicados
Eles se dedicam 24h por dia, 07 dias por semana, ao seu negócio. Comprometem o relacionamento com amigos, com a família, e até mesmo com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São incansáveis e loucos pelo trabalho.
São otimistas e apaixonados pelo que fazem
Eles adoram o trabalho que realizam. E é esse amor ao que fazem o principal combustível que os mantem cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso.
São independentes e constroem o próprio destino
Eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes, em vez de empregados; querem criar algo novo e determinar os próprios passos, abrir os próprios caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos.
Ficam ricos
Ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios.
São lideres e formadores de equipes
Os empreendedores tem um senso de liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si. Sabem que, para obter êxito e sucesso, dependem de uma equipe de profissionais competentes. Sabem ainda recrutar as melhores cabeças para assessorá-los nos campos onde não detêm o melhor conhecimento.
São bem relacionados (networking)
Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe.
São organizados
Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros, de uma forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio.
Planejam, planejam, planejam.
Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu negócio, desde o primeiro rascunho de plano de negócios, até a apresentação do plano a investidores, definição das estratégias de marketing do negócio etc., sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem.
Possuem conhecimento
São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que quanto maior o domínio sobre o ramo de negócio, maior é sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática, de informações obtidas em publicações especializadas, em cursos, ou mesmo de conselhos de pessoas que montaram empreendimentos semelhantes.
Assumem riscos calculados
Talvez essa seja a característica mais conhecida dos empreendedores. Mas o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso. Assumir riscos tem relação com desafios. E para o empreendedor, quanto maior o desafio, mais estimulante será a jornada empreendedora.
Criam valor para a sociedade
Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor a sociedade, com a geração de empregos, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas.
Fonte: Dornelas (2005, p. 33 e 34).

Além das características do empreendedor, é imprescindível entender o processo empreendedor. Este processo compreende todas as ações, atividades e funções relacionadas à criação e implementação de uma nova empresa, apesar de haver correntes que defendem que o individuo nasce empreendedor e outras que o individuo aprende a ser empreendedor, esta problemática, no entanto não têm importância para entendermos o que realmente ocorre no processo empreendedor, na figura 14, veremos os fatores que influenciam esse processo (DORNELAS, 2005, p. 41).
Figura 14: Fatores que influenciam no processo empreendedor.
Fonte: Dornelas (2005, p. 41).

Para melhor entender esse processo podemos observar algumas etapas, uma etapa não precisa necessariamente ser concluída para dar seguimento à próxima, pois elas são vinculadas e interage entre si, a figura 15 demonstra essas etapas:
Figura 15: O processo empreendedor.
Fonte: Dornelas (2005, p. 43).

Já a figura 16, exibe os fatores vitais do processo empreendedor, direcionados ao plano de negócio que é uma ferramenta no qual o empreendedor descreve seu empreendimento podendo testar ideias, analisar dados e aplicar o modelo.
Figura 16: O processo empreendedor.
Fonte: Dornelas (2005, p. 46).

O papel do empreendedorismo na economia criativa é primordial, todas as características, e métodos são aplicáveis neste setor, até porque a economia criativa ancora na capacidade de criar, inovar e implantar as ideias, e é neste aspecto que entra o espírito empreendedor.
Zardo e Mello (2012) apresentam o processo de criação, modelagem e aplicabilidade do projeto “Rio Criativo – Incubadoras de Empreendimentos da Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro”, que trás perspectivas de iniciativas criativas numa dinâmica governamental, universitária e empresarial. Destaca-se o papel das incubadoras no empreendedorismo sendo essencial para o fortalecimento das indústrias criativas no Rio de Janeiro, demonstrando assim a sua importância  na economia criativa.

2.1.2.4 Sustentabilidade


A sustentabilidade é o 4° pilar da economia criativa, o seu reconhecimento está nas ações efetivas na busca de melhorias para um futuro mais justo tanto social, como econômico, ambiental e cultural. Reis (2012, p. 116) ressalta que a economia criativa para ser sustentável precisa agir corretamente no âmbito ecológico, comportar-se com justiça no âmbito social, ser viável no aspecto econômico e respeitar a diversidade cultural.
Este tema tomou uma proporção bem maior nos últimos anos, onde os agentes econômicos viram na sustentabilidade um modo de diminuir os impactos econômicos, sociais, ambientais e agora culturais para uma melhor vivência nos dias atuais e também no futuro.
Ao pensar o que é sustentabilidade na economia criativa, as iniciativas falam por si, pois proporciona um posicionamento sustentável, o agente criativo pensa sustentável, por ter ativos intangíveis que predominam no seu capital.
Reis e Marco (2009, p. 127), ao propor um modelo de sustentabilidade baseado na intangibilidade, ressaltam que em um projeto criativo o gestor deve-se posicionar como em qualquer outro tipo de empreendimento. Ele deve montar um plano de negócio, avaliar com a visão empreendedora se existe a oportunidade e a necessidade das aquisições dos ativos tangíveis, intangíveis e competências, estabelecer um inventário de todos os seus bens e aquisições, com isso saberá o que tem e o que ainda é preciso, por fim definir um plano de ação capaz de criar condições para uma sustentabilidade a longo prazo. Como mostra a figura 17:




Figura 17: Modelo de sustentabilidade baseado em intangíveis.
Fonte: Reis e Marco (2009, p. 126).

Reis e Marco (2009) tratam apenas da sustentabilidade empresarial, e nos outros prismas? Como a economia criativa contribui para um mundo sustentável?
As iniciativas dos setores criativos trazem consigo uma gama de aspectos sustentáveis, como o caso da ascensão de empreendedores sustentáveis, um exemplo na Argentina. O fundador da Designo-Patagônia Manuel Rapoport, finalista do prêmio Jovem Empreendedor Internacional de 2007 por criar uma iniciativa em 2001, que consistia em uma empresa de consultoria de design que enfatizava a sustentabilidade socioambiental e a promoção da região da Patagônia, que ao trabalhar com comunidades locais, apoia a criação, fabricação e comercialização de produtos da Patagônia valorizando os recursos locais (NEWBIGIN, 2010, p.64).
Lima (2012, p.37) no seu estudo sobre polos criativos no Brasil frisa a importância da sustentabilidade, ele define como um meio de configuração pelo qual as civilizações, seus membros, e suas economias possam suprir as suas necessidades, demonstrar o potencial econômico, social, ambiental e cultural ao mesmo tempo que preservam esse potencial.
Pacheco (2012), descreve uma iniciativa criativa chamada de Cultura Viva, que é uma implementação de Pontos de Cultura e Criatividade no Estado de Mato Grosso do Sul. Estes pontos possuem ações de inclusão produtiva e formação profissional. Destaca-se numa breve análise, essa iniciativa como uma alternativa real de sustentabilidade social, cultural e ambiental para o município de Corumbá/Mato Grosso do Sul, além de ações transversais na tecnologia social e na autogestão, a partir do Instituto Homem Pantaneiro e Cooperativa Vila Moinho.
Estes são exemplos de como a economia criativa percorre junto de suas iniciativas vários âmbitos da sustentabilidade; fortalecer o processo sustentável é com certeza mais uma particularidade das indústrias criativas.

2.1.2.5 Economia


Advém do termo grego oikonomía (oikos = casa, nomía = lei) que propuseram na Grécia Antiga, ato de administrar a casa privada. Este compõe o último pilar da economia criativa, mas não é o menos importante.
O agente do setor criativo necessita entender a economia tanto no aspecto macro como micro, para entender o mercado e utilizar de suas variáveis e suas mudanças cíclicas para a tomada de decisão e planejamento estratégico. Reis e Marco (2009, p.50) explicam que a economia estuda os métodos de tomada de decisão dos indivíduos físicos e jurídicos e como a sociedade se relaciona com produtos e serviços.
Para Schumpeter (1997, p. 23) os fatores econômicos resultam de procedimentos econômicos, mas estes nunca são estritos ou puramente econômicos. Na economia criativa este comportamento não está voltado apenas à aquisição de bens e serviços ou produtos, mas na busca de criar produtos e serviços que visem suprir as prováveis necessidades humanas.
Schumpeter (1997, p. 29) ressalta que as atividades econômicas podem ter qualquer motor, mas a satisfação de necessidades é o seu pretexto principal.
Ao defender a sua teoria do fluxo circular, adverte que em qualquer lugar do sistema econômico uma demanda espera por uma oferta e que de fato todos os bens, serviços e produtos encontram um mercado, e que o fluxo só é quebrado com uma inovação (SCHUMPETER, 1997, p.27).
Quando se analisa o contexto econômico e os meios de produção ao longo dos anos, percebe-se que existiram profundas mudanças. O que era antes produzido no mesmo chão de fabrica, hoje é realocado globalmente, ou seja, a matéria prima pode não ter sido comprada mais no mesmo país, os processos podem ser feitos remotamente, os Stakeholders podem está em qualquer lugar do mundo.
 A economia criativa possui essas características de circulação global, um exemplo evidente são os clusters carnavalescos, estes compram matérias primas de vários lugares do mundo, fazem circular a economia macro e micro, e arrastam milhares de turistas para os eventos, além de provocar o consumo de lazer, hospedagem e alimentação durante o período.
A economia criativa é um apoio ao desenvolvimento, por proporcionar dentro de suas vertentes a busca para mudanças sociais, econômicas, culturais e ambientais, com apoio de políticas públicas, em parceria com o privado e a comunidade. As mudanças que surgem de dentro, por iniciativas próprias é o que se entende por desenvolvimento (SCHUMPETER, 1997, p.74).
Segundo Hazlitt (2010, p.24) a economia também é uma arte que deve considerar não apenas os efeitos ocasionados pelos atos políticos, mas todas as consequências emanadas desses atos para um grupo ou para toda a sociedade. Efeitos estes que provocam mudanças, que desenvolvem e que regem a economia, efeitos ocasionados pelas mudanças de uma nova economia, também chamada de economia atual, economia do conhecimento ou economia criativa.

2.1.3 IMPULSIONADORES DA ECONOMIA CRIATIVA


Se a economia criativa se propagou tão rapidamente, se seu crescimento é perceptível e se suas características contribuem para o desenvolvimento de uma nação, é possível concluir que houve impulsionadores no decorrer dessa evolução. Tanto o avanço tecnológico, a revolução digital e as novas economias são indicadores de combinações que criaram condições para esse crescimento. Essas combinações impulsionaram e continuam a impulsionar a economia em todo o mundo. Mas existem alguns impulsionadores que tem um aspecto mais relevante, até porque seus aspectos são similares entre países (UNCTAD, 2010, p. 19).

2.1.3.1 Tecnologia


A tecnologia advém por razões econômicas bem ponderadas, ou seja, os métodos de produção que consistiam em ideias de conteúdos econômicos e físicos são nestes aspectos diferenciados, em relação às combinações que desenvolvem outros métodos produtivos para bens e serviços procurados. O objetivo da produção tecnológica é determinado pelo sistema econômico (SCHUMPETER, 1997, p. 32).
Essas combinações podem ser processo, maquinário, equipamentos, conhecimentos, software e outros, aplicáveis na produção e que podem maximizar os resultados além de diminuírem os custos. A tecnologia é um impulsionador da economia criativa pela lógica econômica (SCHUMPETER, 1997).
A economia como ciência motivou a introdução das tecnologias para a competitividade entre os polos produtivos. Por assim dizer, a economia criativa nasceu e é apoiada nas tecnologias de informações e comunicações (REIS, 2012, p.15).
Neste aspecto a tecnologia é imposta por diferentes prismas na economia criativa. Quando se pensa em tecnologia o pensamento pode ser remetido ao setor da informática, o que gera um pensamento errôneo.
Segundo Reis (2012, p.17) “todas as tecnologias são linguagens e como tais são a essência do que nos torna humanos”. A tecnologia pode ser reconhecida como um conjunto de conhecimentos decorrente de experiências registradas por intermédio verbal, ou escrito. E esta tecnologia aplicada, ou manifestada fisicamente pode oferecer novas ferramentas que dão suporte às atividades criativas.
Enfatiza Howkins (2013, p. 201), que a tecnologia fornece um extenso leque de comunicação multidirecional. Na economia criativa esse leque é uma ferramenta de circulação de produtos e serviços criativos como: música, filmes, livros, software, jogos e outros, sendo impactantes em setores ligados nos direitos autorais como: televisivo, cinematográfico, editorial e fonográfico.
Já Florida (2011) defende que a tecnologia compõe o índice da criatividade, sendo esses índices tecnológicos essenciais para a mobilidade que é uma característica da classe criativa. A figura 18, mostra como é composto o índice de criatividade.
Figura 18: Quadro de Composição do Índice de Criatividade.
Composição do Índice de Criatividade
Talento
Índice da Classe Criativa (% profissões criativas)
Índice de Capital Humano (%pop. 25 a 64 a. nível universitário)
Índice de Talento Científico (pesquisadores/mil habitantes)
Tecnologia
Índice de Pesquisa e Desenvolvimento (% P&D/ PIB)
Índice de Inovação (patentes/milhões de habitantes)
Índice de Inovação High-Tech (patentes de tecnologias/habitantes)
Tolerância
Índice de Atitude (frente às maiorias)
Índice de Valor (valores tradicionais x modernos)
Índice de Auto expressão (direitos individuais e de expressão)
Fonte: Adaptação de Florida (2011, p. 249).

Como mostra o quadro, o sub índice de tecnologia demonstra a importância da P&D, das patentes e das patentes de tecnologia para definir um percentual de tecnologia dos setores criativos. Assim fica evidente o quanto a tecnologia é um impulsionador, não apenas por ter sido também responsável pelo nascimento da economia criativa, mas por ter participação na propagação da criatividade e compor um modelo de controle e análise.

2.1.3.2 Demanda


A economia criativa abrange consumidores que estabelecem o que será produzido e como será feita a distribuição, a razão advém das novas tecnologias de consumo. Contudo existem outras variáveis como o aumento da renda, a diminuição dos preços dos produtos criativos e culturais, a facilidade e disposição desses produtos no mercado pela internet, e pela mudança das empresas que utilizam os seus clientes como coautores ou criadores de produtos criativos, todos esses fatores possibilitam a inserção de novos hábitos no consumo e na demanda.
Para Schumpeter (1997, p. 38), os indivíduos que expressam a sua demanda é que realmente possuem influência e são de fato consumidores, sendo nesse sentido os indivíduos que participam da produção.
Por definição demanda é a procura em quantidade ou individual de um bem ou serviço específico, que um consumidor deseja obter. Na economia criativa essa procura por bens intangíveis ou não, advém da liberdade mental, ou seja, uma grande força sobre a demanda cotidiana dos novos consumidores por conta do alto nível de conhecimento e de informação sobre o produto e serviço. As indústrias criativas são setores dinâmicos e a demanda global continua a crescer por esse modo particular (UNCTAD, 2010).
Segundo Newbigin (2010, p. 49) as mudanças que são visíveis na economia atual mostram que o consumidor não é apenas um telespectador econômico, seus desejos e necessidades influenciam o que será demandado ou não. Na economia criativa é preciso adaptação e aperfeiçoamento para satisfazer a demanda.
Para Moraes (2013, p.70), há um aumento na demanda por bens que valorizam os atributos estéticos, práticos, funcionais, experimentais e emocionais.  Por esses aspectos a economia criativa tem uma demanda especifica para a produção de um bem ou serviço específico e esta produção impulsiona a economia criativa e favorece um novo mercado. Esta nova economia possui consumidores sofisticados que estimulam novas demandas.
A demanda provoca na economia criativa a necessidade de ter novas ideias criativas, de inovar, de empreender, pois o consumidor da nova economia, não fica por muito tempo satisfeito com o produto em especial, demandará por mais e mais produtos e serviços diferenciados, inovadores e tecnológicos.

2.1.3.3 Turismo


Por que o turismo também é um impulsionador da economia criativa?
Porque um grupo específico chamado de turistas, são consumidores que possuem uma forte demanda por produtos criativos e culturais, tanto pelo turismo de massa com seu alto volume, como pelo turismo internacional que trás consigo a moeda estrangeira.
Lage e Milone (2001, p. 34) ressaltam que o turismo transformou-se em uma atividade de expressão na economia. Com a difusão de informações culturais, redução de custos de transporte, investimentos e o aumento da renda do mundo, houve uma contribuição para o crescimento da demanda e da oferta de novos serviços turísticos.
Esse aumento da demanda contribui para o crescimento da economia criativa como é exemplificado no tópico anterior. Por esse ângulo o turismo possui perspectivas interessantes que precisam ser abordadas, como por exemplo, as suas consequências para os agentes envolvidos em tal atividade.
Segundo Deheinzelin (2012, p. 45) o produto e o serviço não são apenas os motores da economia, mas sim as experiências vividas, por isso o turismo e o entretenimento crescem tanto.
No contexto histórico, as fases da concepção econômica foram compostas por viagens, estas configuradas pelo deslocamento humano sendo um item da vida econômica, social e cultural. A sua origem data da antiga Babilônia, inicialmente de caráter comercial, e no decorrer dos anos com outros propósitos.
A história do turismo começou a partir do final da primeira metade do século XIX, mais precisamente no ano de 1841[...]. Foi Thomas Cook, que colocou em prática a ideia de fretar um trem para transportar 570 pessoas em uma viagem de 22 milhas entre cidades inglesas de Leicester e Loughborough para participar de um Congresso Antialcoólico, em 1841 (LAGE; MILONE, 2001, p.37 e 38).
Mas como conceituar turismo se são inúmeras definições? É impossível limitar a uma única definição, o importante, porém é o conhecimento do mercado que este integra. Uma das definições mais utilizada é que, o turismo é uma atividade social e econômica, geradora de produção de bens e serviços que visa à satisfação do homem em diversas necessidades básicas e secundárias. (LAGE, MILONE et al, 2000, p. 26).
O turismo envolve vários componentes como: transporte, hospedaria, alimentação, entretenimento, mas muitos são os outros setores que são envolvidos, apoiam e compõem o turismo, como por exemplo, as indústrias culturais e criativas que simultaneamente estimulam o seu crescimento em todo mundo e são pelo turismo também estimulado a crescer, num processo quase simbiótico.
Para a economia criativa, o turismo é o setor da economia que dissemina as atividades criativas e culturais, segundo os dados da UNCTAD (2010, p. 21) “ele é a principal fonte de câmbio estrangeiro para um terço dos países em desenvolvimento e de metade dos países menos desenvolvidos, nos quais ele corresponde a até 40% do PIB. Em 2008, as chegadas de turistas internacionais alcançaram a marca de 922 milhões, com as receitas do turismo chegando a $ 944 bilhões”.
Costa (2008) descreve em Itabuna-Bahia  um exemplo do que o turismo tem feito à economia criativa, o artesanato e o turismo de Itabuna foram analisados a luz da economia criativa, onde foram identificadas as formas de apoio existentes ao artesanato e ao turismo, o perfil do consumidor desses produtos e foi feita também uma análise do artesanato nas questões de criatividade, identidade, direitos autorais e sustentabilidade. Segundo a autora o turismo de Itabuna impulsiona a atividade criativa, pois alimenta a criatividade, energiza a valorização do artesanato e faz com que o capital circule.

 2.1.3.4 Políticas Públicas


Outro importante impulsionador da economia criativa são as políticas públicas, por terem uma influência direta no desenvolvimento e na propagação do setor criativo. A articulação entre o público, o privado, academias, e outras organizações são fundamentais, pois este envolvimento propicia a sustentabilidade da economia criativa como agente de desenvolvimento.
Reis (2008, p.35) sugere uma parceria público-privada, no sentido de investimentos em infraestruturas e em capacitação, assim como em fomentos para atingir antigos mercados e explorar novas formas de negócios.
O alinhamento das politicas públicas em uma estratégia comum, não atinge apenas a economia criativa, mas vários outros setores como, por exemplo, o turismo, já que estes interagem entre si.
Freitas (2012) descreve uma proposta denominada de metamodelo da economia criativa, onde os componentes do modelo são: capital humano, consumidor, financiamentos, campos criativos e a indústria criativa; e as várias trocas dos agentes criativos fazem parte de um diagrama de causas e efeitos que reagem entre si. Essa dinâmica segundo o autor apoia a formulação de políticas públicas, apesar da sua difícil formulação, porém é capaz de propor o foco em um problema e não no sistema, viabilizando assim as políticas públicas.
Contudo as políticas públicas são uma realidade na articulação de projetos da economia criativa como mostra Silva (2012), onde é apresentada uma iniciativa denominada Criativa Birô, um programa criado pelo MINC/SEC que consiste em escritórios fixos ou itinerantes com o objetivo de fomentar, promover políticas públicas na economia criativa através de atendimentos, qualificações por meio de capacitações e consultorias, e atuar em projetos de leis e incentivos em parceria com o Sistema S e governo.
Foram instalados em 2014 cincos pilotos em capitais sedes da Copa.
Bulcão, Santos e Brizuela (2012), descrevem que na Bahia a institucionalização das políticas públicas como impulsionador da Economia Criativa foi devida promoção através da Secretária de Cultura do Estado da Bahia (Secult). Através do Plano Bahia Criativa (integração de políticas, programas e ações de diferentes secretarias, com outras instituições públicas e iniciativas privadas e ainda do terceiro setor que tenham relação com os segmentos e empreendedores criativos da Bahia), a Lei Orgânica da Cultura da Bahia, o Programa EC do PPA, a criação da Rede de Formação e Qualificação da Cultura. Estes vinculados a Política Nacional de EC e o Plano Brasil Criativo. Sendo atualidade um dos estados com maior maturação de políticas públicas para a economia criativa é a Bahia pelo seu leque de iniciativas do poder público.



3 ANALISE DE DADOS

3.1 ESTUDO DE CASO

3.1.1 OBJETO DA PESQUISA


A concretização desta pesquisa acadêmica deu-se por intermédio de um estudo de caso numa associação de empresários localizada na Rua Mucugê, sendo este o objeto da pesquisa, e os sujeitos por sua vez são os empresários que fazem parte dessa associação.

3.1.1.1 Histórico da Organização


O “Projeto Acordo Mucugê” foi criado em 2003 pelos empresários e empreendedores da Rua Mucugê, localizado em Arraial D’Ajuda distrito de Porto Seguro/BA, que por meio de sua aliança, tem como objetivo tornar a rua uma atratividade para o turista e favorecer com isso os negócios que dela fazem parte.
O projeto em conjunto com a administração pública de Porto Seguro obteve o Decreto N° 4135/10 (ver anexo A), que foi em 26 de Fevereiro de 2014 atualizado para o Decreto N°6354/14(ver anexo B) que consiste na regulamentação para isolamento do trânsito na alta temporada, o Decreto N° 651/03(ver anexo C) que regulamenta os horários para cargas e descargas no Arraial D’Ajuda e também mantem um Ponto de Informação Turística (PIT) no início da Rua Mucugê entre outras medidas.
Com o desenvolvimento da rua, em Junho de 2008, foi criado o primeiro planejamento estratégico para o período de 2008/2009 e em Novembro de 2013 com o apoio do SEBRAE foi então desenvolvido o Planejamento Estratégico 2014/2018.
O Acordo Mucugê é uma associação dos comerciantes da Rua Mucugê que tem como característica associativa a adesão anual, com início do ciclo em 1° de Outubro de cada ano e fechamento em 30 de Setembro do ano seguinte onde então são reformuladas as estratégias, os valores de contribuições e são disponibilizadas entradas de novos associados.
No ano de 2014, foram contabilizados 69 associados, porém uma particularidade do Acordo Mucugê é que este acordo não é restrito a Rua Mucugê, qualquer outra empresa ou iniciativa do Arraial D’Ajuda pode se associar, portanto alguns desses associados não estão localizados na Rua Mucugê.
Cada ano o Acordo traz um diferencial direcionado aos associados, como por exemplo, o site que além de ser um meio de informação para os turistas é também um método de divulgação de atrações, promoções, shows e eventos para as empresas associadas. Além das vantagens e ações já existentes como:
·         Fechamento do trânsito de veículos das 18 às 24 horas no verão e nos feriados;
·         Sistema de fiscalização própria;
·         Fiscalização em parceria com a Administração Pública, para inibição de comércio ilegal e do comércio ambulante irregular;
·         Serviço de informação turística ao visitante;
·         Confecção e distribuição de um Guia-Mapa de Arraial D’Ajuda com dados dos associados e localização;
·         Fabricação e distribuição do adesivo Acordo Mucugê, para uma melhor identificação dos estabelecimentos associados;
·         Lixeiras;
·         Campanhas educativas e outros.

3.1.1.2 Abordagem


No dia 17 de Setembro de 2014 as 11horas, foi realizada uma reunião com um dos coordenadores do Acordo Mucugê, Sr. Heitor Siqueira. O mesmo passou todo o histórico do Acordo, uma lista com os contatos dos associados e falou sobre a iniciativa Praça Caminho do Mar, além de informar como realmente funciona o Acordo. Com base nos dados colhidos e nos contatos obtidos, foi realizada uma abordagem aos 69 associados em três etapas:
1.    Envio do um e-mail, com informações sobre o trabalho de pesquisa e com o questionário em anexo para aqueles que preferissem responder por e-mail, e também agendamento para os que preferissem uma reunião e aplicação in-loco.
2.    Contato por telefone, para aplicação do questionário ou possível agendamento de reunião.
3.    Aplicação in-loco.

A abordagem ficou quantificada como mostra o gráfico 1, dos 69 questionários aplicados foram respondidos: 23% por e-mail, 64% por telefone e 13% presencial. O questionário aplicado conta vinte e uma perguntas, estruturado conforme os objetivos específicos deste trabalho (Ver apêndice).

Gráfico 1: Meios de aplicação de questionários.

3.1.2 ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO

3.1.2.1 Nível de Conhecimento sobre a Economia Criativa


O nível de conhecimento ou/e entendimento do que seja Economia Criativa, é a base deste trabalho, pelo Acordo Mucugê possuir uma representatividade empresarial diferenciada e características de um território criativo, faz-se necessário identificar o nível de conhecimento.
Nesse prisma os 69 associados foram questionados sobre o tema, sem nenhuma predefinição ou conceitualização, para que os mesmos estivessem á vontade para responder sobre o tema.
O questionário contou com 05 (cinco) perguntas direcionadas diretamente ao tema, onde cada pergunta possui o peso de 20 pontos com uma somatória de 100 pontos. Com base nesse método foi então classificado do seguinte modo.
Tabela 1: Modelo de pontuação e nível de conhecimento.
Nível de Conhecimento
Grau de Entendimento
Nível 1
Até 50 pontos
Nível 2
De 51 a 80 pontos
Nível 3
Acima de 81 pontos

Gráfico 2: Nível de conhecimento dos associados do Acordo Mucugê sobre Economia Criativa.
Como mostra o gráfico 2, 42% dos associados tem um nível 2 ou mediano de conhecimento sobre Economia Criativa, 36% dos associados estão classificados no nível 1 por ter pouco ou nenhum conhecimento sobre o tema, e  22% dos associados estão classificados no nível 3 por ter um bom conhecimento, estarem diretamente ligados a esse setor e por entenderem sua importância na economia local.

3.1.2.2 Identificação do que tem proporcionado esse conhecimento


Por ser um assunto novo, muito tem sido difundido nas redes sociais, meios de comunicação e muitas são as instituições responsáveis por propagar esse novo tema, tanto por ter importância mundial e nacional como também por contribuir para o desenvolvimento dos meios onde está inserido. Com esse intuito foi perguntado no questionário aos 69 associados de onde advém o entendimento sobre a Economia Criativa e foi obtida a seguinte resposta.

Gráfico 3: Levantamento do que tem proporcionado o conhecimento sobre Economia Criativa.


  O gráfico 3, demostra que dos 69 associados, 15% possuem o conhecimento através de cursos e palestras de instituições distintas; 26% dos associados informaram que participaram de uma consultoria do SEBRAE e que por isso sabem sobre o tema; 16% dos associados através de pesquisa, pois acharam o tema interessante e queriam entender do que se tratava; 10% dos associados por informações disponibilizadas em redes sociais, programas de TV e entre “Outros” e; 33% informaram que não possuem conhecimento sobre o tema e por isso não advém de lugar “Nenhum”.

3.1.2.3 Perfil dos Agentes do Acordo Mucugê


A identificação do perfil dos agentes do Acordo Mucugê, está direcionada a análise da faixa etária, gênero, escolaridade, renda e como eles se definem no âmbito empresarial. Com esses aspectos é possível vislumbrar as características dos empresários e empreendedores do acordo Mucugê. Conforme a pesquisa com os 69 associados foram identificados os dados a seguir:
·                    Quanto ao gênero – No gráfico 4, demostra que o acordo é composto por 45% associados do gênero feminino e 55% do gênero masculino.
Gráfico 4: Análise de gênero dos associados do Acordo Mucugê.

·                    Quanto à faixa etária – No gráfico 5, demostra que o acordo é composto por maior número de associados de idade mais madura, sendo 40 associados na faixa de 41 a 60 anos, 26 na faixa 24 a 40 anos, 02 acima de 60 anos e 01 apenas com menos de 24 anos.

Gráfico 5: Análise idade dos associados do Acordo Mucugê.


·                    Quanto à escolaridade – O Acordo Mucugê é composto 59% de associados com nível superior de escolaridade, 38% com nível médio e apenas 3% com nível fundamental como mostra o gráfico 6.
Gráfico 6: Levantamento da escolaridade dos associados do Acordo Mucugê.
·                    Quanto à renda – De acordo com o gráfico 07 pode observar que 41 associados possuem um nível de renda de 03 a 05 salários mínimos, 19 associados com o nível de renda de 01 a 03 salários mínimos, 8  com renda acima de 5 salários e apenas 1 associado com a renda até 01 salário mínimo.
Gráfico 7: Levantamento da Renda dos empresários do Acordo Mucugê.

·                     Como eles se definem no âmbito empresarial – Uma dos questionamentos feitos aos associados era como eles se definem no contexto empresarial, diante de suas iniciativas e negócios e foi obtida a seguinte resposta: 62% dos associados se descrevem como empreendedores; 15% como criativos; 10% como inovadores; 10% como sustentáveis e 3% dizem não se analisar nesse contexto, como demostra o gráfico 08 abaixo.
Gráfico 8: Como os associados se definem no âmbito empresarial.


3.1.2.4 Levantamento dos principais setores


O método Minc tem como classificação no critério de indústrias criativas os setores que possuem o núcleo criativo como base de seu negócio, mas também define outros setores por atividades relacionadas (este são responsáveis pela disseminação das indústrias criativas) ou apenas de apoio da Economia Criativa (essas são responsáveis por apoiar e impulsionar os setores criativos e culturais). Ao seguir esse método de classificação identificamos no Acordo Mucugê os seguintes setores.
Na tabela 1, demonstra que o setor criativo e cultural em maior potencial é o gastronômico com um total de 26 empresas, é importante frisar que essas empresas possuem diferencial cultural no setor como: culinária italiana, portuguesa, mineira, baiana entre outras, seguida pelo setor de Artesanato com 05 empresas; Festivais e Eventos com 04 empresas; Alta Costura e Design de Moda com 03 empresas e; com uma empresa cada, os setores de Arquitetura e Paisagismo; Artes Visuais; Jornalismo e Patrimônio Imaterial. Totalizando 42 empresas no setor criativo e cultural.
Tabela 2: Classificação dos Setores Criativos do Acordo Mucugê do ciclo associativo de 2013.
Indústrias Criativas (setores)
Quant.
Alta Costura e Design de Moda
3
Arquitetura e Paisagismo
1
Artes Performáticas (Teatro, Dança e Circo)
0
Artes Plásticas (esculturas, Cerâmicas, pinturas e etc.).
0
Artes Visuais (Fotografia e Design gráfico)
1
Áudio Visual (Cinema, Vídeo, Multimídia e TV).
0
Comercio De Antiguidades
0
Desen. Software, Computação e Telecomunicação.
0
Edição e Publicação Gráfica
0
Festivais e Eventos
4
Jornalismo, Propaganda e Publicidade.
1
Música
0
Patrimônio Imaterial
1
Artesanato
5
Gastronomia
26
Manifestações culturais, saberes populares.
0

Já os setores relacionados como mostra a tabela 2, são compostos por 19 empresas sendo elas: 02 empresas no setor de serviços de locação de veículos; 07 empresas no setor de comercio alimentício e alcoólico; 08 empresas no setor de comércio de vestuário, 01 empresa no setor de tabacaria e 01 empresa no setor farmacêutico.

Tabela 3: Classificação dos Setores Relacionados à Economia Criativa do Acordo Mucugê do ciclo associativo de 2013.
Atividades Relacionadas
Quant
Locadora de Veículos
2
Comércio de Alimentos e Bebidas
7
Comércio de Vestuário
8
Tabacaria
1
Comércio Farmacêutico
1

Nos setores de apoio à Economia Criativa como mostra a tabela 3, é composto por 08 empresas sendo elas: 06 empresas no setor hoteleiro; 01 empresa no setor de serviços de locomoção e; 01 empresas no setor de agência turística, sendo estas diretamente ligada ao Turismo, um setor impulsionar da Economia Criativa.
Tabela 4: Classificação dos Setores de Apoio a Economia Criativa do Acordo Mucugê do ciclo associativo de 2013.
Atividades de Apoio (Turismo)
Quant
Hotelaria
6
Serviços
1
Agência
1

·                    Quanto a Receita Bruta – 87% das empresas são Micro Empresas, 9% são Pequenas Empresa e apenas 4% são Micro Empreendedores Individuais.
Tabela 5: Levantamento da receita bruta das empresas associadas ao Acordo Mucugê.
Receita Bruta
Receita Bruta
Empreendedor Individual (Até 60.000,00)
3
Micro Empresa (De 60.001,00 até 360.000,00)
60
Pequena Empresa (De 360.001,00 até 3.600.000,00)
6

Tipo de Espaço – Quando foi perguntado sobre o espaço físico 46% dos associados são proprietários do espaço, 51% pagam aluguel e 3% obteve o espaço cedido por parentes ou terceiros como mostra o gráfico 9.

Gráfico 9: Tipo do espaço físico.


3.1.2.5 Levantamento das iniciativas criativas para a sustentabilidade da Rua Mucugê


O Acordo Mucugê tem como um dos seus objetivos a sustentabilidade (Social, Econômica, Cultural e Ambiental) da Rua Mucugê.  E apesar de algumas empresas ou empreendedores associados não terem suas sedes na Rua Mucugê, esse acordo mostra a real representatividade desses empresários, pois entendem a importância que a Rua tem para o distrito do Arraial D’Ajuda e Porto Seguro. Por esse motivo foi questionado aos associados os seguintes itens:
·                    Tempo de vida da empresa (anos) – 27 empresas tem menos de 04 anos vida, 20 empresas têm até 10 anos de vida empresarial e 22 empresas têm mais de 10 anos como mostra o gráfico 10.

Gráfico 10: Tempo de Empresa.

·                    Realiza algo tipo de evento, e de qual tipo? – No gráfico 11, mostra que quando questionado se os associados realizavam algum evento 65% informaram que não, 26% realizam eventos de entretenimento temático (festivais, ou mostras como: dança, gastronomia, música, teatro, circo, artes plásticas e visuais ou manifestações tradicionais), 7% promovem eventos de interesse comercial (feiras, rodadas de negócios ou outras que envolvem, por exemplo: antiguidades, artes, música, artesanato, livros, agropecuária, moda, bazar e outras) e 2% promovem festas de cunho religioso e cultural.
Gráfico 11: Tipos de Eventos realizados.

·                    O que levou a se instalar na Rua Mucugê – No gráfico 12 demostra que o que levou os associados a se instalar na Rua Mucugê em maior potencial foi a proximidade com os consumidores totalizando 46%; 25% informaram não ter tido um motivo ou não estar instalado na rua, mas acredita no potencial da rua e sua importância para o desenvolvimento local; 17% já pertenciam a Rua Mucugê antes do Acordo ser formado; 10% informaram que foi a proximidade com outros negócios semelhantes,  já 2% argumentou que é a proximidade com alguns fornecedor.






Gráfico 12: Motivos que levaram a se instalar na Rua Mucugê.

·                    Possuem uma marca para identificar os produtos e serviços – Dos 69 associados do Acordo Mucugê 90% possuem uma marca registrada, e apenas 10 dizer não ter, ou não quis responder.
Gráfico 13: Existência de uma marca para identificar produtos e serviços.

·         Como sua empresa pretende contribuir para a sustentabilidade da Rua Mucugê e Acordo Mucugê?



Gráfico 14: Iniciativas existentes para a sustentabilidade da Rua Mucugê.
Conforme o gráfico 14 pode-se analisar que 49% informaram contribuir com a sustentabilidade da Rua Mucugê através da venda de produtos e serviços e quando questionado se havia algum projeto de iniciativa criativa os mesmos informaram que a iniciativa criativa que fazem parte é o Acordo Mucugê. 36% informaram que possuem projetos próprios como reciclagem do lixo, sustentabilidade dos recursos naturais e mobilidade urbana, valoração da cultura local entre outros, e 15% dos associados informou que apoiam e contribuem para os


4 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Verificou-se que a Economia Criativa é algo novo e em constante evolução, que avança velozmente conquistando o seu espaço e instigando a importância do seu papel na contemporaneidade. Vale ressaltar que cada região tem seu método de adaptação de acordo com estratégias e escolhas próprias, pois o que difere do setor tradicional é a composição de informações, capital intelectual, tecnologias, criatividade e inovações para atender as necessidades dos indivíduos.
Diante desse contexto muitas práticas demonstram o quanto a Economia Criativa tem um poder transformador no âmbito social, cultural, econômico e ambiental. Mediante esses aspectos a pesquisa procurou analisar o nível de conhecimento dos associados do Acordo Mucugê do município de Porto Seguro/BA acerca da sua importância na Economia Criativa.
 A análise foi concretizada através de um estudo de caso, cuja base teve suporte em uma pesquisa bibliográfica que investigou conceitos como Criatividade, Inovação, Empreendedorismo, Sustentabilidade e Economia, e numa aplicação de questionários aos associados ao Acordo Mucugê, com o propósito de levantar o nível de conhecimento sobre o tema, o que proporcionou tal conhecimento, os perfis desses associados, identificação dos setores de maior potencial e as possíveis iniciativas para a sustentabilidade da Rua Mucugê.
A aplicação do questionário e seus respectivos resultados demonstram que o nível de conhecimento sobre o tema é mediano, e que os associados do Acordo Mucugê apesar de possuírem um médio entendimento, 36% confundem a economia criativa com o conceito de economizar por meio de ações criativas ou nunca sequer ouviram falar sobre ela.
A formação do conhecimento acerca da Economia Criativa advém de uma composição; de cursos e palestras, Projeto SEBRAE e pesquisas sobre o tema e sobre sua importância nos setores do turismo e gastronomia.
Quanto ao perfil dos associados foi percebida uma população um pouco maior de homens em relação a mulheres, com idade entre 24 a 60 anos. Quanto à escolaridade 59% dos associados possuem ensino superior, seguido de 38% ensino médio, com renda pessoal de 3 a 5 salários mínimos. Dos associados 62% descrevem-se como empreendedores por terem iniciado o seu próprio negócio com dificuldade e sem capital financeiro.
Em relação ao setor de maior potencial, a pesquisa apontou o setor gastronômico, que é considerado pelo MINC um setor criativo e cultural, seguido de atividades relacionadas com comércio e serviços que contribuem na distribuição dos produtos criativos, e em terceiro o turismo que é efetivamente o apoio à economia criativa, tanto na difusão como no consumo de bens e serviços criativos.
Por fim a pesquisa demonstrou que os associados sabem da importância da Rua Mucugê para a economia local, e nesta perspectiva 50% dos associados possuem projetos próprios ou em conjunto com o Acordo Mucugê para a sustentabilidade econômica, social, ambiental e cultural da Rua Mucugê, por acreditar que a Rua é o coração do Arraial D’Ajuda e que é fundamental para o turismo na cidade.
Os resultados obtidos demonstraram que se fazem necessárias medidas tanto das instituições públicas quanto privadas para a disseminação e valorização dos setores criativos e culturais, e uma efetiva agregação de iniciativas para promover, capacitar e formalizar os setores desta que é a terceira maior economia do mundo.
A administração e seus vários métodos são um forte apoio a essas iniciativas com auxilio de Empresas Junior, incubadoras de negócios, startups que podem contribuir diretamente aos setores criativos. Diante disso, este trabalho pode mapear a economia criativa no território criativo intitulado Rua Mucugê e identificar o quanto esses “agentes criativos” sabem da sua importância, contudo recomenda-se que sejam promovidas novas pesquisas para indicar uma melhor inserção das medidas supracitadas.

REFERÊNCIAS


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QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE CAMPO

Os dados serão utilizados para pesquisas e elaboração da Monografia de Graduação em Administração de Empresas na UNISULBAHIA/BA.
RESPONSÁVEL: Ariana Pereira Matos graduanda em Administração de Empresas das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia
.
Responsável:
Data do preenchimento do questionário:       /       /           Horário:___ : ___   Meio: ____________

1.     Pessoal
1.1.      Sexo: (  )Masc. (  )Fem.
1.2.      Idade: (  )Até 24 anos  ( )De 24 a 40 anos   (  )De 41 a 60 anos.         (  )Acima de 60 anos.

2.     Educacional
2.1.      Escolaridade: ___________________________
2.2.      Profissão: ______________________________
3.     Renda
3.1.      Tendo como base o salário mínimo, qual o seu rendimento mensal?
(  )Até um salário mínimo      (   )De 1 a 3 s/m     ( )De 3 a 5 s/m                (  )Acima de 5 s/m

4.     Características do Setor Criativo
4.1.      Ano de início das atividades/fundação: ______________

4.2.      Qual(s) dessas funções/iniciativas ou segmentos exerce?
(  ) Alta Costura e Design de Moda
(  ) Arquitetura e Paisagismo
(  ) Artes Performáticas (Teatro, Dança e Circo)
(  ) Artes Plásticas (esculturas, Cerâmicas, pinturas e etc.)
(  ) Artes Visuais (Fotografia e Design gráfico)
(  ) Áudio Visuais (Cinema, Vídeo, Multimídia e TV)
(  ) Com. De Antiguidades
(  ) Desen. Software, Computação e Telecom
(  ) Edição e Publicação Gráfica
(  ) Festivais e Eventos
(  ) Jornalismo, Propaganda e Publicidade.
(  ) Música
(  ) Patrimônio Imaterial
(  ) Artesanato - 
(  ) Gastronomia
(  ) Manifestações culturais, saberes populares
(  ) Turismo
(  ) Outro: ___________________________________________

4.3.      Tipo de organização?
(  )Empresa (  )Instituição Governamental (   ) Grupo/Coletivo/Associação  (  )Empreendedor Individual

4.4.         Receita Bruta
(  )Empreendedor Individual (Até 60.000,00)
(  )Micro Empresa (De 60.001,00 até 360.000,00)
(  )Pequena Empresa (De 360.001,00 até 3.600.000,00)

4.5.      Tipo de Espaço
(  )Espaço Próprio ()Espaço Alugado (  )Espaço Cedido

4.6.      Sua iniciativa é contratada por empresas fora da Cidade? (  )Sim ( )Não
 Onde estas empresas se localizam?    
 (  )Cidades vizinhas  (  )Outras regiões do Estado  (  )Outros Estados brasileiros  (  )Exterior

4.7.      Sua iniciativa realiza eventos em Porto Seguro? (  )Sim (  )Não
Caso positivo, qual/quais?
( )Evento de Entretenimento Temático (festivais ou mostras como: dança, gastronomia, música, teatro, circo, artes plásticas e visuais, manifestações tradicionais, outros)
(  )Eventos de interesse comercial (feiras, rodada de negócios ou outras que envolvam por exemplo: antiguidades, artes, música, artesanato, livros, agropecuária, moda, bazar, outros)
(  )Festas (religiosas, cívicas, culturais, artísticas, outras).

5.     Identidade e Inovação
5.1.      O que levou a instalar-se na Rua Mucugê?
(  )Já pertencia a este local   (  )Incentivo fiscal   (  )Proximidade com fornecedores                                       (  )Proximidade com outras iniciativas semelhantes        ( )Proximidade com consumidores
(  )Outros:

5.2.      Existe uma “marca” criada para identificar os produtos e serviços?    
( ) Sim (   ) Não
Descreva:

5.3.      Como essa iniciativa pretende contribuir para a sustentabilidade da Rua Mucugê e Acordo Mucugê?
(   )Projetos específicos junto ao acordo. Exemplo:
(  )Através da venda dos nossos produtos/serviços
(  )Outros:_______________________________________________________

6.     Entendimento acerca da Economia Criativa
6.1.      Sabe o que é Economia Criativa (economia Cultural, território criativo, indústrias criativas, cidades criativas ou segmentos criativos)?
       (  )Sim (  )Não.  Se não, pule para a questão 6.6

6.2.      O que você entende por Economia Criativa?
(  )Processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos.
(   )Processos de economizar por meio da criatividade, os ativos, matéria-prima e equipamentos, na busca da competitividade, e da sustentabilidade empresarial.

6.3.      Seu entendimento sobre Economia Criativa advém de:
(  )Cursos/Palestras ( )Projeto SEBRAE ( )Pesquisa ( )Nenhum ( ) Outros:_____________________

6.4.      Acredita que a Economia Criativa é um forte potencial de desenvolvimento para a cidade de Porto Seguro, em especial para a Rua Mucugê?  (  )Sim  (  )Não  Por quê?
(  ) Por proporcionar indicadores direcionados a qualidade de vida como: saúde, educação, cultura, emprego e lazer.
( ) Por proporcionar indicadores direcionados a realização pessoal como: integração social, segurança, auto realização e reconhecimento social.

6.5.      Quais políticas públicas você deseja para uma melhor inserção, desenvolvimento e até valorização do setor criativo? (pode marcar mais de uma opção)
(   ) Articulação e estímulos ao fomento de empreendimentos criativos.
(   ) Educação para competências criativas (Capacitação, consultorias e treinamentos)
(   ) Infraestrutura de criação, produção, distribuição e consumo de bens e serviços criativos.
(   ) Criação/adequação de marcos legais para os setores  criativos
(   ) Nenhuma das opções.

6.6.      Como você se vê nesse setor?(marque apenas 01 alternativa)
(  )Empreendedor (  )Criativo (  )Inovador (  )Sustentável (  )Nenhum






























[2] Lançado em 1994, pelo então primeiro-ministro Paul Keating, Creative Nation foi à primeira vez que um governo federal australiano desenvolveu formalmente uma política cultural. $ 250 milhões em financiamento adicional foi prometido para instituições culturais. O relatório ressaltou a importância da cultura para a identidade nacional, e definiu a cultura de forma mais ampla do que as concepções anteriores, com a inclusão de filmes, rádio, bibliotecas e muito mais. 
[3] Paul John Keating é um político australiano que se tornou o 24º Primeiro-ministro daquele país. Ficou notório com a reforma no Tesouro Australiano no Governo Hawke, depois como primeiro-ministro vencedor das eleições de 1993.
[4] Originalmente publicado pelo Departamento de Comunicações e Artes - conhecido em 2012 como o Escritório das Artes - http://apo.org.au/research/creative-nation-commonwealth-cultural-policy-october-1994. Disponível também: http://creativeaustralia.arts.gov.au/full-policy/   
[5] O Departamento de Cultura, Mídia e Esportes (DCMS) do Reino Unido cunhou um novo conceito ao lançar o primeiro mapeamento das indústrias criativas. Um dos objetivos era mostrar que estas vão além do papel fundamental da cultura e que possuem um vasto potencial de geração de empregos e riqueza. Creative Industries Mapping Document(1998).
[6] Quadro elaborado com base nas definições presentes no estudo KEA European Affair, The Economy of Culture in Europe, em Outubro de 2006. Disponível no Dossier de Economia Criativa.
[7] Este modelo é típico da abordagem para as indústrias culturais, originado na tradição existente na Europa.
[8] Este modelo baseia-se na proposta de que é o valor cultural dos produtos criativos que confere a essas indústrias sua característica mais distinta, sendo este a base para a classificação das indústrias criativas na Europa.
[9] Segundo a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), este modelo baseia-se nas indústrias envolvidas diretamente ou não na criação, ate a distribuição de trabalhos protegidos pelos direitos autorais.
[10]  Definido pelo autor como o espírito que fundamenta uma cultura.
[12] Economia baseada na industrialização, após a Revolução industrial a economia ficou alicerçada nos meios industriais de produção.

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