ATIVIDADE DE FILOSOFIA (1º Período)



Dissertar Alienação, Conhecimento e Linguagem no pensamento de Marilena Chauí pela via Apofática, Catafática e Eminencial.   

·        Alienação.

Economicamente, socialmente e intelectualmente estaríamos alienados?
Porem para encontrarmos a resposta terá que entender o que é alienação e porque estaríamos alienados nesses três aspectos da humanidade.
Marilena Chauí no livro Convite à Filosofia explica e exemplifica este fenômeno, no fragmento a seguir:

“[...] o fenômeno pelo qual os homens criam ou produzem alguma coisa, dão independência a essa criatura como se ela existisse por si mesma e em si mesma, deixam-se governar por ela como se ela tivesse poder em si e por si mesma, não se reconhecem na obra que criaram, fazendo-a um ser-outro, separado dos homens, superior a eles e com poder sobre eles.” (CHAUÍ, 1997, p.170)

            Para compreendermos o fenômeno da alienação, temos quer observar atentamente as sociedades e como elas foram historicamente produzidas, quaisquer sociedade independente do seu porte, inicia-se por uma divisão e é nessa divisão que todas as relações sociais são instituídas. As instituições sociais como: trabalho, família, política, religião e comércio, com o passar dos anos foram se constituindo. Nestas instituições seus dirigentes disputam entre si criando uma nova instituição social: Guerra. Com o qual o poder foi sendo centralizado ainda mais em poucas mãos, e é nesse momento que a divisão se tornou visível. Toda a sociedade é constituída pela divisão entre o desejo dos grandes de oprimir e comandar e o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado como diz Maquiavel. E essas divisões foram ainda analisadas a partir das micro-divisões que se seguiram: sexual, social, poder econômico, poder militar, poder religioso, poder político. Todos sabem que nessas divisões uma parte detém o poder e a outra parte não possui nada sendo subjugada à outra.
            Somos alienados nos aspectos sociais, econômicos e intelectuais dentro de uma sociedade, porque simplesmente nos seres humanos não nos reconhecemos como agentes e criadores da realidade na qual vivemos, por falta de conhecimento deixamos que justificativas e explicações sem fundamentos distorcessem a realidade, ocultando e dissimulando as divisões sociais dando lhes aparência de indivisões e de diferenças naturais entre os seres humanos, ou seja, de acordo com os talentos e capacidades, a sociedade é formada, permitindo assim a percepção dos mecanismos de dominação e exploração, mecanismos esses que são implantados dia a dia com o intuito de alienar.
Criar condições para uma tomada de consciência é buscar e priorizar o homem, para que ele entenda o meio em que vive, e perceba a sua importância nesse meio, a alienação é uma condição humana e sua exclusão da sociedade seria meio difícil nos dias atuais, mas se o homem perceber sua importância, observar que o meio em que vive é criado por ele a realidade seria algo bem mais fácil de lidar e formatar.

·        Conhecimento.

Conhecer é passar da aparência para a essência já dizia Sócrates, é de fato é o verdadeiro significado do conhecimento na sua forma mais ampla, o conhecimento advém do preconceito que temos sobre algo ou alguém por diversos meios como: percepção, sensação, imaginação, memória, raciocínio e intuição ou até visão.
 Voltando a Grécia antiga, a mitologia e aos grandes filósofos, observaremos uma preocupação em relação à presença e manifestação das coisas para nossos sentidos e para nosso pensamento, ou seja, o conhecimento. Essa preocupação criou a dúvida e a partir dessa dúvida o conhecimento foi reverenciado, começou então uma busca insensata para explicar e analisar o conhecimento, saber suas limitações, fontes, formas, causas, poderes e até mesmo os princípios do conhecimento verdadeiro. Algo tão vasto como o conhecimento creio que requer anos de estudos, mas muitos dos filósofos modernos tormaram o conhecimento com disciplina, algo que os encantou e poderia responder muitas questões extremante importante naquela época. Com a instalação do cristianismo fez-se distinção entre a fé e a razão, o conhecimento tornou-se algo primordial e de extrema necessidade, crucial porque através dele os filósofos examinaram a capacidade humana de conhecer, o conhecimento volta-se para a relação entre o pensamento e as coisas, o entendimento e a realidade.
Para estudar o conhecimento de inicio foi preciso separar fé da razão, considerando cada uma delas destinadas a conhecimentos diferentes e sem qualquer relação entre si. Logo após a necessidade de explicar duas coisas: primeiro como a alma-consciência e o corpo embora diferentes podem se conhecer, e segundo como a razão e o pensamento podem torna-se mais fortes do que a vontade e ainda controlá-la para que evite o erro. Tantas questões, tantas dúvidas e o conhecimento sendo cada vez maia reverenciado, outra vez a dúvida aparecem como método para analisar o conhecimento, elaborá-lo, explorá-lo. Esses questionamentos feitos pelos filósofos criaram a teoria do conhecimento, esmiuçando ainda mais as formas de conhecimentos e considerando os graus contínuos, partindo das sensações até chegar às ideias.
Na forma prática¸ nosso conhecimento pode ter duas orientações: racionalista ou empírica, a primeira a razão operando por si mesma e na segunda a experiência sensível é responsável pelas ideias da razão. Mas o homem como sujeito de conhecimento é o principal objeto dessa investigação.
Portanto a importância do homem mostra-se outra vez necessária em mais um aspecto, conhecimento é a necessidade de o homem desenvolver e tomar posse de uma essência, deixar as opiniões e tomar posse do saber, é observar, agir e criar, como diz Marilena Chauí:

“O intelecto do homem conhece a inteligibilidade do mundo, alcança o racionalidade do real e o pode pensar a realidade porque nós e ela somos feitos da mesma maneira, como os mesmos elementos e com a mesma inteligência.”(CHAUÍ, 1997, p.113)

            O homem tem uma capacidade enorme, e a realidade a sua volta depende as sua predisposição de fazer com que seu conhecimento flua, mais as limitações que o homem impõem em si mesmo, nubla a capacidade humana para conhecer, para saber que conhece e para saber o que sabe que conhece, o homem deve ser na sua totalidade um ser racionalmente consciente.

·        Linguagem

O poder da linguagem de criar, interpretar e decifra significados, podendo fazê-los miticamente ou logicamente, magicamente ou racionalmente, simbolicamente ou conceitualmente tem um papel crucial no conhecimento. A linguagem torna o conhecimento material, apesar de ser abstrata a linguagem é a capacidade natural dos seres humanos se expressarem e por meio tudo o que sente, acredita e sabem é transmitida.
Como forma propriamente humana de comunicação, da relação com o mundo, a linguagem tem uma força surreal, tem o poder de encantar e de maldizer (criar tabus). Lembro certa vez quando ouvia minha avó dizer não responda sua mãe porque se não a mulher com a trouxa irá de assustar (conto de uma mulher que assustava crianças respondonas), e uma frase que diz o seguinte: “A boca fala do que o coração está cheio”, todos esses relatos mostram como a linguagem tem sua importância tantos nos mitos que ela causa como na possibilidade e habilidade de materializar os sentimentos.
Marilena Chauí relata algo necessário para a compreensão da linguagem.

“[...] A linguagem é nossa via de acesso ao mundo e ao pensamento, ela nos envolve e nos habita, assim como a envolvemos e a habitamos. Ter experiência da linguagem é ter uma experiência espantosa: emitimos e ouvimos sons, escrevemos e lemos letras, mas, sem que saibamos como, experimentamos sentidos, significados, significações, emoções, desejos e ideias.” ( CHAUÍ,1997, p. 147).

                        A linguagem é a ligação do mundo externo com o nosso mundo interno, ela cria novos sentidos e interpreta o mundo de maneiras novas, existindo um vai-e-vem contínuo entre as palavras e as coisas, de tal modo que a realidade, o pensamento e a linguagem são inseparáveis, interpretando uns aos outros. O dom que a linguagem tem expor os sentimentos é o que me fascina, essas projeta todas as sensações, os sentidos, as percepções, até na linguagem prematura de um criança de apenas 1(um) ano de idade podemos observar a interpretação do novo, confesso que fico extremamente fascinada, com a facilidade que uma criança tem de se expressar. Ao passo que seu conhecimento está expandindo sua forma de se comunicar ainda inicial explica tanto, traduz tanto, a linguagem é de fato suprema evidência à necessidade de expor, de comunicar, de que o homem foi feito para interagir, porque se não do contrario, não haveria necessidade da linguagem.
            O mais uma vez observamos que o homem é sempre o objeto, intermediário entre a essência e a realidade, e a linguagem é o meio de transporte desses dos aspectos, onde a essência é o homem na sua plenitude com sentimentos, pensamentos e conhecimento e a realidade é o mundo, com suas diferenças e ambiguidades.  Tornando o homem o centro da realidade que ele vive, e outra vez expondo sua necessidade de compreender que essa realidade que ele vive é produzida, formatada e proposta por ele mesmo antes de qualquer outro ser. 

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